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Comportamento

Cris fez gente chorar no trânsito a caminho de sua última radioterapia

Psicóloga venceu 4 sessões de quimioterapia, 25 sessões de radioterapia e a covid-19 em meio ao câncer

Thailla Torres | 08/09/2021 13:40
Recado com celebração da última radioterapia foi feito na manhã de hoje (8). (Foto: Arquivo Pessoal)
Recado com celebração da última radioterapia foi feito na manhã de hoje (8). (Foto: Arquivo Pessoal)

Dos 25 anos de profissão da psicóloga Cristiane Piredda, oito deles foi atuando na área da Oncologia, ouvindo histórias de superação e dores em meio ao câncer. Por muito tempo, ela apenas “entendia o que o paciente sentia”, até que em janeiro de 2021, seu coração foi tomado pelo mesmo sentimento, quando o diagnóstico de câncer de mama se tornou uma realidade em sua vida.

Do ultrassom que confirmou o carcinoma grau 2 invasivo até às doses de medicações diárias que serão tomadas pelos próximos anos, Cristiane viveu oito meses intensos. Uma cirurgia para retirada de mama, 4 sessões de quimioterapia e 25 sessões de radioterapia, sendo a última realizada hoje de manhã (08), em Campo Grande.

Para celebrar o fim de tanto sofrimento com as sessões, Cristiane e o marido escreveram no para-brisa traseiro a mensagem “Última radioterapia”. A comemoração não só deixou o coração de Cristiane acelerado, como emocionou motoristas no trânsito, que buzinaram e até deixaram mensagens de apoio. “Eu vi homens com olhos lacrimejando ao ver a mensagem, teve gente que disse que passou a mesma situação com a família e celebrou comigo”, conta.

Na Rua Rio Grande do Sul, Cristiane recebeu muitas buzinadas e "boa sorte" de motoristas. (Foto: Ângela Kempfer)
Na Rua Rio Grande do Sul, Cristiane recebeu muitas buzinadas e "boa sorte" de motoristas. (Foto: Ângela Kempfer)

Entre buzinas e desejos de “boa sorte” pelas ruas da cidade, as cenas dos últimos meses passaram como um “filme” na cabeça da psicóloga. Isso porque, em meio ao tratamento de câncer, ela ainda teve covid-19 e conseguiu vencer a doença que já matou mais de 584 mil pessoas no Brasil.

Olha, eu não tive medo de morrer de câncer, confesso que o que me deixou com mais medo da morte, foi a covid-19”, declara.

Quando o diagnóstico de câncer chegou após um exame de rotina, Cristiane confessa que sentiu angústia e tristeza, mas tinha certeza que venceria. “Como eu trabalhei muitos anos com a Oncologia, vi muitos casos de superação e conhecia os tratamentos, ali, eu vi a possibilidade de vencer. Foi todo um processo, mas eu pensava que tinha de lutar, tenho um filho de 16 anos e que ainda tenho muito o que fazer pelas pessoas”.

Não é à toa que agora, Cristiane pensa em migrar de vez para atendimentos psicológicos na área da Oncologia. “Eu sempre tive o prazer em fazer algo pelas pessoas, algo que as ajudassem. E sempre digo que 10% é o que acontece na nossa vida e 90% é o que você vai fazer com o que aconteceu, por isso, ainda tenho muito que fazer aqui”.

Natural de Itaperuna, interior do Rio de Janeiro, Cristiane mora há anos em Corumbá, porque o marido, Eder de Camargo, é militar da Marinha do Brasil. Mas desde o diagnóstico, os tratamentos foram feitos majoritariamente em Campo Grande, inclusive, a retirada de uma das mamas.

Por conta do tratamento e a queda de cabelos, ela decidiu também raspar a cabeça e assumir para o mundo a sua careca, com intuito de motivar outros pacientes e compartilhar suas experiências. “Eu digo que nunca estive com o câncer, o câncer apenas esteve aqui e eu o venci. Por isso, meu coração está que não se aguenta de tanta emoção. Ainda espero ajudar muitas pessoas”.

Agora, psicóloga quer continuar ajudando pacientes da área oncológica. (Foto: Eder de Camargo)
Agora, psicóloga quer continuar ajudando pacientes da área oncológica. (Foto: Eder de Camargo)

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