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Comportamento

Vinicio expôs sua dependência para mostrar como a droga é destruidora

Jovem de 26 anos narra trauma, vício e recuperação para alertar sobre riscos e inspirar recomeços

Por Clayton Neves | 21/08/2025 06:51

Nas redes sociais, Vinicio Eller, 26 anos, se apresenta como um “adicto em recuperação”. Ao invés de esconder a condição, ele decidiu tornar a luta pessoal em narrativa pública para alertar sobre o impacto devastador das drogas, enquanto divide aprendizados do processo de reconstrução.

RESUMO

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Vinicio Eller, 26 anos, usa as redes sociais para compartilhar sua luta contra a dependência química. Após um episódio traumático, ele buscou refúgio em drogas e álcool, mergulhando em um ciclo de vício que impactou sua vida profissional e pessoal. Ele expõe sua história para alertar sobre os perigos da adicção e inspirar outros a buscar ajuda. Internado em uma clínica de reabilitação há onze meses, Vinicio segue um programa de 12 passos, que inclui terapia e atividades para reconstruir hábitos saudáveis. O apoio da família tem sido fundamental em sua recuperação. Com planos de cursar Psicologia, ele deseja usar sua experiência para auxiliar outras pessoas que enfrentam a dependência química, mostrando que a recuperação é possível.

Em vídeos que passou a publicar, o jovem reflete sobre sua história e tenta inspirar quem enfrenta o mesmo problema a buscar ajuda antes que seja tarde.

Natural de Campo Grande, Vinicio cresceu com a mãe,  que trabalha justamente em projetos sociais para afastar crianças das ruas e das drogas. Por conta da sexualidade, ele sempre procurou a independência financeira desde cedo para ter independência. Sempre quis buscar autonomia, ter meu dinheiro, poder usar um gloss, uma maquiagem, me sentir livre”, conta.

Vinicio expôs sua dependência para mostrar como a droga é destruidora
Vinicio ao lado da mãe, peça fundamental na recuperação. (Foto: Arquivo Pessoal)

Aos 17 anos, ele começou a trabalhar e conquistar independência, mas um episódio traumático mudou tudo. “Sofri um estupro e isso desencadeou um vazio muito grande. Eu não conseguia mais me amar e nem amar as pessoas ao meu redor"  revela.

Na busca por preencher o vazio existencial, o álcool foi a primeira substância, seguida por vários outros tipos em um curto espaço de tempo. “Ninguém fala abertamente que a adicção é uma doença progressiva, incurável e fatal e pra mim isso veio de uma forma muito ruim”, detalha.

Vinicio descreve os anos de uso como uma montanha-russa emocional, com momentos de falsa euforia e autoestima seguidos por queda abrupta para a culpa e o vazio. Mesmo sendo reconhecido profissionalmente na área de visual merchandising, começou a faltar ao trabalho para sustentar o vício. "Eu não conseguia mais parar", explica.

Vinicio expôs sua dependência para mostrar como a droga é destruidora
Foto feita em dia de visita da família. (Foto: Arquivo Pessoal)

Pedido de socorro - A primeira internação durou três meses. Após uma recaída, ele buscou ajuda novamente e está há 11 meses em outra instituição. “As tarefas não são só para preencher tempo. São exercícios que nos fazem revisitar sentimentos e entender onde começamos a adoecer. Eu precisei reaprender o que era amor, alegria, mágoa, felicidade”, explica.

O programa é baseado nos 12 passos de Narcóticos Anônimos e Neuróticos Anônimos, que incluem reconhecer a impotência diante da adicção, realizar um inventário moral profundo, admitir erros e buscar reparação.

Além disso, a clínica trabalha com laborterapia, incentivando os internos a manter higiene pessoal, arrumar o próprio espaço e criar hábitos saudáveis que serão essenciais após a saída. “Muitos chegam sem saber como cuidar de si mesmos. Aqui aprendemos a construir uma rotina de dignidade e autocuidado”, reforça.

Vinicio expôs sua dependência para mostrar como a droga é destruidora
Vinicio tem 26 anos e se apresenta como um adicto em recuperação. (Foto: Arquivo Pessoal)

Durante o processo, a presença da mãe e de familiares foi essencial. “Achei que eles tinham desistido de mim. Mas, recentemente, várias pessoas foram me apoiar na clínica. Entendi que nenhuma mãe quer isso para um filho e que todos estavam comigo”, pontua.

Um futuro para além da recuperação - Hoje, Vinicio sonha em cursar Psicologia para ajudar outros em processo semelhante. E os vídeos que tem produzido são extensão dessa missão.

“Quero mostrar que a vida tem muito mais a oferecer. Quem ainda não entrou nesse caminho, que não entre. E quem já está, que saiba que existe saída, mas é preciso pedir ajuda e se cuidar de dentro para fora, mental, emocional e espiritualmente”, finaliza.

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