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Comportamento

Enquanto a gente sofre com o calor, quem deixou o Estado se esbalda na neve

Paula Maciulevicius | 19/02/2014 06:36
Saudades do calor? Nem pensar. A estudante Maísie Boenig está adorando o frio e a neve. Como se pode perceber.
Saudades do calor? Nem pensar. A estudante Maísie Boenig está adorando o frio e a neve. Como se pode perceber.

As temperaturas por aqui estão bem acima dos 30°C. Como se não bastasse a judiação que os termômetros provocam no Estado, tem também o sol que não baixa a guarda. Enquanto a gente sofre, tem quem se esbalde na neve e no Inverno lá longe. Eles saíram do calor e hoje vivem a descoberta dos casacos e botas, aproveitando a deixa para fazer inveja a quem pede um diazinho se quer de trégua do intenso calor.

A estudante Maísie Boenig, de 20 anos, está desde dezembro nos Estados Unidos. Nesta terça-feira, por exemplo, Nova Iorque marcava -8°C, acompanhado de neve. “Pelo visto vai nevar o dia todo”, descrevia na conversa. Pela primeira vez num inverno rigoroso assim, ela decidiu passar um tempo fora para aprimorar o Inglês e está adorando a experiência. “Ver a neve caindo em todas as ruas, os carros lotados de neve, os lados congelados. Estou gostando do frio aqui”, disse.

Ainda sem data para voltar ao Brasil, ela tenta aproveitar ao máximo as temperaturas negativas. Nos primeiros dias de neve, o passeio era no Central Park, vendo o chão coberto de branco e os simpáticos esquilos de pertinho. Cena de filme.

Esquiar na neve é um dos afazeres que só as baixas temperaturas proporcionam.
Esquiar na neve é um dos afazeres que só as baixas temperaturas proporcionam.

“É muito interessante, porque aqui eles são preparados para o Inverno. Todos os lugares, lojas e restaurantes, são aquecidos. O frio é nas ruas, nos parques”, narra.

Sobre sentir saudades de casa, nem o calor, as poucas roupas ou sair de chinelos, nada disso passa pela cabeça da jovem. Pelo menos ainda não. “Sinto saudade da comida, do arroz e do feijão. No mais, não mesmo” conta aos risos.

Morando em Paris desde outubro deste ano para o doutorado, a jornalista e pesquisadora Ivanise Andrade, de 34 anos, tem na ponta da língua as piadinhas para os amigos. “Dá para curtir com a cara do pessoal. 'Ah, está uma onda de calor aqui, está fazendo 12 graus. Isso nos dias mais quentes do inverno', brinca.

Para sentir a neve pela primeira vez, Ivanise teve de viajar aos alpes franceses e suíços, já que em Paris ainda não caiu nenhum floco. A viagem rendeu fotos maravilhosas de matar de inveja quem mal consegue ir pescar debaixo do sol em Mato Grosso do Sul.

Nos alpes suíços, a jornalista que mora na Europa desde outubro faz o boneco de neve pela primeira vez.
Nos alpes suíços, a jornalista que mora na Europa desde outubro faz o boneco de neve pela primeira vez.

Durante a conversa, fazia 8°C em Paris, mas com a sensação de 6, informou a jornalista, isso enquanto em Campo Grande, o termômetro marcava 29°C. Temperatura até que amena.

A saudade ainda não bateu forte à Ivanise, talvez pela recente chegada ao frio. “Estou aproveitando a nova experiência com coisas que só fazemos no inverno: algumas comidas, roupas, baladas mais intimistas, programas como concertos, teatros, andar na neve, nas montanhas”, enumera.

Para estudar teatro, o jovem Antonio Ayoub, de 18 anos, trocou Campo Grande por Nova Iorque. Há cinco meses convivendo com o frio, na bagagem ele ainda traz um pouquinho do calor do Brasil.

“Janeiro eu voltei para o Brasil por duas semanas, cheguei a ir para praia e tudo mais, mas mesmo assim não foi o suficiente, o Inverno aqui judia muito”, descreve. E com toda razão, na semana que passou por Nova Iorque viveu uma intensa nevasca. “Como moro do lado da faculdade, eu fui para a aula, mas muita gente faltou por conta do tempo”, conta.

Esta não era a primeira vez do garoto no Inverno e nem na neve. Graça mesmo, ele diz que só tem na primeira semana. “Até que foi uma experiência legal, ir no Central Park cheio de neve. É lindo, mas depois a sensação passa, porque é horrível para andar na rua e acaba que você nem sai de casa. Eu sinto muita falta do calor, da minha família e dos meus amigos”, resume.

“Agora até que não está tão frio, nesse final de semana chegou a fazer -10°C”, conta. É de se pensar duas vezes em trocar o calor infernal daqui por temperaturas tão baixas.

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