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Consumo

Quanto vale um toca-discos em Campo Grande? Da versão clássica a moderna

Anny Malagolini | 02/04/2013 07:25
Vitrola do brechó "Arco da Velha".
Vitrola do brechó "Arco da Velha".

Os LPs voltam a ser produzidos e tem muita gente louca por uma vitrola para ouvir aquele arranhadinho característico da agulha no vinil. Como a procura só aumenta, os toca-discos de mil novecentos e bolinha também ressuscitam, alguns em versões bem mais modernas.

Na Livraria Leitura, por exemplo, as vitrolas tinham preço inicial de R$ 999,00. “Tinham”, porque o estoque está zerado. O vendedor Luigi Pietro adianta que a próxima remessa deve chegar só em maio e lembra “O produto é importado, por isso o custo alto”.

Lançamentos de LPs de bandas com trabalhos recentes renova a clientela “retrô”. Na loja “Arco da Velha”, especializada em produtos vintage, as vitrolas são artigos que “entram e saem”, resume o vendedor Mário Francis.

Na loja, quem aparece procurando o material é quem gosta de rock, principalmente, um gosto musical herança de família. “São pessoas que já conhecem os detalhes (aparelho), mas muitos ainda herdam de parentes”.

No brechó de objetos, os aparelhos mais simples custam em média R$ 250,00.

Marcelo Rezende e a vitrola estilo anos 40.
Marcelo Rezende e a vitrola estilo anos 40.

Quem não quer esperar, pode comprar pela internet, com entrada para cabo USB. Os valores ficam entre R$ 500,00 a R$ 800,00.

Mas a volta dos vinis trouxe um problema, diz o técnico em eletrônica Fumiyaki Noda. Não basta providenciar o toca-discos. “As agulhas são raras e preciosas hoje em dia”.

Em Campo Grande, quem gosta de vinil tem de ter paciência quando a agulha quebra. Na cidade, não existe nenhuma loja especializada no equipamento. Quem acaba prestando socorro, são os técnicos de eletrônica que recorrem à internet para comprar agulhas e peças para manutenção da vitrola.

No fim dos anos 60, Noda começou a trabalhar com os toca-discos e até hoje a loja continua no mesmo lugar, na rua Maracaju, perto da Calógeras.

Com a digitalização e o esquecimento do vinil, o trabalho ficou difícil, mas a experiência garantiu peças de reposição. “Ainda tenho alguns tipos de agulhas, mas também vou pesquisando no Mercado Livre para comprar. Aqui não acha, se tornou um bicho raro”, brinca.

O preço das agulhas tem variação de acordo com o modelo, ano e marca da vitrola. As mais comuns custam em torno de R$ 15,00, mas algumas podem chegar a R$ 200,00, na internet.

Outros dois modelos "Arco da Velha"
Outros dois modelos "Arco da Velha"
Versão do aparelho portátil.
Versão do aparelho portátil.

“A vitrola faz parte desse romantismo todo de curtir vinil e nada como um aparelho à altura para reproduzir as preciosidades”, diz o apaixonado por discos, jornalista Marcelo Rezende. Ele também é músicoe reservou um espaço em casa para acomodar os seus 500 LPs, diversificados nos ritmos rockabilly, swing jazz, e MPB.

A coleção começou há oito anos, e há dois Marcelo comprou por R$ 690,00 uma vitrola, pela internet. O modelo retrô imita é estilo anos 40, mas só na aparência. O drive de CD embutido no aparelho expõe a modernidade.

“Eu até tenho MP3 armazenado num HD, mas nada se compara ao vinil, desde a qualidade do áudio, passando pelo trabalho gráfico da capa, de certa forma é nostalgia”, justifica tamanha devoção.

Vitrola moderna com aparência retrô custa R$884,00 pelo Mercado Livre.
Vitrola moderna com aparência retrô custa R$884,00 pelo Mercado Livre.
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