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Consumo

Caminhoneiro troca a boleia por negócio único: uma casa especializada em pipas

Aline Araújo | 25/07/2014 07:00
São 17 modelos de pipas expostos a venda. (Foto: Marcelo Calazans)
São 17 modelos de pipas expostos a venda. (Foto: Marcelo Calazans)

A brincadeira é atemporal, sustentada por marmanjos e crianças, mas agora virou ganha pão de Tiago Pereira Siqueira, de 29 anos. Ele fez do passatempo uma nova fonte de renda. Abriu no Bairro Buriti, em Campo Grande, uma casa especializada em pipas, a primeira da cidade. O lugar é simples, um salão construído em frente à casa da mãe, mas é de encher os olhos de quem gosta ou curte uma nostalgia.

A loja foi inaugurada há dois meses, quando Tiago decidiu largar a boleia do caminhão para se dedicar à “Casa das Pipas”. Mas a história começou bem antes. Em 2012 ele já vendia as pandorgas no seu carro, estacionava perto da praça, no bairro onde sempre morou, e foi fazendo fama de vendedor especializado. “Eu nasci e fui criado aqui, a gurizada toda já me conhecia e como eu sempre gostei de pipa, foi natural”, conta.

Em uma viagem para São Paulo, ele voltou com R$ 3 mil em pipas. Quando vendeu tudo, descobriu que valia a pena largar as estradas, montar a loja e ficar uma pouco mais sossegado. “Aqui eu fico tranquilo, perto da minha família e trabalho com algo que sinceramente sou apaixonado.”

As pipas modelo "Raia" são uma das novidades. (Foto: Marcelo Calazans)
As pipas modelo "Raia" são uma das novidades. (Foto: Marcelo Calazans)

Algumas são compradas, encomendadas de distribuidoras do Rio de Janeiro e São Paulo. Outras, ele mesmo faz com o selo “Kauê Pipas”, nome do filho de 8 anos. São mais de 17 modelos diferentes, coloridos, de materiais e formatos variados.

É possível encontrar desde as mais comuns, que custam R$ 1,00, aos modelos sofisticados de pano em formato de morcego, por R$ 15,00. As pipas de papel de seda e celofane têm os preços que variam de R$ 1.00 até R$ 3.50.

Entre as novidades, é possível encontrar uma pipa quadrada, feita de plástico, que chegou há pouco tempo. Ele avisa que logo vai ampliar o estoque de brincadeiras. Já encomendou os balões solares para compor o estoque da loja. “Acho que vai pegar aqui também, é como o balão comum de festa juninas, mas em vez de fogo funciona a luz solar”, descreve.

O negócio vai literalmente de vento em poupa. Por mês, Tiago diz que vende mais de 1500 pipas, sem contar materiais que comercializa para os que preferem confeccionar o seu próprio brinquedo. A loja também vende carreteis, rabiolas e linhas.

Os principais fregueses estão já são crescidinhos. Têm entre 15 e 30 anos e se misturam a meninada nos finais de semana, quando a loja lota.

A família deu a maior força na hora de trocar o volante pelo negócio e ele atribui o sucesso à paixão que dedica a ele e ao conhecimento que adquiriu desde menino. “Eu sou apaixonado por pipas e eu entendo. Cada modelo desse tem de fazer uma chave diferente, arrumar de uma maneira para ela funcionas”, explica, com sorriso no rosto. “Já estou muito satisfeito”.

Serviço: A Casa das Pipas fica na Avenida Lúdio Coelho, 170, Buriti. Ela funciona de domingo a domingo, das 8h às 18h.

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