Enquanto tudo é digital, Gislaine cria e enfeita móveis para casa de boneca
Artesã pensa em cada detalhe e até faz os tapetes de crochê para os imóveis, que custam entre R$ 150 a R$ 800

Em meio à tecnologia e telas, tem gente que insiste, e ainda bem, no analógico. Sem condições de comprar uma casinha de boneca na infância, Gislaine Herrero transformou a vontade em uma ideia de negócio, que ela faz questão de criar e enfeitar, da cadeira à geladeira dos imóveis. Ali, são os pequenos detalhes que fazem a diferença, e cada ambiente é único dentro das casinhas.
Ela já era artesã e vendia bonecas de pano quando decidiu que era hora de realizar o sonho. Com a ajuda do marido, ela comprou uma máquina de corte e começou a estudar o negócio. Como ele é técnico em informática, a programação e o molde ficam por conta dele.
Apesar de também fazer o corte das peças no fundo da casa onde mora com a família, no bairro União, a parte que ela mais gosta é a pintura, de colocar de fato a mão na tinta e começar o que ela chama de um dos processos de terapia.
A vontade de fazer as casinhas, além de satisfazer um desejo de infância, veio pela clientela que começou a pedir.
“A gente faz do jeitinho que a pessoa quer, com mais escada, menos escada. Todos os móveis são cortados e pintados por mim. Eu faço até os tapetes de crochê, tudo. Nunca tive as casinhas de Barbie, não tinha condições, mas agora tenho essas. Eu adoro, não largo. Fiz essa do Lilo e Stitch porque me pediram e gostei, aí deixei para pronta entrega.”
O valor das casinhas varia de R$ 150 a R$ 800, dependendo do tamanho, complexidade, quantidade de cômodos e móveis. Gislaine conta que a mais cara chegou a custar mil reais e tinha quase dois metros.
O negócio vai bem, mas a passos lentos. Apesar do talento, ela admite que ainda não dá para viver apenas das casinhas.
“Meu marido complementa a renda, mas eu só mexo com isso. Não largo, porque é minha terapia. Quando minha filha saiu de casa, entrei meio que em desespero, tive uma depressão. Minha vida era cuidar das meninas. E o artesanato me salvou.”
Natural de Lins, cidade do interior de São Paulo, ela vive sozinha com o marido e uma das filhas. A mais velha foi embora para fazer medicina no Paraguai. A saída dela causou na famosa Síndrome do Ninho Vazio. Aquele sentimento de tristeza, solidão que alguns pais podem sentir quando os filhos deixam a casa.

“Meu marido veio passear aqui e arrumou um emprego, aí nós viemos. Isso faz 26 anos. Ele tem uma empresa de informática. O processo de criação, o mais difícil, é o projeto, criar ele no programa. Isso é ele que faz. Antes de engravidar, eu era assistente administrativo e até pensei em voltar. Trabalhei quando as meninas eram pequenas, mas foi meio traumatizante para elas e larguei.”
Além das casinhas, ela ainda vende bonecas de pano com tecido antialérgico e totalmente personalizáveis. No catálogo de produtos também estão as lembrancinhas e itens decorativos de MDF para festas infantis. Quem quiser conhecer o trabalho, o perfil é @gl_gislaine.
Confira a galeria de imagens:
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