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Comportamento

Ninguém merece encarar terno e gravata num calor destes

Ângela Kempfer e Anny Malagolini | 22/10/2012 13:32
Na agência de publicidade, sexta-feira é dia de chinelos. (Fotos: Rodrigo Pazinato)
Na agência de publicidade, sexta-feira é dia de chinelos. (Fotos: Rodrigo Pazinato)

Definitivamente, com o calor que faz em Campo Grande, a gente poderia ganhar, ao menos, o direito de andar de biquíni. Mas como o ser humano não é um sujeito tão evoluído ao ponto de conviver bem com tamanho conforto, o jeito é defender alternativas.

Um passo foi dado pela agência de publicidade ShapeWeb. Com 9 funcionários, além de 3 sócios, criou a sexta free, quando todos ficam liberados para trabalhar de bermuda e chinelos.

Por enquanto ainda é um teste, para saber se é possível conviver com a liberdade na vestimenta, mas pode virar padrão.

Até a secretária entrou na brincadeira, na recepção “No inicio ela estranhou, mas depois começou a usar short”, conta um dos donos da agência ShapeWeb, Alexandre Montello.

Depois da mudança, só um cliente estranhou o guarda-roupa das sextas. “Por conta do visual mais despojado, um cliente com mais idade se assustou um pouco com a informalidade no traje, mas acabou se acostumando”, diz Alexandre.

“Assim, a gente trabalha mais a vontade”, confirma o publicitário Felipe Mesquita, 25 anos.

A ideia surgiu em um dia quente daqueles, em pleno mês de setembro. Os funcionários acham tudo muito moderno e chegam a comparar com algumas experiência das grandes, como Facebook e Google.

“Empresas de São Paulo também já fazem isso e resolvemos aderir”, explica o outro sócio, Edgar da Silva Ramos

A empresa existe há 5 anos. Os proprietários sempre buscaram implantar um estilo mais informal e já pensam, inclusive, em criar um sistema para que o empregado trabalhe em casa.

Danilo, pegando uma
Danilo, pegando uma
Os amigos Jean Carlo e Walberto usam diariamente terno,
Os amigos Jean Carlo e Walberto usam diariamente terno,

Nas ruas, é difícil romper com as convenções. Até quem conquistou certa liberdade enfrenta o calor de gravata. A OAB autoriza camisa no lugar do terno em despachos no Fórum, por exemplo, mas é difícil encontrar algum advogado sem um blazer.

O promotor de Justiça Fernando Esgaib, 41 anos, explica.” Não há nenhuma regra que exija apenas o uso de terno, mas em respeito pela Justiça uso apenas trajes formais quando estou trabalhando”.

O advogado Alexandre Bouzo, 29 anos, admite: adora usar terno. Tem de vários estilos e cores, mas por conta do calor em Campo Grande, tem dias que a saída é outra. “Uso a camisa de mangas curtas”, conta.

Os amigos Jean Carlo Fernandes, 28 anos e Walberto Oliveira, 26 anos, usam diariamente terno, porque vira e mexe têm alguma audiência e nesses ambientes o traje formal é exigido. A única solução é o ar-condicionado. “Tentamos ficar o máximo possível no ar-condicionado, saímos do carro e já corremos para o fórum”, comenta Jean Carlo.

Danilo da Penha Veiga, 21 anos, é fiscal do Flex Park, passa o dia fiscalizando o estacionamento. Tem como uniforme obrigatório calça e camiseta de manga longa. “A única coisa que me que dá uma aliviada é o chapéu. Mas o resto esquenta e da uma agonia”, reclama.

Os policiais militares Marcelo Teixeira e Marcus Vinicius Salgueiro sofrem no calor de Campo Grande. Mas até no inverno passam apuro. “A farda no frio não nos esquenta, e no calor não refresca tudo inverso. A roupa é inadequada, até uma calça jeans seria melhor”, pede Marcelo.

A entregadora de panfletos Ana Lucia Nascimento, 27 anos, ouve a reclamação e apóia. “Os policiais deveriam usar bermuda e camiseta de manga curta, além de refrescar, vai deixar os PMs mais bonitos”.

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