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Comportamento

Há 40 anos, 'Cocada de Mainha' é herança doce deixada por dona Alda

‘Mainha’ partiu deste mundo há 7 anos, mas, antes de se despedir, deixou os filhos encaminhados na profissão

Por Clayton Neves | 23/05/2025 06:50
Há 40 anos, 'Cocada de Mainha' é herança doce deixada por dona Alda
Ademir e Adilson, os irmãos Jarcem, mantêm tradição dos doces da mãe. (Foto: Osmar Veiga)

Há 40 anos, a barraca ‘Cocada de Mainha’ carrega história que atravessa gerações. Nela, os irmãos Jarcem, Ademir, de 68 anos, e Adilson, de 58, mantém viva a tradição do preparo de doces que aprenderam a fazer com a mãe, dona Alda. Há 7 anos, ‘Mainha’ partiu deste mundo, mas, antes de se despedir, deixou os filhos encaminhados na mesmo caminho por onde ela trilhou em vida.

“Faz uns 40 anos que nós vendemos cocada, acho que somos uns dos mais antigos a vender cocada aqui em Campo Grande”, conta Ademir. Quilombola de uma comunidade de Rio Brilhante, os irmãos aprenderam o ofício com a mãe, que deixou os saberes como principal herança.

Juntos diariamente há tanto tempo Adilson e Ademir contam que o segredo para a parceria não ruir é sempre se lembrar do lado maior que os une. “A gente pode até ter aquela discussão de irmão, mas logo estamos fazendo as pazes e fica tudo bem. Se for funcionário, vai embora e nunca mais volta. Já irmão pode até se desentender, mas no outro dia continua de novo”, resume.

Há 40 anos, 'Cocada de Mainha' é herança doce deixada por dona Alda
Cocada, quebra-queixo, paçoca e pé de moleque são poções na barraca. (Foto: Osmar Veiga)

A barraca com rodinhas vai para onde o povo está. Agora, o ponto fixo da dupla é no cruzamento das ruas 14 de Julho e Dom Aquino. “Já vendemos em festa, rodeio, exposição, e agora paramos aqui no centro. Nosso carrinho tem rodas, a gente sempre está indo pra lá e pra cá”, conta Ademir.

Além das cocadas nas versões branca, preta e com leite condensado, eles oferecem coquinho torrado, pé de moleque, paçoca e o clássico quebra-queixo. Entre as opções, o campeão de vendas é a maçã do amor e todos os doces têm preço fixo.  “Aqui é 7 reais. O cara pode chegar e escolher”, pontua.

Além de trabalhar nas vendas, Ademir conta que também é músico e canta sertanejo em festas de aniversário e eventos. E até nessas ocasiões, costuma levar os doces para vender. “A gente já leva a cocada, leva a aparelhagem, canta e faz a festa”, resume.

Há 40 anos, 'Cocada de Mainha' é herança doce deixada por dona Alda
Cruzamento das ruas 14 de Julho e Dom Aquino é novo ponto fixo da dupla. (Foto: Osmar Veiga)

Na labuta das vendas, a dupla conta que sente as mudanças na cidade. “A coisa mudou bastante com os anos. Hoje, em um dia você vende bem, outro vende um pouquinho, e assim vai levando a vida, pra levar o para as crianças e os netinhos”, relata Ademir, que tem 11 filhos, 8 netos e já é bisavô de 4. “Foram todos criados com a venda dos doces”, finaliza.

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