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Comportamento

Quando o cansaço bateu, Estela descobriu no ukulele a importância de recomeçar

Naiane Mesquita | 13/08/2016 07:20
Estela adotou o ukulele para ativar a criatividade e aprender um novo talento (Foto: Fernando Antunes)
Estela adotou o ukulele para ativar a criatividade e aprender um novo talento (Foto: Fernando Antunes)

O som é tão delicado que é difícil não esboçar um sorriso ao ouvir as primeiras notas. Com apenas quatro cordas e pequenininho, o ukulele mostrou para a empresária Estela Simões, 28 anos, que é possível se dedicar a um instrumento em qualquer época da vida. Dos treinos, cheios de erros e gargalhadas, saíram vídeos no Youtube que ela segue do mesmo jeito que o cotidiano, de forma leve.

O sorriso é marca registrada da empresária (Foto: Fernando Antunes)
O sorriso é marca registrada da empresária (Foto: Fernando Antunes)

“Eu abri um café, o Cups & Hugs em janeiro, há seis meses. E eu sou a única funcionária, toco sozinha, brinco que somos uma eu-quipe”, ri. Estela é desse jeito, super animada, ligada no 220v, mas sem perder o jeitinho meigo. Cansada do cotidiano corrido, com várias horas de trabalho, da 9 horas à meia-noite, a empresária primeiro pensou em férias. “Mas, era impossível eu deixar o café agora, não posso fechar uma semana para passar um tempo em Bonito. Fiquei pensando o que eu poderia fazer de diferente, para ativar a criatividade, me distrair mesmo e sei lá, tive a ideia do ukulele”, relembra.

De início ela confessa que a queda pelo instrumento vem da animação infantil Lilo e Stitch, que tem personagens havaianos e o ukulele sempre por perto. “Eu tenho um bongo também, já tinha ensaiado algumas coisas nele, mas nem se compara. Lembro que um dia vi no Super Star uma banda que também usava o ukulele e tomei a decisão. Liguei em várias lojas da cidade e encontrei esse por R$ 170,00”, descreve. “O vendedor me atendeu tão bem, elogiou muito o instrumento, falou que para aprender era a melhor opção e que depois eu poderia investir mais, passei lá e comprei. Ainda ganhei a capinha”, comemora.

A aquisição só custou R$ 170,00 (Foto: Fernando Antunes)
A aquisição só custou R$ 170,00 (Foto: Fernando Antunes)

Sem aulas do instrumento em Campo Grande, o jeito foi correr para o Youtube. “Tem vídeos que ensinam como aprender ukulele de forma rápida e eu descobri que pode não ser tão rápido assim”, brinca. Como os professores virtuais incentivavam os alunos a gravarem vídeos mostrando o processo para perceber erros e acertas, Estela aceitou o desafio.

A música escolhida para dar o ponta-pé no novo hobby foi Hakuna Matata, do filme O Rei Leão. “Tem tudo a ver com esse processo e eu adorei. Eu errei várias vezes, mas deixei a gravação seguir. Depois nem editei, pensei, poxa todo mundo edita como se fosse fácil, eu vou mostrar que acontece de errar. Fiz algumas gracinhas e os meus amigos adoraram. Agora faço sempre”, afirma.

Em seguida veio Passarinhos, do Emicida e Vanessa da Mata e outras canções. Até que em um dos vídeos, Estela descobriu algo importante. “É possível errar uma música com duas notas”, ri. Decidida a gravar algo que fosse impossível de errar, ela se surpreendeu. “Na segunda parte eu errei. Então o ukulele me ensinou a ter humildade. É difícil, você tem que treinar, treinar muito, ter perseverança, começar e recomeçar quantas vezes for necessário e muitas vezes do zero. Não deu certo? Tudo bem, vamos tentar de novo”, explica.

A filosofia da música que se aplica em todas as situações e dificuldades da vida mostrou um novo caminho para a empresária. “Eu tinha prometido na virada do ano, do dia 31 de dezembro a 1º de janeiro que eu iria descobrir o meu talento. Não sei se é vendendo café, tocando ukulele ou fazendo meus amigos rirem com os vídeos, mas estou tentando encontrar”, acredita.

Agora, o instrumento é o companheiro de festas, almoços com amigas e nas horas vagas do café. Para quem tem vergonha de tentar algo novo na vida adulta, Estela tem a resposta na ponta da língua. “Quem disse que só criança pode aprender alguma coisa nova, pode descobrir novos talentos? O adulto normalmente tem mais dificuldade de arriscar, de sair da zona de conforto, mas depois você começa a ver as coisas com um olhar diferente. Foi isso que o ukulele me ensinou”, sorri Estela.

Confira os vídeos da Estela no Canal do Youtube

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