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Consumo

Com o preço da cerveja subindo, tem muita gente migrando de bar em bar

Naiane Mesquita | 21/07/2016 07:41
Cerveja ficou mais cara em alguns lugares da cidade
Cerveja ficou mais cara em alguns lugares da cidade

De lojista que perde as noites de sono pensando em como lidar com os altos impostos e a queda do consumo de cervejas especiais, aos clientes que precisam correr atrás de promoções dos bons e velhos rótulos, a questão é que a noite em Campo Grande se tornou mais cíclica do que nunca em meio a crise.  Tem bar que sempre ficou lotado, mas subiu o preço e começa a ficar vazio. Outros, que tem como atrativo muito mais que a cerveja e por isso voltaram a ser preferidos da galera. 

O publicitário Charles Barbosa, 27 anos, é um frequentador assíduo de bares na cidade e já mudou de rumo quando sai à noite. “O Velfarre mesmo foi o que mais subiu. Eu ia sempre, agora parei um pouco”, afirma.

No local a cerveja Antarctica custava R$ 4,50, enquanto a Brahma e Skol saia por R$ 5,00. “A gente tinha uma parceria com o fornecedor, mas não conseguimos dar continuidade a esse subsídio. Não conseguimos continuar e tivemos que aumentar o preço da cerveja. Foi uma consequência da crise. Não tinha mais como manter aquele valor. Uma garrafa de cerveja custa hoje para a gente R$ 4,50”, explica Rodrigo Hata, proprietário do Velfarre.

Bares tentam manter preço para atrair clientes (Foto: Fernando Antunes)
Bares tentam manter preço para atrair clientes (Foto: Fernando Antunes)

O jeito foi criar formas de atrair o cliente. O happy hour com Itaipava das 17h30 às 20 horas, custa agora R$ 5,00. “Isso foi possível graças a uma parceria com o fornecedor também”, indica Rodrigo.

Para quem é cliente, a única maneira de economizar é ir em busca de preços mais em conta, diz Charles. “A gente está inventando né, por exemplo, no Outback tem happy hour até um certo horário, com chopp em dobro, no Café Mostarda também. A gente vai migrando".

Um dos bares mais tradicionais de Campo Grande, o Mercearia manteve o valor da cerveja, ao menos por enquanto. “Conseguimos segurar um pouco graças a uma longa negociação com a Ambev, nossa maior fornecedora. Não sabemos até quando vamos manter esse valor da cerveja. Os cliente tem comentado que com as mudanças a nossa se tornou uma das mais baratas da cidade. Temos tido uma resposta muito positiva dos clientes”, acredita Ivan Rodrigues Pereira, gerente do bar. O preço atual é de R$ 6,50 para a Skol, Brahma e Antarctica.

O bar Mercearia ainda tem que lidar com a tributação das cervejas especiais, já que tem mais de 200 rótulos no menu. Problema parecido enfrente lojistas de casas especializadas do mercado cervejeiro.

Renato Heimbach, da Casa do Chef, explica que os produtos tem dois tipos de tributação no Estado e que por isso o preço aumentou até mais de R$ 5,00 em apenas uma garrafa de cerveja.

“Nós temos o ICMS sobre cerveja que é era de 25% mais 2% do fundo de combate à pobreza, que calcula como ICMS também. A partir de janeiro, o ICMS subiu para 28% mais o fundo que continuou o mesmo. Além disso, há o MVA, que é um imposto sobre valor agregado. Ou seja, é em cima do preço de compra, do valor que eu venderia. Como não há uma tabela das cervejas, eles calculam que nossa margem de lucro é de 210% e cobram isso”, indica.

Como a maioria dos produtos vem por frente, Renato tem perdido o sono com as mudanças. “A gente se vira como pode. Tivemos que parar de trabalhar com muitos produtos e reduzir a margem de lucro para tentar se competitivo. Quem perde é o público. O mercado cervejeiro teve um crescimento nos últimos cinco anos e agora começa a estagnar”, frisa.

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