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Diversão

Aldeia investe em turismo com hospedagem e roteiros conduzidos por moradores

Comunidade estrutura visitas de 1 dia e estadias com vivências culturais previstas para 2026

Por Inara Silva | 25/12/2025 13:58
Aldeia investe em turismo com hospedagem e roteiros conduzidos por moradores
Mulheres indígenas apresentam a dança tradicional. (Foto: Messias Ferreira - Sebrae/MS)

Preparada para receber turistas em diferentes formatos, a Aldeia Água Branca, na Terra Indígena Nioaque, a 183 quilômetros de Campo Grande, organiza um modelo de visitação que inclui passeios de um dia (day use), hospedagem e serviço de transporte, integrados a vivências culturais conduzidas pelos próprios moradores. A iniciativa faz parte do projeto NIOAC: Cultura & Turismo Indígena, com início das atividades previsto para janeiro de 2026.

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A Aldeia Água Branca, localizada na Terra Indígena Nioaque, em Mato Grosso do Sul, prepara-se para receber turistas com um projeto inovador que inclui day use, hospedagem e transporte. A iniciativa, prevista para iniciar em janeiro de 2026, integra o projeto NIOAC: Cultura & Turismo Indígena. O roteiro turístico oferece experiências culturais autênticas, incluindo visitas ao Centro de Memórias, apresentações teatrais, danças típicas e gastronomia tradicional. A coordenação está sob responsabilidade de Fabiany Miranda Moreira, com participação especial de 48 crianças da comunidade, que protagonizam diversas atividades culturais.

A coordenação local do etnoturismo está sob responsabilidade de Fabiany Miranda Moreira, presidente da Associação de Produtores Indígenas Prosperando, liderança tribal da aldeia  e fundadora do projeto Resgatando Cultura. Dentro da comunidade, ela também atua como coordenadora geral do turismo e das ações culturais.

Segundo Fabiany, a ação tem participação direta de 48 crianças, que são o eixo central do projeto. Desde o início de 2025, elas passaram por formações e assumiram papel protagonista nas atividades de etnoturismo, sendo responsáveis por apresentações teatrais, danças típicas e pelo funcionamento do Centro de Memórias, espaço de exposição de artesanatos produzidos pelas crianças do projeto Resgatando Cultura e de apresentação da história da Aldeia Água Branca.

Memórias - O Centro está instalado em um prédio histórico, onde já funcionaram a primeira escola, o primeiro posto de saúde e a primeira igreja da aldeia. É por ali que vai começar a imersão do visitante na comunidade.

Fabiany conta que, após a visita ao centro, o roteiro prevê contação de histórias conduzida por um ancião da comunidade, seguida de apresentação teatral encenada pelas crianças. Em continuidade, está previsto passeio pela Vila Beira Rio, local em que o visitante vai conhecer a história do local, acompanhado de lanche.

Aldeia investe em turismo com hospedagem e roteiros conduzidos por moradores
Visitantes fazem trilha na Aldeia Água Branca (Foto: Messias Ferreira - Sebrae/MS)

Gastronomia - O almoço é a principal experiência gastronômica do passeio. Os turistas vão almoçar na casa da cacica Vilma Marques, primeira cacica mulher do território Nioaque. Entre os pratos estão coração de bananeira refogado, preparado pela Zuleica Merenes; o broto de feijão verde com carne elaborado pelo Alessandro dos Santos; e o palmito de bacuri que será feito pela cacica Vilma Marques  e Elizandra de Carvalho.

Em seguida, o percurso segue para a casa de seu Ramon, curador da comunidade, que vai apresentar as ervas medicinais aos visitantes.

Para encerrar as atividades do dia, está prevista apresentação da dança típica das guerreiras indígenas, novamente protagonizada pelas crianças do projeto. De forma opcional, turistas poderão visitar ainda o apiário de Jorge Pires para conhecer o processo de produção do mel e retirar o próprio produto para consumo.

Hospedagem - Além da modalidade day use, voltada a quem deseja apenas passar o dia na aldeia, Fabiany Miranda explica que uma estrutura também está sendo preparada para hospedagem em uma pousada que contará com 5 quartos, sendo 3 suítes e 2 quartos comuns. Já o serviço de transfer inclui busca de turistas no aeroporto ou na rodoviária e deslocamento até a aldeia. A ideia é garantir conforto e segurança para o visitante.

Aldeia investe em turismo com hospedagem e roteiros conduzidos por moradores
Curador da comunidade, seu Ramon, apresenta as ervas medicinais (Foto: Messias Ferreira - Sebrae/MS)

História - A história da Aldeia Água Branca é marcada pela resistência do povo Terena após a Guerra do Paraguai. A formação da comunidade teve início com a chegada da família Laureano e foi fortalecida posteriormente pela união com a família Miranda, as duas são responsáveis por consolidar o território e a organização social da aldeia.

Projeto NIOAC - Cultura & Turismo Indígena reúne cinco comunidades dos povos Terena e Atikum, Brejão, Água Branca, Taboquinha, Cabeceira e Vila Atikum, e foi construído a partir da participação direta das comunidades em reuniões, formações e no planejamento dos roteiros. O trabalho é coordenado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em parceria com a Prefeitura de Nioaque, a Fundação de Estado de Cultura e a Secretaria de Estado de Cidadania.

Agendamento - A abertura para visitação ainda depende de aval final da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) que deve sair nos próximos dias. Por enquanto, os interessados já podem conferir a programação no site do etnoturismo, no qual o visitante poderá agendar os passeios.

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