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Comportamento

Depois de participar de projetos sociais aqui, Daiana leva apoio à Bolívia

Projeto Esperança quer ajudar famílias bolivianas com assistência médica, cestas básicas e até cadeiras de rodas

Thaís Pimenta | 16/11/2018 08:14
Daiana, a frente, junto dos voluntários do Projeto Esperança, que já existe há um ano. (Foto: Acervo pessoal)
Daiana, a frente, junto dos voluntários do Projeto Esperança, que já existe há um ano. (Foto: Acervo pessoal)

Por ter visto de perto a pobreza na Bolívia, a estudante Diana Perez Roman decidiu que era hora de levar apoio às famílias que vivem na linha da miséria do outro lado da fronteira . Assim, há cerca de 1 ano, surgiu o Projeto Esperança. A menina de família boliviana ainda tem a mãe, Verônica Perez, morando no país vizinho, e aprendeu aqui que sempre pode ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas. 

''Eu trabalho em um projeto chamado Fraternidade Despertar há cerca de 3 anos. Era um projeto espírita, em que  aos domingos se tornava um posto de assistência à comunidade carente, tem as doações de roupas, alimentos, orientações, e pouco a pouco, por conta de conhecer a realidade na Bolívia, já que eu morei lá por 18 anos e nasci em Corumbá, na fronteira, quis levar esse espírito de caridade a eles'', lembra Diana.

Ela já diz ter visto pessoas jogarem fora doações de roupas e a partir daí entendeu que já era hora de dirigir as forças a outras comunidades que precisavam de atenção.

''Lembro que eu catei tudo aquilo, levei para minha casa, e pedi autorização para o presidente do projeto, o Nilton Giraldelli, para nós levarmos aquelas roupas à Bolívia, levar uma ação social como fazem no Brasil para lá. Ele gostou muito da ideia e passou a nos apoiar''. A primeira viagem aconteceu no mês de dezembro do ano passado e atendeu 300 famílias com 58 cestas básicas, cadeiras de rodas e enxovais.

Reinaldo e a tia, responsáveis por nomearem o projeto. (Foto: Acervo Pessoal)
Reinaldo e a tia, responsáveis por nomearem o projeto. (Foto: Acervo Pessoal)

Todas as famílias atendidas são cadastradas por sua mãe em uma visita prévia, Daiana seleciona quais devem ser atendidas a cada viagem para Porto Quijarro, ao lado de Corumbá. ''Vamos à casa de cada uma dessas pessoas, fazemos uma avaliação, o levantamento do que elas precisam'', pontua.

Ainda de acordo com a estudante, são famílias em estado de miséria, coisa que a gente não tem nem noção por aqui. Ela cita como exemplo Miguel, um rapaz de 20 anos que por conta da atrofia nas pernas fica deitado o dia todo no chão de casa. Ele sente dor ao sentar, não sai para ver o dia, e mesmo assim sorriu para a equipe do projeto o tempo todo. ''Faltava uma cama apropriada e uma cadeira de rodas para a vida dele mudar para melhor''.

Mas foi o caso do menino Reinaldo que deu o nome ao Projeto Esperança. ''Minha mãe se deparou com uma história de uma que criança que foi abandonada pela mãe no mato e foi entender a real situação dessa criança. Reinaldo hoje tem 8 anos e só está vivo graças ao amor que recebe da tia, que pegou essa criança deficiente e cuida como sendo sua. A tia nos relatou que seria uma esperança pra ela a nossa ajuda, daí veio o nome. Reinaldo foi o primeiro a receber assistência médica e a ganhar uma cadeira de rodas''. 

 (Foto: Acervo Pessoal)
(Foto: Acervo Pessoal)
Processo de checagem e separação das cestas. (Foto: Acervo Pessoal)
Processo de checagem e separação das cestas. (Foto: Acervo Pessoal)

Em um ano, o projeto tomou formas surpreendentes para a equipe de coordenação, formada por toda a família da Daiana. A segunda viagem aconteceu no dia 20 de maio e já contou com mais profissionais da saúde, com fisioterapeutas e dois clínicos gerais. Cerca de 700 famílias foram atendidas, 118 cestas foram entregues, 15 cadeiras de rodas, camas hospitalares, 30 kits de enxoval de bebe, inclusive até o ônibus usado para a viagem foi uma ajuda ao projeto. 

Tudo é arrecadado por meio de doações em eventos organizados pelo Projeto Esperança, que inclusive realiza o Domingo da Cultura Boliviana no dia 18 de novembro, na sede da Fraternidade Despertar, às 9h.

Para a próxima viagem, eles contarão com o apoio dos médicos e acadêmicos que fazem Medicina na Bolívia, tanto para atendimento, quanto para receitar medicamentos. O projeto se estenderá também à cidade de São José, coisa que eles não imaginavam ser possível com tão pouco tempo de voluntariado.

Médicos se dispõe a fazer atendimentos no país vizinho. (Foto: Acervo Pessoal)
Médicos se dispõe a fazer atendimentos no país vizinho. (Foto: Acervo Pessoal)

''Nós crescemos em número de voluntariado, o que nos deixa muito contentes. Na primeira viagem foram 15 pessoas, agora já temos 35 pessoas envolvidas. Nossa meta para essa viagem são 200 cestas, que ainda não conseguimos arrecadar, mas pretendemos conseguir neste evento''.

Um trabalho árduo e corajoso, é assim que Diana define. ''Nós conseguimos tudo isso com muito carinho. As pessoas se comovem com as histórias que contamos e vemos que o brasileiro tem uma alma caridosa''.

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