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Diversão

"Vovô" animado virou DJ em Campo Grande e agora faz até festa de 15 anos

Durante entrevista, o vovô de “69 anos”, revela muito mais do que os cabelos brancos que tem feito sucesso na noite

Thailla Torres | 03/04/2019 07:41
DJ Vovô Carlito chama atenção pela disposição nas festas. (Foto: Roberto Kamura)
DJ Vovô Carlito chama atenção pela disposição nas festas. (Foto: Roberto Kamura)

A nova cara da música e da pick-ups em baladinhas da cidade tem 69 anos, muitas rugas e cabelo branco rompendo com a aparência jovem de muitos DJs. Vovô Carlito é o cara que desperta olhares pela animação na noite e tem recebido pedidos até para festas de 15 anos.

Nas redes sociais, o “vovô” descolado aparece dando dedo para fotos e não tira os óculos escuros. Questão de estilo? Também. Mas, durante entrevista, descobrimos que a atração novata é uma máscara bem-feita, de látex, e que cobre o rosto de um DJ “das antigas” de Campo Grande.

O DJ dá entrevista sem máscaras, mas não revela o nome por uma questão de marketing. “Perderia totalmente a graça. Uso, inclusive, roupas com manga para esconder a tatuagem”, explica.

Sem nenhum pudor, Vovô Carlito é super descolado aos "69 anos". (Foto: Rafael Duarte)
Sem nenhum pudor, Vovô Carlito é super descolado aos "69 anos". (Foto: Rafael Duarte)

Seguindo a tendência de músicos mundo à fora, o disfarce prova que as vezes as ideias são mais importantes que a imagem e, por isso, o DJ paulistano que vive na Capital desde os 14 anos, decidiu criar um novo personagem para tocar nas festas, casamentos e baladas da cidade.

Vovô Carlito surgiu também na esteira de momentos difíceis para a música eletrônica por aqui. “Temos poucas casas noturnas na cidade e uma demanda alta de DJs. Lounges e tabacarias são os que abrem espaço para nosso trabalho na noite”, explica.

Em contrapartida, esses estabelecimentos abriram espaço para uma concorrência injusta, avalia o DJ. “Eles não priorizam ter um residente que se torne a cara do lugar, isso fez surgir muitos DJs do dia para noite, ainda mais com a facilidade de compra de equipamento. O resultado? Paga-se poucopara Djs na cidade”, avalia.

Além de animação, não falta estilo. (Foto: Roberto Kamura)
Além de animação, não falta estilo. (Foto: Roberto Kamura)

Por isso, criar Vovô Carlito virou uma motivação. “Eu também não toco funk, meu estilo é mais eletrônico e pump it up, então não queria associar o funk à minha imagem depois de 14 anos tocando. Conversando com alguns amigos, a ideia da máscara surgiu como algo inovador para a cidade”.

O DJ entrou em contato uma empresa do Rio Grande do Sul conhecida pela produção de máscaras realistas. Ano passado, a empresa ganhou destaque por fazer uma máscara ao jogador Neymar que também curtiu dias de festa em lugares públicos sem que ninguém percebesse. Vovô Carlito não revela o valor, mas, dependendo das características, uma máscara chega custar R$ 19 mil. “O que encarece é o cabelo, não vou negar. Demorei comprar porque precisava encontrar um preço que coubesse no orçamento”, explica.

O desafio é enfrentar as horas de calor dentro da máscara. “É muito quente, não tem como evitar o calor. Mas o vovô aguenta”.

A animação do vovô tem chamado atenção até do público mais jovem. “A galera fica inspirada, querem tirar foto com o vovô porque acham diferente ver um homem com quase 70 anos tocando funk em balada. Dia desses, em um evento, fiquei quase uma hora fazendo fotos com os convidados”, conta.

Vovô Carlito se apresenta na próxima sexta-feira, no Texas Pub, em Sidrolândia.

Ele topou dar entrevista, mas pediu para não revelar sua origem. (Foto: Marina Pacheco)
Ele topou dar entrevista, mas pediu para não revelar sua origem. (Foto: Marina Pacheco)
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