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Comportamento

Unidos em prol do bem das famílias do bairro Dom Antônio Barbosa

Paula Vitorino | 10/06/2012 15:53

Em Casa criada no bairro, voluntários de diversos grupos e moradores do próprio local ajudam a melhorar a vida das famílias carentes

Catadora de lixo e netos são beneficiados pela união do trabalho social. Matheus, com o pirulito, pede a foto e fez pose com primos e irmãos. (Fotos: Paula Vitorino)
Catadora de lixo e netos são beneficiados pela união do trabalho social. Matheus, com o pirulito, pede a foto e fez pose com primos e irmãos. (Fotos: Paula Vitorino)

Em uma casa humilde, mas de muito valor, voluntários de diversos grupos, incluindo moradores do próprio bairro, se reúnem em prol de uma única causa: o bem das famílias do Dom Antônio Barbosa, um dos mais carentes de Campo Grande, onde várias pessoas ainda sobrevivem do que catam no lixão e moram em barracos de madeira.

Lá, na Casa da Vovó Carolina, mais de 100 famílias garantem a mistura para as refeições do mês, além de receber doações de roupas e berços. As crianças ainda contam com projeto de recreação e ganham doces e brinquedos das mãos dos voluntários.

“Eu venho para pegar as doações em todos os dias de atividade, é muito bom pra gente, ajuda a passar o mês com mais tranquilidade”, diz a catadora de lixo Verônica Peres, de 53 anos, que utiliza as doações para ajudar a criar os 3 netos, de 5 meses, 2 anos e 14 anos, e a filha de 20 anos, que também sobrevive do lixão.

Neste domingo, a ajuda veio do grupo de voluntários da Colônia Espiritual Bezerra de Menezes. Todo segundo domingo do mês eles servem uma refeição completa para cerca de 130 famílias.

Moradores improvisam até com bacias recipientes para receber a alimentação. (Fotos: Paula Vitorino)
Moradores improvisam até com bacias recipientes para receber a alimentação. (Fotos: Paula Vitorino)
Moradores fizeram fila para receber alimento neste domingo.
Moradores fizeram fila para receber alimento neste domingo.

Os moradores vão chegando com suas cumbucas, improvisadas até com vasilha de sorvete, pegam senha e entram na fila para garantir o almoço de domingo.

“O almoço de hoje da minha família toda vai ser isso aqui”, diz a doméstica Jane de Almeida, de 33 anos, que além de ser beneficiada também é voluntária no local.

União - A administradora da Casa, Diana Peres, de 26 anos, explica que tudo no local funciona na base do voluntariado e da “pedição”. Ela mesma realiza o trabalho na instituição de forma gratuita, intercalando com os trabalhos de doceira.

Com a doação de grupos e mão de obra dos voluntários, o local oferece lanche da tarde para as crianças e logo em seguida sopão para as famílias. O serviço é feito todas as quartas, quintas e sextas-feiras.

Aos sábados, pela manhã, as crianças participam de projeto de formação social e espiritual. No domingo, grupos oferecem almoço às famílias.

Refeição tem direito a arroz, macarrão, salada, carne e farofa.
Refeição tem direito a arroz, macarrão, salada, carne e farofa.

Muitas das mães ajudadas pelo projeto também trabalham em prol do local. Elas ajudam a servir os lanches e confeccionar os berços, que são distribuídos para as gestantes cadastradas.

“Venho toda quarta-feira ajudar na distribuição dos lanches e também trabalho na confecção dos berços. Sou voluntária e também recebo a ajuda, porque o pouco que a gente ganha vai para pagar as contar e quase não sobra para as outras coisas”, diz Jane.

Ela trabalha como doméstica na casa de uma mulher que conheceu no projeto. Além da relação de patroa e empregada, as duas têm em comum o voluntariado no local.

Outra moradora e voluntária, Deuseli Lima, de 41 anos, que atualmente está desempregada, explica que cada um se ajuda como pode na Casa. “Não tem dinheiro para pagar as voluntárias do bairro, mas o que sobra de doação, como verduras e frutas, a gente sempre ganha”, diz.

Já a voluntária do grupo de espíritas, Jussara Ferzeli, de 50 anos, lembra que o ato de doar-se, por meio da caridade, deveria fazer parte da rotina de todas as pessoas.

“Independente de religião, cada um deveria praticar a caridade. Tem pessoas precisando de uma palavra, de uma ajuda e do outro lado muita gente que poderia ajudar, que tem condições financeiras, mas não faz nada”, ressalta.

Oficina para construção dos berços.
Oficina para construção dos berços.

Quer ajudar? - A Casa da Vovó Carolina foi fundada há cerca de 2 anos pelo voluntário Osvaldo, que teve a iniciativa de ajudar as famílias carentes do Dom Antônio. O nome é uma homenagem a sua mãe. O espaço sobrevive de doações e é aberto para todos os grupos que queiram ajudar.

Os interessados podem entrar em contato pelos telefones: 9224-2207 (Diana) e 3306-9566 (Osvaldo).

Quem quiser colaborar com o trabalho da Colônia Espiritual Bezerra de Menezes pode entrar em contato por meio do site: www.coloniabezerrademenezes.com.br.

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