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Comportamento

O hexa não veio, mas final de Copa é comemorada com álbum de figurinhas completo

Willian Leite | 15/07/2018 07:20
Para Fernando, chara do jogador que fez o gol contra que eliminou o Brasil, o importante é completar o álbum. (Foto: Saul Schramm)
Para Fernando, chara do jogador que fez o gol contra que eliminou o Brasil, o importante é completar o álbum. (Foto: Saul Schramm)

Na vésperas da final da Copa do Mundo, o sábado à tarde foi de troca-troca de figurinhas para completar o álbum da edição 2018 do mundial. Em Campo Grande, o movimento na Banca Modular na rua Antônio Maria Coelho esquina com 25 de Dezembro foi intenso. 

Entre o grupo 50 pessoas,  há quem diga que a melhor parte da diversão é a troca. Pais e filhos viram dupla de negócios, amigos viram sócios e vice-versa. É o caso da técnica de Enfermagem Flávia Almeida Moreira, de 43 anos, que desde abril acompanha o filho Fernando Moreira Tognoli, de 11 anos, na saga para encontrar as figurinhas que faltam no álbum.

"No início, ele estava bem desmotivado, mas depois que descobriu como era a brincadeira, todos os sábados batemos ponto aqui e encontramos de tudo, troca, venda e até gente querendo dar uma de esperto com os mais inocentes. Esses dias que viemos juntos, pude me aproximar mais dele, que faz questão de vir comigo", afirma Flávia.

Mãe e filho passam a tarde toda em busca de trocas e compras de figurinhas. (Foto: Saul Schramm)
Mãe e filho passam a tarde toda em busca de trocas e compras de figurinhas. (Foto: Saul Schramm)

Ela diz que a loucura maior é ter hora apenas para chegar. "Quando saímos de casa aos sábados, posso desfazer de todos os compromissos, porque sei que não vou chegar a tempo. Não me importo, descobri que essa interação entre pessoas de varias idades me surpreende a cada encontro".

No final da tarde, para Fernando  só faltava duas figurinhas para completar o álbum de 682. A número 192 (Escudo da frança) e 172 (Escudo do Irã) ficaram mesmo para o último dia antes de acabar o mundial. 

Questionado se foi difícil encontrar o Neymar Junior, a resposta foi rápida. "O importante não é achar os craques, mas sim a diversão, estar aqui é diferente, conheci muitas pessoas e até fiz novos colegas", explica.

Fernando é firme em dizer que seria interessante que o Brasil estivesse na final da competição, mas sem o hexa, a interação e conseguir as figurinhas foram as melhores partes da descoberta do quanto é diferente brincar. "Minha mãe vai encadernar e deixar como lembrança".

Completar o álbum já virou tradição para Pedro, hoje aos 20 anos ele diz que mesmo após o fim do mundial irá continuar a busca pelos cromos. (Foto: Saul Schramm)
Completar o álbum já virou tradição para Pedro, hoje aos 20 anos ele diz que mesmo após o fim do mundial irá continuar a busca pelos cromos. (Foto: Saul Schramm)

Para o casal Pedro Carboneri, de 20 anos, e Debora Tannus Cardone, de 18, a diversão é garantida. De tão concentrados na troca, era difícil conseguir uma conversa.

Pedro confessou que desde os 8 anos, em todo mundial, compra o álbum assim que é lançado. "Sou daqueles que leva a sério a brincadeira. O gol contra do Fernandinho e a saída da nossa seleção do mundial não interferiu em nada. Na segunda-feira, vou continuar comprando e se tiver gente interessada vou manter as trocas também".

A empatia durante a permuta fica clara, uns ficam nas mesas espalhadas pela calçada e outros pedindo para trocar. Gabriel Moreira, de 8 anos, ficou todo empolgado quando conseguiu a figurinha cromada de número 680 com a imagem do rei do futebol, o "Pelé". "Consegui, consegui, achei a do Pelé", comemorou o menino.

O pai Waldemir Moreira, de 42 anos, diz que levar o filho para brincar, vai além da interação, se torna um verdadeiro aprendizado.

"Meu filho começou a se envolver e isso despertou nele muita curiosidade. Ele olha as figuras e cores das bandeiras e me faz várias perguntas, como por exemplo, o porque da seleção dos Estados Unidos não estar mais na competição. Além disso, percebeu as diferenças entre as características das etnias de cada país participante".

Orgulhoso, Gabriel mostra a figurinha do rei Pelé. (Foto: Saul Schramm)
Orgulhoso, Gabriel mostra a figurinha do rei Pelé. (Foto: Saul Schramm)

Nem a dona da banca onde os colecionadores se aglomeram escapa da brincadeira, ela confessa que acaba se tornando parceira de alguns. "Tenho uma lista de telefones aqui e fico monitorando. Anoto o que eles estão precisando para completar e assim que vejo chance de troca, ou compra, dou um jeito de avisá-los", afirma Vaneide Ferreira Barros.

Ela diz também que mesmo com a saída da Seleção Canarinho do mundial, não percebeu a perda de movimento dos colecionadores de plantão. "Desta vez foi atípico, acho que por conta do trauma do 7 a 1, esse ano eles nem estão ligando muito para o resultado".

Movimento intenso no sábado à tarde. (Foto:  Saul Schramm)
Movimento intenso no sábado à tarde. (Foto: Saul Schramm)
Alguns fazem tabelas para se organizar. (Foto: Saul Schramm)
Alguns fazem tabelas para se organizar. (Foto: Saul Schramm)
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