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Comportamento

Na Itália, campo-grandense cria projeto para filhos não esquecerem o português

Todos podem colaborar aqui do Brasil mesmo, doando livros para o projeto, que também resgata as brincadeiras mais genuínas da infância

Thailla Torres | 23/06/2018 08:34
Os laboratórios acontecem ao ar livre com intuito de fazer a criançada brincar, ler e ouvir histórias em português. (Foto: Arquivo Pessoal)
Os laboratórios acontecem ao ar livre com intuito de fazer a criançada brincar, ler e ouvir histórias em português. (Foto: Arquivo Pessoal)

Mãe de 2, a jornalista sul-mato-grossense Eliane Oliveira tem um preocupação depois de anos morando na Itália. Não quer que os filhos cresçam sem conhecer a língua portuguesa. Como sabe que não é a única mãe a pensar assim, desenvolveu um projeto que reúne leitura e brincadeiras em português. Os laboratórios acontecem também ao ar livre, para fazer a criançada brincar, ler e ouvir histórias.

"É com objetivo de manter o português, a língua materna, que os filhos normalmente tem contato até os três anos. Depois disso, quando eles começam a ter uma vida social, a língua predominante torna-se a do país em que vivem. E o português que é uma língua materna, passa a ser de herança", explica Eliane.

Foi observando a comunicação dos filhos que teve certeza das raízes que estavam ficando para trás. "Percebi que meu filhos estavam esquecendo o português e foi procurando algo para eles que me dei conta que não havia nada relacionado a isso que proporcionasse a socialização com a Lingua Portuguesa".

Eliane é jornalista e encontrou um novo jeito inspirador de trabalhar com a comunicação. (Foto: Arquivo Pessoal)
Eliane é jornalista e encontrou um novo jeito inspirador de trabalhar com a comunicação. (Foto: Arquivo Pessoal)

A maioria das crianças compreende, mas não fala mais o idioma. Elas têm dificuldade de falar porque ouvem só o italiano, predominante no cotidiano. 

Por isso os laboratórios acontecem de maneira transformadora e inspiradora para a família. "É um encontro normal, sem obrigar a criança a falar o português, mas com intuito de transformar o encontro com brincadeiras lúdicas e pedagógicas dentro de um contexto cultural".

Encontros capazes de fazer até adulto voltar no tempo com as brincadeiras da infância  como pular corda, elástico, ciranda, escravos de jó e bandeirinha. Além de histórias e músicas que tornam a experiência no parque ainda mais prazerosa. "Eles aprendem um mundo quando se descobrem capazes de compreender o que os pais leem ou contam para eles. Eles dão risada e a gente vê que língua materna está presente dentro deles".

Na Itália há 14 projetos como este em nove regiões. O mais novo deles é o de Eliane, em Milão e Cremona, duas cidades do norte da Itália. "Fazemos parte de uma rede criada por mães brasileiras".

Os laboratórios são lúdico-pedagógicos, ou sejam, pensamos e planejados didaticamente para obter determinadas respostas da crianças.

Seja um colaborador - Para dar continuidade ao projeto o "Ciranda de Português" está com uma campanha para arrecadação de livros, brinquedos e jogos educativos. "Nossa meta é criar a Mala de Herança, um projeto semelhante ao que já existe na Alemanda, que é uma biblioteca ambulante onde as crianças trocam os livros e ganham o passaporte para a leitura".

Mas para dar certo é necessário doações. Eliane já entrou em contato com o consulado brasileiro na Itália, mas até o momento, faltam livros para atender o maior número de crianças possível. "A transformação de um projeto como esse é manter uma cultura e estrutura que faz parte da criança".

Quem quiser conhecer mais e doar livros, que estejam em boas condições para leitura, basta entrar em contato com Eliane pela página do projeto no Facebook.

Criançada aproveita para socializar com o idioma e outras crianças. (Foto: Arquivo Pessoal)
Criançada aproveita para socializar com o idioma e outras crianças. (Foto: Arquivo Pessoal)
O projeto também resgata brincadeiras genuínas da infância. (Foto: Arquivo Pessoal)
O projeto também resgata brincadeiras genuínas da infância. (Foto: Arquivo Pessoal)
Na Itália, campo-grandense cria projeto para filhos não esquecerem o português
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