ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 29º

Comportamento

Com a vida encaminhada, agora eles só querem dançar

Elverson Cardozo | 21/11/2012 09:00
Edna Ajala e Edvaldo Ferreira dançam juntos há pelo menos 2 anos. (Foto: Simão Nogueira)
Edna Ajala e Edvaldo Ferreira dançam juntos há pelo menos 2 anos. (Foto: Simão Nogueira)

Ela cumpriu a missão de mãe e avó. Criou cinco filhos e dois casais de neto. Agora, aos 64 anos, Beatriz Souza de Oliveira só pensa em se divertir. Domingo é dia de dançar, espantar a preguiça e arejar a mente.

“Depois que eu criei eles eu falei: Vou viver a vida”, disse. E é assim que ela continua tocando em frente. Cliente fiel de uma casa de dança em Campo Grande, dona Beatriz não perde a oportunidade de brindar a vida.

O salão de dança é o local onde ela esquece os problemas, viaja no tempo e se sente mais leve. A vontade de sair de casa era tanta que ela resolver arriscar os passos sem nunca ter dançado.

Hoje, às terças e quintas, dona Beatriz faz questão de ir às aulas de dança de salão. A nova atividade, disse, funciona como uma terapia. “Fico a semana toda em casa. Venho para ver outras pessoas, me distrair”, contou.

Não é todo mundo que leva jeito para arrastar o pé, dar piruetas elaboradas ou executar o simples “dois para lá, dois para cá”, mas isso não importa. Quem se dispõe a sair de casa no final de semana quer apenas se divertir.

Com a vida encaminhada, agora eles só querem dançar

Acompanhada, a fisioterapeuta Edina Ajala, de 48 anos, se destacava no meio dos outros “dançarino” da Bolero, uma escola especializada que abre para bailes aos sábados e domingos.

Com a roupa encharcada de suor, mas sem perder a disposição, Edina rodopiava no meio do salão, jogava o cabelo de um lado para o outro, e descia, rebolando, até onde alcançava.

Tudo isso em cima de um salto de 15 centímetros e sem desgrudar do parceiro, o pedreiro Edvaldo Ferreira Silva, de 58 anos, que estava na mesma situação, “pingando” suor. “A gente combina os passos”. Só com ele que dá assim”, contou Edina.

A festa, para o casal, só termina quando a casa fecha. “Tem que aproveitar enquanto tem coluna”, brincou a fisioterapeuta.

Quem também não perde os bailes é a vendedora Monique Evelyn, de 18 anos, que frequenta casas especializadas desde os 16. Como não costuma ir com parceiro, Monique dança com quem chamar.

Interessados é o que não falta. “Já fiz muitas amizades aqui. Dá para se divertir”, contou.

“Pé de valsa” declarado, experiente em arrastar a sola da bota, o comerciante Mario de Souza, de 54 anos, aproveita os domingos dançando. É assim há 2 anos, desde que separou da esposa, que era evangélica e não achava certo o gosto do marido. “Depois da separação eu falei: Vou cair para o baile”, contou.

Livre, sem compromisso, Mário agora está à procura de diversão, mas é exigente. Como sabe dançar “de tudo”, faz questão de escolher a parceira. “Você dá uma escolhidinha. Hoje o homem se dá ao luxo”, explicou.

Nos siga no Google Notícias