Vinicio expôs sua dependência para mostrar como a droga é destruidora
Jovem de 26 anos narra trauma, vício e recuperação para alertar sobre riscos e inspirar recomeços
Nas redes sociais, Vinicio Eller, 26 anos, se apresenta como um “adicto em recuperação”. Ao invés de esconder a condição, ele decidiu tornar a luta pessoal em narrativa pública para alertar sobre o impacto devastador das drogas, enquanto divide aprendizados do processo de reconstrução.
RESUMO
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Vinicio Eller, 26 anos, usa as redes sociais para compartilhar sua luta contra a dependência química. Após um episódio traumático, ele buscou refúgio em drogas e álcool, mergulhando em um ciclo de vício que impactou sua vida profissional e pessoal. Ele expõe sua história para alertar sobre os perigos da adicção e inspirar outros a buscar ajuda. Internado em uma clínica de reabilitação há onze meses, Vinicio segue um programa de 12 passos, que inclui terapia e atividades para reconstruir hábitos saudáveis. O apoio da família tem sido fundamental em sua recuperação. Com planos de cursar Psicologia, ele deseja usar sua experiência para auxiliar outras pessoas que enfrentam a dependência química, mostrando que a recuperação é possível.
Em vídeos que passou a publicar, o jovem reflete sobre sua história e tenta inspirar quem enfrenta o mesmo problema a buscar ajuda antes que seja tarde.
Natural de Campo Grande, Vinicio cresceu com a mãe, que trabalha justamente em projetos sociais para afastar crianças das ruas e das drogas. Por conta da sexualidade, ele sempre procurou a independência financeira desde cedo para ter independência. Sempre quis buscar autonomia, ter meu dinheiro, poder usar um gloss, uma maquiagem, me sentir livre”, conta.
Aos 17 anos, ele começou a trabalhar e conquistar independência, mas um episódio traumático mudou tudo. “Sofri um estupro e isso desencadeou um vazio muito grande. Eu não conseguia mais me amar e nem amar as pessoas ao meu redor" revela.
Na busca por preencher o vazio existencial, o álcool foi a primeira substância, seguida por vários outros tipos em um curto espaço de tempo. “Ninguém fala abertamente que a adicção é uma doença progressiva, incurável e fatal e pra mim isso veio de uma forma muito ruim”, detalha.
Vinicio descreve os anos de uso como uma montanha-russa emocional, com momentos de falsa euforia e autoestima seguidos por queda abrupta para a culpa e o vazio. Mesmo sendo reconhecido profissionalmente na área de visual merchandising, começou a faltar ao trabalho para sustentar o vício. "Eu não conseguia mais parar", explica.
Pedido de socorro - A primeira internação durou três meses. Após uma recaída, ele buscou ajuda novamente e está há 11 meses em outra instituição. “As tarefas não são só para preencher tempo. São exercícios que nos fazem revisitar sentimentos e entender onde começamos a adoecer. Eu precisei reaprender o que era amor, alegria, mágoa, felicidade”, explica.
O programa é baseado nos 12 passos de Narcóticos Anônimos e Neuróticos Anônimos, que incluem reconhecer a impotência diante da adicção, realizar um inventário moral profundo, admitir erros e buscar reparação.
Além disso, a clínica trabalha com laborterapia, incentivando os internos a manter higiene pessoal, arrumar o próprio espaço e criar hábitos saudáveis que serão essenciais após a saída. “Muitos chegam sem saber como cuidar de si mesmos. Aqui aprendemos a construir uma rotina de dignidade e autocuidado”, reforça.
Durante o processo, a presença da mãe e de familiares foi essencial. “Achei que eles tinham desistido de mim. Mas, recentemente, várias pessoas foram me apoiar na clínica. Entendi que nenhuma mãe quer isso para um filho e que todos estavam comigo”, pontua.
Um futuro para além da recuperação - Hoje, Vinicio sonha em cursar Psicologia para ajudar outros em processo semelhante. E os vídeos que tem produzido são extensão dessa missão.
“Quero mostrar que a vida tem muito mais a oferecer. Quem ainda não entrou nesse caminho, que não entre. E quem já está, que saiba que existe saída, mas é preciso pedir ajuda e se cuidar de dentro para fora, mental, emocional e espiritualmente”, finaliza.
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