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Consumo

Para cliente que ainda tem vergonha de ir ao sex shop, barraca da Feira é opção

Paula Maciulevicius | 02/10/2013 06:48
O box não tem placa e nem letreiro, apenas um cartãozinho em uma das bordas identificando a loja “Poderosas e Atrevidas”. (Fotos: João Garrigó)
O box não tem placa e nem letreiro, apenas um cartãozinho em uma das bordas identificando a loja “Poderosas e Atrevidas”. (Fotos: João Garrigó)

Há seis anos duas irmãs resolveram trazer um sex shop para dentro da Feira Central. A ideia pode causar espanto assim de início, e justamente por isso, elas fazem de tudo para que a vitrine não chame atenção. Bolsas e cintos de um lado e cosméticos como gel lubrificante e óleos de massagem de outro. Conscientes do público familiar, incluindo crianças, que frequenta o lugar, as donas guardam os itens mais ‘apimentados’ à sete chaves no armário.

No começo os produtos vendidos eram lingeries, mas o pedido da clientela era por calcinhas do tipo ‘comestível’. Daí para os óleos de massagem e gel lubrificantes foi um pulo e o acerto para que elas se consolidassem na Feira.

“Até hoje o pessoal passa e nem sabe que tem. Eu sempre escuto um ‘olha’. Pode ver que a minha vitrine não tem nada e às vezes as pessoas nem sabem o que é aqui”, explica a dona Emily Mayuko Okumoto, de 26 anos.

O box não tem placa e nem letreiro, apenas um cartãozinho em uma das bordas identificando a loja “Poderosas e Atrevidas”. Com o mesmo nome elas também vendem pela internet.

Para cliente que ainda tem vergonha de ir ao sex shop, barraca da Feira é opção

Emily conta que o público é o mais variado possível, de gays até casais mais velhos, até pelo fato de a feira agregar diferentes faixas etárias. O engraçado é que ela diz que tem cliente que compra ali ainda com timidez. “A maioria tem vergonha de entrar num sex shop. O meu funciona até meia-noite, então às vezes eles vem mais no final da feira. É um acesso mais fácil também”, avalia.

Para quem fica muito envergonhado de escolher um vibrador ali, aos olhos de todo mundo, também pode comprar pela internet ou pedir que elas entregam em domicílio. “A maioria a gente vende em casa ou nos lugares que a pessoa queira”.

Segundo a dona, os produtos são trazidos de São Paulo e nenhum é de origem estrangeira, como do Paraguai. “Temos selos e registros de tudo. Os cosméticos são todos reconhecidos pela Anvisa”, garante Emily.

Além dos produtos à mostra, o sex shop tem vibrador, anéis penianos, as bonecas infláveis e até acessórios como algemas e chicotes.

Já o preço, Emily assegura que sai mais em conta em comparação às lojas do Centro. “Até porque a pessoa que vem na feira, ela vem atrás de coisas mais baratas. A gente sempre traz novidade, porque o nosso mercado não para. Tem as coisas supérfluas, mas o sexo sempre vai existir e as pessoas não param de fazer”, finaliza.

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