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Comportamento

Dona de café cria promoção para quem for gentil e acaba ganhando um marido

Paula Maciulevicius | 02/10/2015 06:12
Escrita à mão, a lousa apoiada em uma das bancadinhas do lugar dá o recado. (Foto: Fernando Antunes)
Escrita à mão, a lousa apoiada em uma das bancadinhas do lugar dá o recado. (Foto: Fernando Antunes)

A história é de amor e de por favor. Quando a dona de uma portinha de sucos na 13 de Maio decidiu que a vontade de fazer o bem e praticar a gentileza seriam a estratégia de marketing da "Sucolândia", ela ganhou mais que clientes, um marido. No bom humor, Andréia conta que um ano depois de aderir à campanha do "um café por favor", foi essa a forma que Gilberto encontrou de chegar até ela.

Escrita à mão, a lousa apoiada em uma das bancadinhas do lugar dá o recado. "Valor do café: Me vê um café R$ 2,00; Por favor um café R$ 1,50; Oi bom dia Andréia, por favor um café? R$ 1,00". "Essa placa foi assim, eu vi um post em italiano, traduzi e resolvi trazer pra cá", explica Andréia de Paula Dias Anzou, de 38 anos. 

Essa foi a terceira ideia implantada na casa de sucos que tem quatro anos. Na abertura, Andréia conta que dava o primeiro e o último café do dia de graça, mas como a vizinhança já conhecia a promoção, desfrutava dela. Foi então que ela resolveu trabalhar com o café pago. O diálogo era mais ou menos esse:

- Quanto é o café?
- Está pago.
- Como assim? Quem pagou?
- Não sei, já está pago. Você não quer deixar um café pago para a próxima pessoa?

O café com o cumprimento de bom dia e o acréscimo de por favor sai mais barato. (Foto: Fernando Antunes)
O café com o cumprimento de bom dia e o acréscimo de por favor sai mais barato. (Foto: Fernando Antunes)

No entanto, a corrente do bem, de um pagar café para o próximo era, por vezes, quebrada na rotina por gente que não levava a brincadeira no bom humor. Daí que entrou a plaquinha 'Oi Andréia, bom dia' e junto com ela, veio Gilberto.

Consultor de vendas, ele entrava na casa de sucos para tomar picolé. Por trabalhar por ali, almoçava pertinho e antes de voltar pro batente, tomava um sorvete. Um belo dia o freezer foi tirado da porta, ele entrou e perguntou o por quê para a dona, que respondeu que estava trocando de marca. No lugar, ela ofereceu um café e ele entrou na brincadeira de ser gentil. "Oi Andréia, um café por favor".

"Eu falei da placa e fui puxando conversa. Começou assim mesmo, pela gentileza, acabou sendo mais dinâmica a nossa conversa. Não tive dificuldade", brinca Gilberto Kenji Anzou, de 44 anos.

Gentileza trouxe à Andréia um marido: Gilberto. (Foto: Haroldo Xavier)
Gentileza trouxe à Andréia um marido: Gilberto. (Foto: Haroldo Xavier)

Naquele mesmo dia, quando o cliente saiu, a dona comentou com a funcionária o quanto ele "chamava" a atenção dela. E a ajudante, mais que depressa, tratou de conseguir o contato dele. "Eu saí e quando voltei, lá de dentro ela acenava o cartão para mim. Eu consegui, eu consegui o telefone dele", conta Andréia.

O cartão, Andreia já tinha, mas pensava que o celular registrado fosse apenas de uso comercial. Num sábado, de bobeira, resolveu mandar um WhatsApp. "Te achei" e obteve como resposta "que bom que você me achou".

Depois de uma semana de conversa eles marcaram um jantar, engataram um namoro se casaram um ano depois. Em junho, completaram dois anos de casados. "O amor nasce da gentileza. Acho que foi a prestatividade do Gilberto...", justifica Andréia.

Mesmo com toda gentileza proposta como desconto, ainda tem gente que prefere pagar R$ 2,00 a falar bom dia. Mas fazer o que né? A Sucolândia fica na Rua 13 de Maio, n° 1859. O café a R$ 1,00 funciona de segunda a sexta 7h30 às 18h e aos sábados até às 13h.

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Cliente e proprietária se casaram em junho de 2013. (Foto: Haroldo Xavier)
Cliente e proprietária se casaram em junho de 2013. (Foto: Haroldo Xavier)
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