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Comportamento

Férias de Adão é ir desfilar com fantasia exuberante em Corumbá

Adão é cabeleileiro de profissão e nas horas vagas, monta fantasias para o anual desfile de Carvanal

Bárbara Cavalcanti | 28/10/2021 14:06
Adão em uma das fantasias, feitas artesanalmente. (Foto: Arquivo Pessoal)
Adão em uma das fantasias, feitas artesanalmente. (Foto: Arquivo Pessoal)

Adão Barboza, de 57 anos, paga as contas com a profissão de cabeleireiro com seu salão no Bairro Coophasul há quase 40 anos. Nas horas vagas, entra em uma fantasia de 120 kg e quase 6 metros de largura para desfilar no Ginásio Corumbaense, na quinta-feira antes do Carnaval. “Ser cabeleireiro paga minhas contas ao longo do ano. Minhas férias é o Carnaval”, expressa.

O trajeto de 425 quilômetros até a Cidade Branca é feito com a fantasia desmontada, colocada em um caminhão baú, junto com outras armações de outros carnavalescos.Todo dinheiro sai do bolso de Adão, desde a confecção até o transporte. Ele afirma que os gastos somados chegam a quase R$ 20 mil.

“Fazer a fantasia demora uns três meses. Se colocar tudo na ponta do lápis, material, o ferro, as plumagens, dá uns R$ 20 mil, por ai”, detalha. A fantasia de 2022 ainda não pode ser revelada, mas ao Lado B, Adão mostrou o figurino.

“Na verdade, essa fantasia era para esse ano, mas como não teve, já vai para o ano que vem. Ainda precisa de acabamento, mas já está praticamente pronta. As lantejoulas são todas coladas uma por uma à mão”, descreve.

Mas a paixão pela festa não diminui, mesmo diante do alto preço e esforços envolvidos. “Eu sempre gostei de Carnaval. Ganhei o desfile por 10 anos consecutivos. Depois de um tempo, eles dão o título de Hors Concours, que é quem desfila, mas não compete, para dar chance para outras pessoas. Mas não tem nem como descrever a sensação, desfilar é outra coisa”, comenta.

Adão vestido em uma das fantasias de anos anteriores. (Foto: Arquivo Pessoal)
Adão vestido em uma das fantasias de anos anteriores. (Foto: Arquivo Pessoal)

As fantasias são praticamente carros alegóricos. A apresentação envolve também pensar em todo o conceito e temática, e Adão já desfilou em alguns diferentes. “Já fiz uma que o tema era Baile Moscou. Também já fiz uma de astronauta. Essa daqui foram os sete pecados capitais”, explica, enquanto mostra as fotos.

E até a família também encara a distância para apoiar Adão. “Depois do desfile, surge parente de todos os lados para me ajudar a desmontar”, se diverte.

Lamenta a falta de incentivo para desfiles na Capital e deseja que um dia, Campo Grande tenha mais entusiasmo com a festa. “A fantasia a gente guarda para ao longo dos anos poder usar em apresentações, assim a gente vai conseguindo recuperar o dinheirinho. Lá em Corumbá também já sai em escolas de samba, eles me contratam para desfilar. Mas infelizmente, aqui não tem tantas oportunidades, algumas vezes querem que a gente desfile até de graça”, expressa.

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