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Comportamento

Um ano depois de pai entrar em coma, filha tatua Ricardo subindo num balão

Pai e filha aprenderam a conversar mais no período em que os papeis se inverteram e Natália teve de cuidar do pai

Paula Maciulevicius Brasil | 28/12/2019 07:25
Tatuagem foi feita no braço da filha e marca partida do pai para um lugar feliz. (Foto: Arquivo Pessoal)
Tatuagem foi feita no braço da filha e marca partida do pai para um lugar feliz. (Foto: Arquivo Pessoal)
Natália cuidou durante dois anos do pai, que era vendedor antes de se aposentar. (Foto: Arquivo Pessoal)
Natália cuidou durante dois anos do pai, que era vendedor antes de se aposentar. (Foto: Arquivo Pessoal)

Saindo da cadeira de rodas e subindo num balão. No imaginário da filha, Natália, Ricardo partiu rumo à felicidade. Um ano depois do pai ter entrado em coma, após complicações em uma cirurgia, a cabeleireira tatuou o capítulo final da história dele.

Natália Gomes Souza tem 29 anos e, cuidou durante dois anos do pai, que era vendedor antes de se aposentar. Diabético, Ricardo teve de amputar o pé e quando estava prestes a colocar prótese, com 53 anos, precisou de uma cirurgia de vesícula. "Fez um ano hoje [27] que ele entrou em coma e faleceu no dia 23 de janeiro", conta a filha. Foi quase um mês internado. 

O tempo em que viveu na cadeira de rodas marcou demais toda a família. "Ele sempre foi uma pessoa muito introvertida e depois que se tornou cadeirante, foi oportunidade que a gente teve de se aproximar", narra. Pai e filha aprenderam a conversar mais no período em que os papeis se inverteram e Natália teve de cuidar do pai.

Ricardo, o pai, e Natália ainda na infância. (Foto: Arquivo Pessoal)
Ricardo, o pai, e Natália ainda na infância. (Foto: Arquivo Pessoal)

"Foi muito complicado este período e da mesma forma foi uma oportunidade que eu tive de cuidar dele", descreve a filha. Há coisas na vida que você só pensa depois que sente na pele, a amputação, foi uma delas. "Me marcou muito todo esse processo e a amputação dele", completa. 

À tatuadora Ladys Paty, Natália só disse que queria uma cadeira de rodas e ver o pai subindo num balão. Ela até procurou referências, mas só achou na internet o desenho de uma criança. "Eu não tinha ao certo algo em mente e é muito complicado fazer uma tatuagem quando você nem sabe como é", recorda. 

O trabalho da tatuadora em aquarela, feito na semana passada, surpreendeu a filha e encanta quem enxerga. "O balão para mim é como se ele tivesse encontrado o caminho. Toda criança gosta de balão e, pra mim, foi como se ele tivesse partido para um lugar muito feliz. Toda dor e sofrimento que ele passava, se encerrou. O balão significa que ele está num lugar muito bom", explica Natália. 

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