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Comportamento

Luciana é confiante apesar do câncer, mas precisa de doações para ter um filho

Com câncer raro, uma cirurgia a deixará estéril, por isso lançou campanha para arrecadar dinheiro e congelar embriões antes da operação

Thailla Torres | 23/10/2017 07:53
Dona de um sorriso otimista, Luciana tem enfrentado um dos momentos mais difíceis que já teve na vida.
(Foto: Arquivo Pessoal)
Dona de um sorriso otimista, Luciana tem enfrentado um dos momentos mais difíceis que já teve na vida. (Foto: Arquivo Pessoal)

Há seis meses, olhar no espelho ganhou outro reflexo na vida da médica Luciana Cafure. Dona de um sorriso otimista e carregado de esperança, ela tem enfrentado um dos momentos mais difíceis que já teve na vida: o diagnóstico de um câncer raro e maligno. Mas diante do tratamento e das cirurgias, o que tem mexido com a emoção de Luciana, é a vontade de ter um filho.

Apesar da gravidade do caso, a confiança na vida é enorme. Por isso, Luciana continua firme no sonho de ter um filho, mas a doença evoluiu de tal forma que ter uma família agora depende de procedimentos que custam muito caro e a única solução é arrecadar o suficiente até o dia 26 de outubro. Para conseguir dinheiro, ela apelou para a solidariedade via internet.

Luciana e o marido já tiveram sua história contada no Lado B em 2015, quando casaram. Agora, ela e Kelvin Felipe Gimenes da Silva falam sobre a decisão de ter um filho que marcou o início de uma batalha pela saúde. "Resolvi fazer todos os exames antes de engravidar para ter um cuidado extra. E descobri um cisto no ovário direito, com 2 cm de diâmetro, que deveria ser removido com cirurgia, antes de engravidar, porque os hormônios da gravidez fazem o cisto crescer loucamente", narra Luciana. 

Esse foi o primeiro susto para ela e a família, mas nada que mudasse o sonho de ser mãe. Luciana passou pela cirurgia de retirada do cisto. Mas durante a alta, o médico lhe disse que havia encontrado 5 lesões na trompa esquerda, do outro lado do cisto.

Kelvin e Luciana. (Foto: Arquivo Pessoal)
Kelvin e Luciana. (Foto: Arquivo Pessoal)

"No primeiro retorno pegamos o resultado que deu inconclusivo, sem dizer se era benigno ou maligno. Esperei por outra avaliação feita em São Paulo até que recebi o envelope com o resultado de Mesotelioma Maligno Epitelioide Peritoneal. Um câncer raro, geralmente ligado a pessoas do sexo masculino".

É uma doença do peritônio, que envolve todos os órgãos do abdômen. O diagnóstico é frequentemente tardio e grave, por isso, aparecer em Luciana, aos 32 anos, fez surgir uma série de dúvidas. "A revisão da biópsia passou pela mão de vários médicos daqui, além de São Paulo que pediram opinião de laboratório nos Estados Unidos. Mas no fim das contas o diagnóstico foi confirmado", descreve.

Em julho, Luciana passou por uma nova cirurgia onde foi retirada a trompa esquerda e outras duas lesões cancerígenas. "Mas novos exames mostraram o mesmo tipo de câncer, porém multifocal e com sinais de microinvasão", detalha.

Mas para tratar esse tipo de câncer seria necessário a peritonectomia, uma cirurgia com uma única sessão de quimioterapia diretamente no abdômen. "A cirurgia custa em torno de R$ 150 mil e após 3 meses de muita negociação, o convênio irá cobrir 70% do seu valor. O restante será parcelado e pago com meu salário", diz. 

E é com essa cirurgia que Luciana vai mudar sua vida para sempre e está em busca de ajuda para realizar um sonho. "Serão removidos meus 2 ovários, me deixando estéril pra sempre. Minha única chance de ter filhos é a captação de óvulos, fertilização in vitro e congelamento dos embriões antes da cirurgia, um processo que custa R$ 23 mil".

Lutando pela vida e sem condições de realizar o procedimento, Luciana e o marido estão em busca de ajuda para serem pais. A confiança toma conta em relação a doença, mas dói imaginar que não poderá ter mais filhos. "Não vai ser fácil e pra ser sincera estou morrendo de medo. Não consigo falar ou pensar no assunto sem chorar. Mas eu vou com medo mesmo, porque minha única escolha é viver".

Com cirurgia agendada para o dia 14 de novembro, o casal pede o apoio de amigos e familiares para na esperança de um filho no futuro. "É tudo que a gente mais sonha. Eu sei que estou com câncer, mas tudo vai ficar bem. São duas afirmações bastante contraditórias, porém verdadeiras. Se até lá alguém cruzar no meu caminho, vai me ver sorrir, brincar e fazer piada da minha própria vida como sempre, porque vai dar tudo certo", diz.

Quem quiser ajudar Luciana e Kelvin basta clicar aqui.

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