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Comportamento

Mesmo com 96 anos, Leonarda sobreviveu a um infarto para alegria da Coophavila

Thailla Torres | 03/11/2017 08:35
Não tem quem não conheça dona Leonarda na região do Coophavila.
Não tem quem não conheça dona Leonarda na região do Coophavila.

Não tem quem não conheça dona Leonarda na região do Coophavila II, em Campo Grande. Se não fosse pela dedicação à comunidade católica do bairro, seria pelo jeito festeiro. Mas no final da manhã de sábado, a senhorinha de 96 anos deixou os moradores angustiados. Enquanto caminhava na feira livre, uma dor no peito chegou de repente.

Ela conseguiu voltar pra casa, foi socorrida pelos filhos e levada à unidade de saúde. O médico, imediatamente, constatou o infarto a encaminhou para internação na Santa Casa de Campo Grande para cirurgia.

Mas a semana começou com um sorriso estampado no rosto de Leonarda e da família. Apesar dos 96 anos, tudo deu certo com cateterismo e angioplastia, o que garantiu a volta ao bairro.

Leonarda dançando em mais um baile do bairro.
(Foto: Arquivo Pessoal)
Leonarda dançando em mais um baile do bairro. (Foto: Arquivo Pessoal)

Dona de uma animação contagiante, quase um século de vida é só um detalhe para a mulher miúda, que adora bater perna pela Cophavila. "A prova disso é que saiu da cirurgia mais falante e animada do que tudo. Louca para ir pra casa", conta a técnica de enfermagem, Irene Brites, de 61 anos, filha de dona Leonarda.

A voz de Irene soa aliviada, depois que o pedido pela vida da mãe foi atendido. "Rezamos um terço juntas antes da cirurgia, eu estava muito angustiada, mas minha mãe não perdeu a fé em nenhum minuto. Chegou a dizer que o coração dela continuaria forte".

No bairro, a comemoração também foi grande. "Ela é tão conhecida que todo mundo ficou ansioso por uma boa notícia. Está sempre pelo mercado, igreja e vizinhança".

Mãe de 6 filhos, Leonarda foi agricultora na vida e aprendeu a importância do esforço ainda na infância. A vida dela, assim com a sua longevidade, servem de exemplo e arrancam lágrimas da filha. "Minha mãe trabalhou muito na roça, sempre descalça. Passou por situações difíceis, mas criou todos os filhos com uma educação de deixar todo mundo orgulhoso."

Por isso, Leonarda nunca negou atenção a quem precisava. "Além de festeira, ela sempre foi muito amiga, ajudando e conversando com as pessoas do bairro. Para ela todo mundo é igual".

Por conta da recuperação, ela não conversou com a gente. A filha diz que a lucidez também já não é a mesma e as palavras saem confusas em alguns momentos do dia. Por isso, os filhos a proibiram de cozinhar para sua segurança, mas nada impede Leonarda de voltar a caminhar pela vizinhança e participar dos eventos, mesmo na companhia de um filho.

"Hoje ela não sai de casa sozinha, mas continua levando uma rotina normal. Gosta de dançar, conversar e ver os amigos do Centro Comunitário. É esse vínculo que a mantém viva", descreve Irene.

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