Você sabe o que o seu filho adolescente anda comendo na hora do almoço?
Hora do almoço. Entre 12h e 13h, os fast foods da cidade estão lotados. E é facilmente possível descrever do que: estudantes. Os uniformes denunciam que a garotada é toda adolescente e acabou de sair da escola. Pode ser que até eles voltem para aulas à tarde, mas é fato consumado: os fast foods são tomados de alunos. E você, sabe o que o seu filho adolescente anda comendo na rua? É comida ou lanche?
No Burger King da Avenida Afonso Pena, por exemplo, na sexta-feira o que tem são alunos. Victor Hugo Spiguel, tem 11 anos, e é o primeiro estudante que paramos na rua para saber: sua mãe sabe o que você está comendo agora? Para a gente ele afirma que sim. Pedimos então para ligar para mãe.
"Sim, sei sim. Ele tem aulas na segunda e na quarta à tarde, geralmente são os dias que almoça fora e alterna entre lanche e comida. Estou sempre cuidando mesmo, é difícil ele ir para aí", diz a mãe, Glaici de Paula.
Victor conta ao Lado B que a mãe que o trouxe e que ele come, no máximo, uma vez por semana lá. "É só quando eu fico direto para o futebol", explica. "É gostoso sim, mas eu enjoo se vou sempre. Só de vez em quando. Se minha mãe me pergunta onde eu almocei? Pergunta sim, no Whats ou liga. E ela já está ligando", completa o garoto.
Com 15 e 17 anos, os amigos Pablo Henrique de Oliveira e Rafael Ramos Zanoni, tinham acabado de almoçar também no Burger King. "Se eles sabem? Sim. Se falam alguma coisa pra mim? Não. Meus pais são bem de boa, porque eles também já são dessa cultura de fast food", argumenta Pablo.
Na maioria das vezes, o amigo completa que prefere comida, mas "vai do dia". "Se eles perguntam? Quando perguntam eu digo a verdade, um lanche", responde Rafael.
Na saída do Burger King, o que mais tem é gente dizendo que está ali toda sexta-feira.
Próximo à padaria Pão e Tal, no Jardim dos Estados, mãe e filho se aproximam do estabelecimento que também oferece almoços.
"Não como muito não, só às vezes", diz o estudante Felipe Gouliouras, de 15 anos. A mãe completa explicando o porquê. "Nós temos um estilo de vida e nós sabemos o que tem que comer. Se hoje eu fizer o prato dele? Eu sirvo salada, grãos, proteína, arroz integral e feijão", conta a procuradora Vaneli Fabrício, de 53 anos.
Ao ser questionada se sabe quando o filho 'foge' da linha, ela admite que sim. Mas são pouquíssimas vezes. "Este ano você chegou a comer Felipe?" A afirmação do menino é negativa.
Na Subway, apesar de fast food, as opções englobam ingredientes até considerados saudáveis, como pão integral e salada. Na brincadeira, a estudante Joana D'arc Costa, de 17 anos, responde que a mãe sabe onde ela come todos os dias e que a preocupação, é inversa. "Na verdade eu que tento convencer minha mãe a comer bem".
A amiga, Maria Cecília Berner, de 17 anos, diz que conta onde almoça, mas depende para quem. Morando com a avó e a bisavó, a mãe pode até não se preocupar tanto, mas as senhorinhas, se mostram mais atentas. "É uma vez por semana só, mas elas querem que eu coma comida, acho que é da cultura, que é diferente", compara.