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Comportamento

Lembranças das coisas que o tempo fez cair em desuso

Elverson Cardozo | 26/11/2012 07:38
Assistente de ações sociais, Elenir Santana ainda guarda fotos 3x4 na carteira. No registro, o filho Brayhan, hoje com 12 anos, aparece bem mais novo. (Foto: Simão Nogueira)
Assistente de ações sociais, Elenir Santana ainda guarda fotos 3x4 na carteira. No registro, o filho Brayhan, hoje com 12 anos, aparece bem mais novo. (Foto: Simão Nogueira)

Ele é responsável por transformações importantes e, querendo ou não, vai passar para qualquer um. Mas não é só na idade que o “senhor da razão”, reflete. O tempo, implacável, fez com que muita coisa do passado caísse em desuso.

São hábitos antigos, que remetem à época em que os pequenos detalhes, se comparados às facilidade de hoje, dificultavam a vida, mas conseguiam deixar ela mais interessante e divertida.

Quem não se lembra dos cadernos de caligrafia? Poucos foram os que preservaram a boa letra e não se renderam aos teclados dos computadores. E as fotografias 3x4 que se guardava na carteira? As agendas telefônicas nas cadernetas? As listas telefônicas distribuídas pelas operadoras?

São alguns exemplos das “manias” que “caíram da moda” há pouco tempo, uma ou duas décadas, no máximo.

A velocidade com que a evolução e o avanço da tecnologia se apresentam deixam a impressão de que o passado, muitas vezes recente, ficou em um período remoto, quase inacessível aos olhos de quem já nasce conectado.

Ingrid Izabela de Souza, de 14 anos, não faz nem idéia do que é folhear uma lista telefônica ou guardar números em agendas físicas, por exemplo. Tudo, para ela, está mais fácil, na internet, ao alcance dos olhos, a um simples clique.

“O tempo que você vai ocupar procurando na lista você está com o celular na mão. É só entrar na internet”, disse.

“A gente tem que aproveitar a tecnologia para isso”, completou a estudante, ao lado da tia, a doméstica Cristina Valverde, de 28 anos, que é mais saudosista e ainda guarda na carteira as fotos 3x4 do pai e do filho. “Traz aquela época que a gente tirava fotos nas praças”, lembra.

Ingrid, que nasceu na “era digital” e já está em tudo que é rede social, acha isso uma chatice. Cristina discorda, mas entende que a modernidade é a responsável pelo argumento da sobrinha.

Gabriela, de 6 anos, virou papel de parede no celular da mãe, a doméstica Cristina Valverde. (Foto: Simão Nogueira)
Gabriela, de 6 anos, virou papel de parede no celular da mãe, a doméstica Cristina Valverde. (Foto: Simão Nogueira)
'É mais fácil', disse Cristina, ao comentar sobre facilidades da tecnologia. (Foto: Simão Nogueira)
'É mais fácil', disse Cristina, ao comentar sobre facilidades da tecnologia. (Foto: Simão Nogueira)

Mas, apesar de valorizar o que é de “antigamente”, a dona de casa se rendeu à tecnologia. No celular, que tem “mil e uma funções”, a foto da filha Gabriela, de 6 anos, virou papel de parede. “É mais fácil”, reconhece.

Assistente de ações sociais, Elenir Santana Gomes, de 31 anos, é da época em que era comum mandar rolos fotográficos para revelar. “Quando era no filme você tinha vontade de ver a foto logo”, relembrou.

Hoje, as lembranças eternizadas pelas lentes de super máquinas acabam se perdendo, tamanha facilidade. “Tenho pelo menos 10 mil fotos digitais”, contou, ao dizer que já perdeu muita coisa que estava armazenada em CDs, pendrives e em outros dispositivos digitais.

Elenir Santana não dispensa a tecnologia, mas faz questão de cultivar algumas das manias que já caíram em desuso. Também coleciona fotos 3X4. Na carteira, Brayhan, o filho que hoje tem 12 anos, aparece criança. “Já nem tem mais essa carinha”, disse, ao rever o registro.

Brenda, a outra filha, que está com 9 anos, não ficou de fora. Foi fotografada, no mesmo formato, aos 6 meses. “Não foi para nenhum documento. A gente parava e acabava tirando foto mesmo”, afirmou a mãe.

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