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Diversão

Luau da Feira Orgânica é espaço para os tímidos soltarem a voz

Evento acontece toda sexta-feira no Autocine da UFMS e o microfone é aberto para quem quiser cantar

Bárbara Cavalcanti | 26/09/2021 08:55
Juan tocando no palco do lual, após vencer a timidez. (Foto: Lidiane Antunes)
Juan tocando no palco do lual, após vencer a timidez. (Foto: Lidiane Antunes)

A Feira Orgânica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, que acontece no Autocine, agora acontece no período da tarde acompanhada de um luau. O evento ganhou um pequeno palco disponível para todos, mas especialmente para os tímidos tomarem coragem de tocar para um público, além das paredes.

O objetivo é, além de atrair mais pessoas para a feirinha, criar um ambiente aconchegante e descontraído, com um som acústico para entreter quem faz suas compras e também dar oportunidade para quem quiser soltar a voz no microfone, independente da experiência.

Barracas das feiras montadas no Autocine. (Foto: Kísie Ainoã)
Barracas das feiras montadas no Autocine. (Foto: Kísie Ainoã)

A primeira edição do luau teve o tema de primavera. A organização distribuía colares de flores artesanais para as pessoas que faziam as compras no local. O palco, feito de pallets, também estava todo decorado com flores de papel e luzes coloridas. Os mais animados eram os próprios feirantes, que aplaudiam e gritavam em entusiasmo com quem se apresentava.

Alguns inclusive tiveram o primeiro contato com a ideia de luau ali no evento. Foi o caso da artesã Lucienne Lopes Teixeira, de 53 anos. “É meu primeiro luau, nunca tive uma experiência assim”, detalha. Mas ao ser questionada se encara o microfone, rejeita entre risadas. “Eu vou ficar mesmo só olhando”, afirmou.

Eva da Silva Andrade, de 50 anos, também dançava animada em sua barraca de verduras. “Já participo dessa feirinha há 12 anos e é a primeira vez que tem algo assim, achei muito legal”, declarou.

Eva era uma das feirantes mais animadas com o luau. (Foto: Kísie Ainoã)
Eva era uma das feirantes mais animadas com o luau. (Foto: Kísie Ainoã)

A feira mesmo abre às 16h com as barracas dos feirantes que oferecem artesanato, verduras, legumes e comidas como salgados e doces artesanais de sempre. No espaço aberto do Autocine, o pôr-do-sol vira uma paisagem quase de cartão postal e quem é ligeiro na foto, consegue até pegar algumas araras sobrevoando o céu ao entardecer.

A música começa às 19h, já quando está escuro. De acordo com a coordenadora do projeto, Miriam Couro Aveiro, de 55 anos, o horário foi alterado para à tarde, tanto para amenizar o calor, quanto para trazer um momento leve com uma opção tranquila para o trabalhador se divertir na sexta-feira à noite, se quiser “aproveitar a viagem” das compras na feira.

“Não é para ser necessariamente uma apresentação com músicos profissionais. A gente quer que qualquer um se sinta à vontade para chegar ali e tocar uma musiquinha, trazer o próprio instrumento, se quiser ou até mesmo só recitar uma poesia ou fazer uma declaração de amor. Não é para ninguém ficar tímido, não, é uma coisa bem simples mesmo, aconchegante”, enfatiza.

O objetivo de ser intimista foi cumprido com êxito, pois quem superava a timidez de tocar, também já abria o coração para o público. Entre dificuldades técnicas com o som, a primeira a se apresentar foi uma das artesãs da feira, Bruna Silva Simões, de 28 anos. Duas semanas atrás, Bruna comprou uma ukulele e tocou três músicas, mesmo que visivelmente nervosa.

Bruna tocando ukulele com ajuda improvisada para que o som do instrumento ficasse mais alto. (Foto: Lidiane Antunes)
Bruna tocando ukulele com ajuda improvisada para que o som do instrumento ficasse mais alto. (Foto: Lidiane Antunes)

“Eu só tinha tocado em casa mesmo, nunca nem me apresentei para ninguém”, comenta. E os problemas com o som não atrapalharam em nada no encorajamento das pessoas. Ao descer do palco, o que Bruna mais ouvia eram elogios pela coragem e pedidos para tocar na próxima semana.

Logo em seguida, o tatuador Hayel Faker, de 33 anos, também tocou algumas músicas nacionais, uma música autoral, que revelou ter escrito para um amigo falecido, e até se atreveu em cantar em espanhol. “Adorei a ideia. Eu toco por hobby mesmo e fui convidado e achei muito bacana”, expressou.

Hayel toca por hobby e apresentou uma música autoral no luau. (Foto: Lidiane Antunes)
Hayel toca por hobby e apresentou uma música autoral no luau. (Foto: Lidiane Antunes)

Logo na primeira edição, o objetivo de atrair ao palco quem espontaneamente quisesse assumir o microfone foi cumprido pelo venezuelano Juan Jose, de 25 anos. Depois de bastante hesitação, superou a timidez e cantou algumas músicas em espanhol e português.

Entre as músicas, confessou ali sobre seu processo pessoal, o que lhe rendeu vários aplausos e gritos encorajadores da plateia. “Descobri na música um processo de autoconhecimento e de cura e estou muito feliz de hoje estar aqui”, declarou.

Por fim, Claudio Paes, de 51 anos, encerrou com a viola. Ao ser convidado para tocar, ele também ajudava na sonorização. “Ficou muito bacana a proposta, de poder dar esse espaço agradável e a gente poder estar aqui reunido”, comentou.

A Feirinha Orgânica acontece das 16h às 21h, toda sexta-feira no Autocine da UFMS. A entrada e participação é gratuita.

Claudio aproveitou o palco para tocar moda de viola. (Foto: Lidiane Antunes)
Claudio aproveitou o palco para tocar moda de viola. (Foto: Lidiane Antunes)



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