Rogger saiu do Zé Pereira para série Mister Brau e sonho com Deborah Colker
Rogger Castro, conhecido por Pintcher no meio artístico, tinha 10 anos quando a dança cruzou pela primeira vez seu caminho. Bastou esse primeiro contato para o dançarino não largar nunca mais da arte de se expressar com o corpo.
Tudo começou em um projeto no bairro Zé Pereira, o MasterBeat, dirigido pelo Marcelo Barretos, na escola municipal Desembargador Carlos Garcia de Queiroz. E mal sabia ele que 16 anos depois, com seus 26 anos de idade, estaria se apresentando no Rock in Rio, dançaria no clipe do Nego do Borel, na série Mister Brau, ao lado de Lázaro Ramos e Taís Araújo, participaria da abertura das Olimpíadas 2016, e estrearia um trabalho assinado por Deborah Colker.
Ainda criança, foi na dança que Rogger começou a entender o que significava ter responsabilidade. Isso porque depois do Master Beat, ele passou a fazer parte de mais outros dois grupos, o antigo Dança Urbana e o Funk-se. ''Depois de um mês que eu estava no projeto do Zé Pereira, rolou audição para entrar para o Dança Urbana, que hoje é o Dançurbana, e fiquei dançando nos dois. Na época o Dança Urbana era dirigido pelo Edson Clair. Depois de um ano, mais ou menos, entrei pro Funk-se também'', conta.
Dançarino de hip hop com uma pegada mais ''comercial'', como ele mesmo define, demorou um tempo até perceber que era possível viver disso, por mais que na sua comunidade não fosse comum encontrar artistas que trabalhavam exclusivamente com dança.
''Eu jogava bola e tudo, meu sonho mesmo quando criança era ser jogador. Mas a dança apareceu e chegou com tudo na minha vida, e hoje em dia é minha vida né. Me apaixonei, tomei gosto por isso, vi que era isso que queria, e estou até hoje'', completa Pintcher.
O dançarino foi agarrando todas as oportunidades que surgiam em sua carreira, tanto é que antes de se mudar para o Rio de Janeiro, morou um tempo em Cuiabá, foi para Belo Horizonte, onde ficou seis meses, com a expectativa de ir para o exterior, mas com seu visto negado duas vezes, foi só aí que o Rio abriu suas portas e suas oportunidades ao campo-grandense.
Na época ele nem pensava em sair de Campo Grande mas já pensava em evoluir no seu trabalho. ''Eu nunca imaginei estar no Rio de Janeiro. Foi dançando pela companhia de Campo Grande que eu conheci o Rio pela primeira vez e foi tudo de primeira. A primeira vez que andei de avião, que vi o mar, porque foi a realização de um sonho por meio da dança. Eu participei do concurso de dança de rua do programa TV Xuxa em 2010. Dançamos pelo Dança Urbana, fomos como Urban Dance, e aí me encantei com o Rio de Janeiro''.
E sua segunda viagem ao Rio tinha o propósito de Pinthcer retirar seu visto, porque em um concurso em Belo Horizonte, o grupo vencedor se apresentaria em Las Vegas. No fim, negaram duas vezes o documento, e o que era pra ser um mês já se estende há anos. ''Consegui me enfiar no meio da dança ali e conquistar meu espaço''.
Figurinha carimba em clipes do pop, rap ao funk, o miais recente é o ''Me Solta'', em que ganha destaque em alguns taques do vídeo. E ao lado de Deborah Colker, com quem teve primeiro contato para trabalhar na abertura das Olimpíadas de 2016, ele estrea no novo musical da coreógrafa, o ''Dancis Days'', que deve ser lançado no dia 24 de setembro.
''Ela é um verdadeiro ícone pra mim e trabalhar com ela mostra que eu tenho muito a agradecer por estar trilhando meu caminho, encontrando meus espaços. No musical eu sou um personagem que está em fase de montagem, testes, e ensaios, mas eu não posso falar mais porque é segredo'', brinca ele.
O sonho do garoto que saiu do Zé Pereira para viver da dança é, no futuro, ir para o exterior dançar em Las Vegas. ''Mas por enquanto eu sigo trilhando meu caminho no Brasil'', finaliza ele.
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