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Comportamento

Sem destino certo, Marinez se encontrou viajando durante 2 anos pela América

Ela encarou o desafio ao lado do namorado e agora está no litoral uruguaio

Lucas Arruda | 16/10/2017 06:05
Marinez e Giuliano  enquanto esperavam uma carona no Uruguai (Foto: Arquivo pessoal)
Marinez e Giuliano enquanto esperavam uma carona no Uruguai (Foto: Arquivo pessoal)

“As coisas mudam muito e sempre mudaram muito na minha vida, nada foi muito estável ou muito constante, a única constante na minha vida é a própria inconstância e acho isso formidável”. É assim que a professora Marinez Serrão Gomes define sua vida. Depois de concluir o mestrado em Estudos de Linguagem na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) ela decidiu sair em viagem sem destino ou rumo certo e está na estrada há quase dois anos.

Marinez saiu de Campo Grande no dia 9 de janeiro de 2016. Dois meses antes de viajar ela começou a namorar o músico Giuliano Vasconcelos Figueiró, que entrou de cabeça na ideia da professora e foi embora junto com ela. Atualmente os dois estão juntos em Montevideo, capital do Uruguai.

Eu, Marinez, e Giuli quando nos encontramos no Rio de Janeiro, no início do ano passado
Eu, Marinez, e Giuli quando nos encontramos no Rio de Janeiro, no início do ano passado

A inspiração para ela viajar partiu da experiência do repórter que vos escreve. Há cerca de dois anos e meio fiz um mochilão de três meses pela Bolívia, Peru e Equador e relatei toda a viagem aqui para o Lado B. Marinez é uma amiga próxima e sempre estive em contato com ela e chegamos até combinar de viajar um dia juntos.

A viagem acabou não acontecendo mas ficou a inspiração. “Me empolguei com suas viagens, sua coragem, experiências e lugares que você passou e viveu, queria conhecer também”, recorda Marinez.

O ponto de partida da viagem foi o Rio de Janeiro, onde ela foi me visitar. “Não podia deixar de conhecer um lugar tão distinto como o Rio, que possui extremos em beleza, pobreza e descaso com o ser humano e ainda assim é uma cidade maravilhosa. Depois seguimos pelo litoral carioca, primeiro subimos um pouco para Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo, depois foi descendo, queria muito conhecer Paraty. A partir daí fomos vindo em direção ao Sul pela costa”, detalha.

Os dois no litoral uruguaio, onde estão aualmente
Os dois no litoral uruguaio, onde estão aualmente
Carona é um dos meios de se locomoverem na viagem
Carona é um dos meios de se locomoverem na viagem

Se manter financeiramente neste tipo de viagem não é fácil, ainda mais se você não tem uma reserva guardada, mas eles sempre dão um jeito de ter o necessário para viver. “Essa é uma parte complicada e simples ao mesmo tempo. A parte complicada é que no começo tive que fazer um empréstimo. Depois que esse dinheiro acabou ficou difícil, mas tivemos ajudas no caminho, como uma tia em SP que tem um amigo dono de uma pousada onde trabalhamos por dois meses recebendo salário em Maresias. Na capital paulista enquanto trabalhávamos num hostel em troca de hospedagem conseguíamos outros trampos em hamburgueria ou shopping, o que rolasse. O que quero ressaltar é que não é necessário gastar muito, é preciso estabelecer prioridades e gastar só com o básico, tem que abrir mão de certas coisas”, explica.

Ela encontrou manifestação contra o governo até no Uruguai
Ela encontrou manifestação contra o governo até no Uruguai

Se apaixonar pelos lugares que passou também é algo que acontece com extrema facilidade, tanto que Marinez não consegue dizer que caiu de amores só por um. “Vários lugares por onde passamos foram incríveis. Búzios tem muita beleza natural, a região serrana do Rio, em Lumiar, por exemplo, Arraial do Cabo que não tem como não amar aquele pedaço de Caribe no Brasil. As praias em Paraty, o litoral norte de São Paulo que é muito verde e belo. Depois nos encantamos com o Sul do Brasil, ficamos em Florianópolis um tempo, aí fomos numa cidadezinha na serra chamada Angelina no interior de Santa Catarina, um lugar cercado de araucárias. No Rio Grande do Sul, conhecemos a cidade das flores, Nova Petrópolis, que é encantadora cheia de vales e natureza, pertinho de Gramado uma das cidades mais turísticas do Brasil, muito famosa pelo charme que é no inverno, muito linda também. E atualmente estamos em Montevideo, conhecemos o litoral uruguaio, e passamos por La Pedrera, La Paloma e a imperdível Cabo Polonio, lugar mais lindo no Uruguai sem duvidas, que muitos deixam de passar por lá por falta de informação”, elenca.

Sua família não ficou muito contente quando ela contou que pretendia sair numa grande jornada pela América do Sul, sendo que seu pai ficou dois meses sem querer falar com ela. “Eles pensam que eu deveria estar em Campo Grande dando aulas, com estabilidade financeira, sem passar perrengues. É lógico que fazem por bem, por se preocupar comigo. Já a família do Giuli sofrem com saudades, ele é muito querido”, conta.

Voltar para Campo Grande não está nos planos, pelo menos por agora. “O tempo da viagem não está definido, o plano é chegar ao México e passar meu aniversário por lá (Día de Los Muertos), imagino que em novembro do ano que vem chegamos, e depois pretendemos voltar pelo norte e nordeste do Brasil”, detalha.

Eles já tem ideia do que fazer quando voltarem à terra natal. “Com toda bagagem e experiência que estamos ganhando queremos implantar um projeto bem bacana que está sendo moldado com nossas experiências por aqui, o que aprendemos e as pessoas que conhecemos tem muito valor para nossa vida, e imagino que como educadora por formação desejo vir a espalhar sementinhas desse aprendizado um dia”, planeja.

Enquanto viaja Marinez relata um pouco de sua viagem na página do Facebook ComoPénaEstradaeaCabeçaLanaLua. Agora ela contará um pouco de suas histórias aqui para o Lado B também, a partir da semana que vem.

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Os dois pretendem seguir viajando por mais de um ano ainda e chegar até o México
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