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Comportamento

Tem hora e local certos para criança conhecer madrasta ou padrasto?

Levar o filho para se divertir e então apresentar o companheiro novo é a melhor solução de dar a notícia?

Bárbara Cavalcanti | 12/12/2021 08:00
Mãe e filha tomando sorvete, ocasião também para ter uma conversa séria. (Foto: Reprodução)
Mãe e filha tomando sorvete, ocasião também para ter uma conversa séria. (Foto: Reprodução)

A servidora pública Soraia Correia, de 48 anos, lembra até hoje como conheceu a madrasta: na sorveteria, em um momento que tinha tudo para ser só mais uma ocasião descontraída em família, com o pai e com os irmãos. “Foi igual cena de filme, sabe? Ninguém encostava nos sorvetes, eles derretendo ali, aquela coisa tensa”, relembra.

Entre os irmãos, a reação foi diferente. O irmão de Soraia, conforme ela relata, nem se surpreendeu, pois ele na verdade já sabia da nova companheira do pai. Já a irmã de Soraia, ficou bem chateada com a revelação. “Eu não me importei, porque já fazia muito tempo que meus pais eram separados. Na hora mesmo eu só queria comer meu banana split”, se diverte.

E ainda relata que aquela sorveteria também foi o lugar onde uma amiga conheceu o novo cônjuge do pai. “Quando eu contei minha história, ela me disse que também foi desse jeito que conheceu a madrasta. Às vezes eu penso em quantos lugares assim, ambientes familiares, já não aconteceram conversas sérias assim”, comenta.

Mais de 30 anos se passaram e da experiência, Soraia só carrega mesmo uma boa história. “No final das contas, minha madrasta me deu meus dois irmãos, que são muito importantes pra mim”, acrescenta.

Apresentar a madrasta ou padrasto em um lugar onde a criança esteja descontraída ou se divertindo, não necessariamente ameniza o “trauma”. “Dependendo de como for a relação, a criança ou adolescente pode receber a notícia na Disney, que não vai deixar de ser ruim”, explica.

Mãe e filhas em sorveteria. (Foto: Reprodução)
Mãe e filhas em sorveteria. (Foto: Reprodução)

De acordo com a psicóloga Veronica Rozisca o que vale nessas horas é o acolhimento e não pegar os filhos de surpresa. “É bom conversar em algum lugar em que a criança ou adolescente possa chorar ou desabafar, se quiser. E que o pai ou a mãe tenha essa conversa em particular primeiro, sozinhos com eles, não na presença da outra pessoa”, ressalta.

“Não é muito bom fazer uma surpresa, talvez levando a pessoa nova junto em algum passeio, obrigando a criança ou adolescente a ter passar ali várias horas juntos. Tem algumas pessoas que às vezes apresentam a nova pessoa como amigo e só depois contam, outras já apresentam de início. Mas o mais importante mesmo é a conversa para preparar o que está por vir, para que o filho ou filha não se sintam traídos”, finaliza.

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