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Comportamento

Videomaker já era, quem virou story maker lucra até R$ 1,5 mil por evento

Tirar o celular do bolso, fazer um stories e publicar na hora virou profissão, mas tem que ter olhar apurado

Por Clayton Neves | 07/05/2025 06:42
Videomaker já era, quem virou story maker lucra até R$ 1,5 mil por evento
Story maker é nova alternativa para atender um mercado cada vez mais conectado. (Foto: @fg.videomaker)

Em um tempo onde o celular não sai da mão e os registros são quase instantâneos, produzir e postar stories virou profissão, e a remuneração pode passar de R$ 1.500 para uma única cobertura. Feita sob medida para a era das redes sociais, a profissão de ‘story maker’ é uma nova alternativa para atender um mercado cada vez mais conectado virtualmente. Em Campo Grande, claro, o cenário não é diferente.

Diferente do videomaker ou do fotógrafo tradicional, esse profissional é especializado em captar os bastidores, as emoções espontâneas e os detalhes que escapam aos olhos dos noivos, convidados de eventos e até dos donos de empresas. Os registros, em geral, são publicados na hora, às vezes com edição feita ali mesmo, em algum aplicativo que facilite a vida do profissional. Isso porque ninguém mais tem paciência de esperar o tempo que o videomaker leva para descarregar, editar o material e, só depois de dias (ou até meses), entregar o registro do evento. A galera quer tudo para ontem. Ou melhor: em tempo real.

E foi nessa onda que o casal Aline Alexandrino Santana Perez e Juliano Soares Perez, ambos de 27 anos, decidiu surfar. Hoje, a principal fonte de renda dos dois vem da empresa que abriram há dois anos, um negócio especializado na produção de stories para casamentos e empresas.

Segundo eles, tudo começou de forma despretensiosa. “Eu estava em um grupo de noivas quando uma menina perguntou se alguém fazia cobertura de casamento por stories. Achei genial e na hora comentei com o Juliano’”, relembra Aline.

Em poucos dias, ela foi atrás de qualificação, criou um Instagram profissional e conseguiu fazer o primeiro casamento. “Eu não tinha tripé, power bank para recarregar o celular e estava com um iPhone X quase sem memória. Foi bem caótico, mas eu adorei e mesmo com todos os perrengues, eu saí de lá decidida a continuar fazendo”, detalha.

Hoje, o casal já soma mais de 200 casamentos registrados. E o trabalho vai além da cerimônia e da festa. Eles acompanham o pré-casamento, fazem entrevistas com padrinhos e convidados, seguem tendências de redes sociais e entregam tudo em tempo real, direto nos stories dos noivos ou da empresa contratante.

“Encontramos essa brecha no mercado e hoje é nossa fonte de renda. É uma profissão que veio para revolucionar. Não substitui fotógrafo nem videomaker, é outra linguagem, que complementa e que fala a língua dessa geração que sempre está conectada.” explica Juliano.

Videomaker já era, quem virou story maker lucra até R$ 1,5 mil por evento
Casal é especialista em casamentos e também atende aniversários, festas e eventos corporativos. (Foto: @as.storymaker)

Para casamentos, Aline e Juliano oferecem dois pacotes principais: a “Experiência Clássica”, que cobre cerca de 5 horas de evento (cerimônia e festa), e a “Experiência Sublime”, que inclui também o making of da noiva ou do noivo. Os valores variam entre R$ 1.200 e R$ 1.500, mas pode aumentar conforme os adicionais escolhidos.

Com o avanço das redes sociais e a velocidade com que o conteúdo circula, a demanda por registros expressos cresceu. Com o sucesso do negócio, Aline decidiu deixar o emprego de analista financeiro em uma usina de álcool para se dedicar unicamente ao negócio dos stories.

A mesma transição de carreira aconteceu com Gizele Dias. Depois de passar por um jornal impresso por um emprego de repórter na televisão, ela decidiu mudar de área. Primeiro para social media, depois para se tornar uma profissional ‘story maker’.

“Conheci a trabalhar como social media em 2020, conheci o trabalho dos story makers pelo Instagram e decidi me aprofundar nisso. Era uma coisa muito nova, não se via por aí”, conta.

Videomaker já era, quem virou story maker lucra até R$ 1,5 mil por evento
Gizele fez transição de carreira e hoje é profissional story maker. (Foto: @fg.videomaker)

Em pouco tempo, ela mergulhou no setor e até passou a fazer parcerias com outros profissionais por causa da demanda, que começou a ficar maior do que a capacidade de atendimento.

Atualmente, Gizele atende noivas, fornecedores de casamento, além de profissionais liberais, como maquiadoras e empresas de diferentes segmentos. “Eles entenderam que precisam de stories de qualidade, não só conteúdo para o feed. A rede social é a vitrine deles”, comenta.

Segundo ela, o diferencial do trabalho está na sensibilidade e no olhar atento aos detalhes. “O nosso trabalho não é apenas fazer um vídeo, é captar e eternizar sentimentos. Se for uma noiva, por exemplo, o foco é na emoção. Se for um profissional, é no serviço que ele presta. Cada cliente tem uma necessidade diferente, e a gente alinha tudo isso”, relata.

Na avaliação de Gizele, a profissão de story maker veio para ficar. “É um caminho sem volta. Hoje, os profissionais sabem que precisam divulgar seu trabalho com qualidade. E, por mais que eles consigam gravar com o celular, não é a mesma coisa. A gente tem técnica, faz cursos, tem um olhar diferenciado”, finaliza.

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