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Comportamento

Contra a maré, empresa promove mãe após a licença-maternidade

De assistente a líder, Giovana contou como recebeu carinho e foi promovida após ser mãe

Por Thailla Torres | 12/05/2025 10:23
Contra a maré, empresa promove mãe após a licença-maternidade
Para muitas mulheres, esse retorno ao trabalho é marcado por silêncio e inseguranças, mas para Giovana foi diferente. (Foto: Arquivo Pessoal)

A volta ao trabalho depois da licença-maternidade nem sempre é como deveria ser: um recomeço com acolhimento, respeito e espaço para seguir em frente com a carreira enquanto se aprende a ser mãe. Para muitas mulheres, esse retorno é marcado por silêncio, insegurança ou, em alguns casos, pelo aviso de demissão. Mas a história de Giovana Vaz Moura Tomiazzi, de 31 anos, foi diferente. E por isso merece ser contada.

Giovana trabalha desde 2021 na Eldorado Brasil, em Água Clara, no setor de silvicultura. Começou como assistente administrativa e, como tantas outras mulheres, viu a vida mudar com a chegada da maternidade. Quando descobriu a gravidez da Heloísa, hoje com 1 ano e seis meses, vieram também as dúvidas. Mais do que pensar nos enjoos ou nas trocas de fralda, ela se perguntava como seria recebida no trabalho.

“Desde o começo da gestação eu comecei a refletir de como seria conciliar o trabalho, a gestação, a maternidade e depois como seria o retorno às funções profissionais com um bebê em casa. Foi um misto de sentimentos. Mas sem demorar muito eu fui percebendo o quanto a empresa se importava comigo. O quanto todos ficaram felizes com a notícia, a preocupação com o meu bem-estar e não houve nenhum tipo de julgamento, discriminação, nada. E todas as vezes que precisei me ausentar para exames, fui muito bem compreendida”, conta.

Durante o pré-natal, ela teve acompanhamento médico por meio do programa Gerar, oferecido pela empresa, além de consultas particulares. Segundo Giovana, os atendimentos foram igualmente cuidadosos. Nos últimos dias da gravidez, ela pôde trabalhar em home office, perto da mãe e da família. Um detalhe que fez diferença quando a filha chegou.

Meses depois, chegou também o momento do retorno. Voltar, reencontrar colegas, rever rotinas. Tudo isso enquanto deixava a filha pela primeira vez para trás, mesmo que por algumas horas. Mas ali, no escritório, a espera não foi fria nem impessoal.

“No primeiro dia de retorno ao trabalho, quando eu chego ao escritório, que eu olho para a minha mesa, tinha um balão de boas-vindas, em formato de coração, um porta-retrato da minha filha e uma cartinha de uma filha para mãe, como se a Heloísa tivesse escrito para mim. Eu não consegui nem ler a carta e fiquei muito emocionada com a demonstração de carinho e da importância que a empresa tinha por mim”, lembra.

Contra a maré, empresa promove mãe após a licença-maternidade
A recepção calorosa da equipe trouxe para Giovana a sensação de que ela ainda pertencia à empresa.

Não foi só o afeto que a esperava. Veio também o reconhecimento. Giovana voltou de licença e foi promovida a líder de operações florestais. Um gesto que, além de valorizá-la profissionalmente, trouxe uma mensagem clara: ela ainda pertencia.

“Também foi algo que me marcou bastante. Muitas vezes ouvimos casos de mulheres que foram demitidas após o período de licença-maternidade e na Eldorado é o contrário! A minha promoção não teve somente o significado de que eu estou tendo sucesso na minha carreira profissional, desempenhando o que eles esperam, mas acima de tudo, de que eles acreditam no meu potencial. Voltei e a minha cadeira estava lá! Fui surpreendida das melhores formas possíveis, com a lembrança da minha filha, com a promoção por mérito, com a recepção das pessoas falando que eu fiz falta. Sem dúvidas, isso tudo me motiva, faz com que a gente entenda que está no caminho certo e na empresa certa!”, conclui.

E o que diz a lei? - No Brasil, a mulher tem direito à estabilidade no emprego desde o início da gravidez até cinco meses após o parto. Isso significa que ela não pode ser demitida sem justa causa nesse período – o que inclui o tempo da licença-maternidade e um tempo após o retorno ao trabalho. Depois disso, a estabilidade termina e, infelizmente, algumas empresas usam esse limite como pretexto para desligamentos. Essa prática, ainda que legal do ponto de vista do prazo, levanta questões sobre ética, empatia e igualdade no mercado de trabalho. Afinal, que tipo de empresa considera a maternidade um obstáculo?

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