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Diversão

Em tempo de figurinha da Copa, saudade é dos brindes que vinham nos salgadinhos

Tazo, cards, garrafinhas...como andam chatos os sacos de salgadinhos e as prateleiras de mercados sem nada para colecionar

Guilherme Henri | 04/05/2018 06:10
Ariane Lovado exibe coleção com 100 tazos de dar inveja a quem também teve o que hoje é relíquia (Foto: Arquivo Pessoal)
Ariane Lovado exibe coleção com 100 tazos de dar inveja a quem também teve o que hoje é relíquia (Foto: Arquivo Pessoal)

Quem nasceu entre os anos 80 e 90 deve se lembrar da fartura em brindes que vinham nos salgadinhos ou pela troca de R$ 2,00 mais três tampinhas de refrigerante. Tudo virava coleção naquela época, e não precisava de nenhum evento mundial incentivar as empresas, que lançavam promoções e provocavam febre entre a molecada com um monte de quinquilharia.

Tazo, cards, gelo cósmicos, garrafinhas, cartões telefônicos, miniaturas e até melecas horripilantes não só animaram a criançada como marcaram toda a geração com brincadeiras nas ruas.

Alguns mais cuidados guardaram um pouco destes itens como relíquias em casa. E além da saudade da época, o que fica é o lamento, sobre o que ter restado ser apenas álbum e figurinhas a cada quatro anos.

Hoje em dia, quem quer conservar o espírito de colecionador, precisa desembolsar muito mais que três tampinhas e R$ 2 para ter miniaturas dignas, que custam caro em lojas especializadas.

Mesmo com mais de 10 anos de idade, itens foram estampados com desenhos que bombam até hoje (Foto: Arquivo Pessoal)
Mesmo com mais de 10 anos de idade, itens foram estampados com desenhos que bombam até hoje (Foto: Arquivo Pessoal)
A empresária anda guarda coleção com 300 cartões telefônicos (Foto: Arquivo Pessoal)
A empresária anda guarda coleção com 300 cartões telefônicos (Foto: Arquivo Pessoal)

Dona de coleção de dar inveja, a empresária Ariane Lovado, 33 anos, ostenta 100 tazos de promoção de 1997, além de 300 cartões telefônicos com temas diferentes. “A gente colecionava muita coisa. Sempre tinha algo. Na época também haviam os álbuns, mas lembro que se a gente montava as páginas até ganhávamos prêmios por isso”, recorda.

Ela conta que quando criança, as coleções não eram intocáveis, pois do momento que você adquiria o brinde, a ação de ir para rua exibi-lo era imediata. “Brincávamos muito na rua, escola. Não precisava marcar encontro algum, era só trocar o que estava repetido ou fazer valer no bafo”, lembra.

O curioso é que as figuras que ilustram os tazos da empresária são desenhos que até hoje são vistos pela criançada, como Pokémon, Bob Esponja e Loney Tunes.

Sobre os dias de hoje, Ariane lamenta a falta de estimulo aos mais novos e até acredita que se promoções semelhantes voltassem, a garotada poderia aprender algo de diferente, além de mexer em celular. “Hoje a maioria das crianças não coleciona nada. É só jogos online e celular”, afirma.

Mesa de Yuri com itens promocionais da coca-cola que um dia foram febre da garotada (Foto: Arquivo Pessoal)
Mesa de Yuri com itens promocionais da coca-cola que um dia foram febre da garotada (Foto: Arquivo Pessoal)

A opinião é compartilhada por Yuri Fechner, 30 anos, que ainda guarda o mini engradado e caminhãozinho da coca-cola, todos adquiridos em promoções até o ano de 2000. “Acho legal poder ver e tocar nos produtos. É mais divertido do que ver uma imagem com descrição no Google”, relata.

Ao contrário de Ariane, o colecionador acredita que promoções como estas não teriam mais espaço algum na atualidade. “Hoje é mais difícil, pois estamos em um mundo repleto de novidades e informações. As coleções acabam perdendo valor com tanta novidade. E também estamos num mundo de grande consumo. O passado deixou de ter importância. Uma pena”, desabafa.

Já a empresária Geovana Almeida Prior, 23 anos, não conseguiu guardar os brindes do passado, mas se lembra como era bom correr para comprar salgadinhos só para tentar completar a coleção que tinha começado. “Eu tinha tazo, engradado com as garrafinhas de refrigerante e colava figurinhas na porta do guarda-roupa”, lembra.

Geovana mostra que opções de miniaturas colecionáveis, custam o inicial de R$ 80 (Foto: Guilherme Henri)
Geovana mostra que opções de miniaturas colecionáveis, custam o inicial de R$ 80 (Foto: Guilherme Henri)

Um pouco mais nova que a maioria, ela já presenciava o fim da era das promoções. Porém, o sentimento ficou guardado e foi a motivação para abrir loja voltada a produtos com “gosto” de infância, a MS Criações. “É engraçado, pois muitos pais vêm até aqui acompanhar os filhos e acabam adquirindo bonecos e miniaturas. Outros, pelo contrário, até trazem as crianças para tentar incentivá-las a criar gosto pelas coleções”, diz.

Porém, os preços de hoje são bem mais salgados do que no passado. As miniaturas, que claro possuem detalhes extraordinários não saem menos de R$ 80. Preço, que segundo Geovana, é pago justamente por quem é fã e lembra da infância.

Na internet – Em sites de compras, não é difícil encontrar anúncios de pessoas que tentam comercializar estas “relíquias”. O curioso, é que em breve busca, o Lado B encontrou pessoas que adquiriram itens de outros para completar a própria coleção para só assim colocar a venda o que está repetido.

No mini engradado, a real dúvida de quem tinha foi se o líquido era ou não Coca-cola (Foto: Arquivo Pessoal)
No mini engradado, a real dúvida de quem tinha foi se o líquido era ou não Coca-cola (Foto: Arquivo Pessoal)
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