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Comportamento

Presentear amigos com calendário é tradição que ficou do seu Guilherme

Durante quase 20 anos, Guilherme Rebeque colecionou os calendários católicos e ainda presenteou vários amigos

Bárbara Cavalcanti | 22/06/2021 07:14
A coleção de Guilherme Rebeque, que faleceu no ano passado, se tornou tradição na família. (Foto: Arquivo Pessoal)
A coleção de Guilherme Rebeque, que faleceu no ano passado, se tornou tradição na família. (Foto: Arquivo Pessoal)

Há pelo menos duas décadas, Guilherme Rebeque ia na igreja todos os anos e comprava a tradicional folhinha, que são calendários, com o Sagrado Coração de Jesus. “Ele gostava muito e ainda dava de presente aos amigos. Agora minha mãe vai continuar fazendo igual”, detalha o filho Adenilson José Requebe.

As folhinhas ficaram enfileirados na casa onde morou desde quando chegou em Campo Grande, vindo do interior de São Paulo, em 1974. “Agora minha mãe vai continuar comprando e dando de presente, assim como ele fazia”, reforça Adenilson.

Adenilson lembra com muito carinho do pai. “Ele era uma pessoa muito querida, a saudade é grande. Ele era uma pessoa muito boa, piadista, gostava de fazer piadas para rir e ver as pessoas rindo com ele. Inclusive, eu e meus irmãos temos muito esse traço por influência dele”, comenta.

Guilherme e Adenilson no dia dos pais. (Foto: Arquivo Pessoal)
Guilherme e Adenilson no dia dos pais. (Foto: Arquivo Pessoal)

A devoção à igreja também fazia com que Guilherme sempre zelasse pela paróquia que frequentava, na Vila Margarida. “Antes da missa, ele sempre ia lá varrer tudo pra deixar tudo limpinho. Sempre, era ele com a vassoura de palha na mão, varrendo. Depois que terminava, ele voltava pra casa pra tomar um banho e ir pra igreja”, relembra Adenilson.

A religiosidade foi passada para toda a família. Era comum a casa lotar para que todos pudessem rezar o terço juntos. “Ele era muito devoto da igreja,  inclusive recebeu uma Rosa de Ouro na Paróquia São Sebastião pelos serviços prestados a Igreja. Meu pai e minha mãe foram homenageados”, explica Adenilson.

Homenagem que Guilherme e Leonor receberam na igreja, junto com toda a família. (Foto: Arquivo Pessoal)
Homenagem que Guilherme e Leonor receberam na igreja, junto com toda a família. (Foto: Arquivo Pessoal)

E a lembrança de Guilherme não vai ficar apenas nas folhinhas, apesar desse hábito ter se tornado a tradição “oficial”. Outra marca registrada dele, era a bicicleta barra circular, que ele usava para realizar suas atividades.

“Ele não gostava de jeito nenhum que a gente ajudasse ele. Rejeitava caronas, insistia em fazer tudo naquela bicicleta. Mas ele também nunca trancava a bicicleta, essa última foi a quarta dele, pois ele sempre era furtado”, ri. Agora, os filhos resolveram restaurar a peça para guardar de memória do pai.

Foto de 1974, com a família recém chegada em Campo Grande na casa da Vila Margarida. A bicicleta já era peça importante para Guilherme. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto de 1974, com a família recém chegada em Campo Grande na casa da Vila Margarida. A bicicleta já era peça importante para Guilherme. (Foto: Arquivo Pessoal)

Guilherme lutou durante uns anos contra um câncer, mas em março de 2020 não resistiu e faleceu. “Foi muito triste, pois ele foi pro hospital porque passou mal e aparentava estar bem. Ainda lembro que ele estava olhando pela janela do quarto, quando o médico me chamou para conversar do lado de fora e me disse que só teria alguns dias de vida”, lamenta Adenilson.

Adenilson ainda lembra a preocupação que ele tinha em morrer no hospital, e não em casa. “Ele não queria que ele passasse mal e a gente não tivesse como ajudar. Foi muito estranho, ele estava falecendo ali na nossa frente, mas parece que a ficha não caia, até realmente o dia. Nós chamamos a ambulância e assim respeitar a vontade dele. E o que nos conforta também é que ele partiu tranquilo, sem sentir qualquer dor”, detalha Adenilson.

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