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Diversão

Rebolado de baixinho simpático é sensação no palco de balada sertaneja

Adriano Fernandes | 25/04/2016 06:20
O gingando do baixinho chama a atenção nas coreografias entre uma apresentação e outra na casa. (Foto: Marcos Ermínio)
O gingando do baixinho chama a atenção nas coreografias entre uma apresentação e outra na casa. (Foto: Marcos Ermínio)

Nas noites da balada sertaneja, Reinaldo Yuri Chaves Salvaterra, de 21 anos, é uma atração à parte. Virou figura no leva traz de bebidas em casa noturna da avenida Afonso Pena. 

Yuri tem 21 anos e desde os 18 se dedica ao trabalho de garçom em casas noturnas. (Foto: Marcos Ermínio)
Yuri tem 21 anos e desde os 18 se dedica ao trabalho de garçom em casas noturnas. (Foto: Marcos Ermínio)

É o tipo do cara que vai ser gente boa em qualquer que seja o trabalho. Ele não é do tipo galã, tem só 1,64 de altura, mas no palco é o rebolado do rapaz que chama a atenção da galera, enquanto ele dança as músicas mais “chicletes” da balada.

“Todos os garçons se revesam no intervalo, mas na maioria das vezes sou eu quem tô sempre lá em cima”, ri. Com alma de artista, Yuri conta que, na maioria das vezes, a coreografia é improvisada. Quando rola um ensaio é pouco antes da casa abrir.

E o estilo musical é variado, do sertanejo a “Metralhadora” e “Pararatimbum”. Na plateia da Room 01 Pub, os mais animados fotografam e batem palmas no mesmo ritmo da animação de Yuri e dos colegas.

É a disposição para a brincadeira com a clientela que precisa ser valorizada, diz a estudante Bianca Brites. “Esse tipo de brincadeira e simpatia dos garçons faz todas a diferença na hora de eu escolher alguma casa noturna para ir”, comenta.

Geovana da Costa já até se acostumou com os “showzinhos” do rapaz. “Venho aqui frequentemente e toda vez ele trata os clientes na maior simpatia, animação e quando sobe no palco, todo mundo não só curte como também dança com ele”, diz, sem perder a batida da música.

Outra conhecida de longa data é a amiga e ex-colega de trabalho, Juliane Ávalos.

Amigo de todos, o garçom brinca que tem dias que até para ouvir os desabafos dos clientes. (Foto: Marcos Ermínio)
Amigo de todos, o garçom brinca que tem dias que até para ouvir os desabafos dos clientes. (Foto: Marcos Ermínio)

“Já trabalhamos juntos em outra casa noturna da cidade e ele sempre foi assim, extrovertido, simpático. Tanto no trabalho, quanto no dia a dia, ele sempre é a mesma pessoa”, elogia.

Yuri garante não perder a animação, segue firme da hora em que a casa abre, às 21h, até às 5h. Jura que desde quando se entende por gente já trabalha na noite.

Aos 12 anos, ele era o ajudante da mãe nas feiras, atendendo em uma barraca de sucos. “Minha mãe teve por muito tempo uma barraquinha no Orla e minha irmã também teve até ponto na Feira Central. Ela já vendeu cachorro-quente, sucos e sorvete”, comenta.

Mas foi só aos 18 anos que ele começou a carreira como garçom em baladas sertanejas da cidade.

A primeira experiência ocorreu na Valley Pub, onde trabalhou por quase dois anos. Em seguida foi ser garçom na antiga Woods, onde até aula de dança o rapaz diz ter feito para aperfeiçoar as coreografias.

“A Valley foi o primeiro lugar que sugeriu que todos os garçons fizessem as coreografias no palco e com as garrafas de whisky. Quando fui para Woods, os garçons não só eram incentivados a interagir e brincar um pouco mais com cliente, como até tínhamos aulas de dança na companhia de dança do Ivan Souza”, lembra.

Segundo Yuri, toda a equipe criava coreografias sob comando do professor, mas na prática, o que mais dava certo mesmo era o improviso. “Ele até ficava bravo com a gente, porque nunca seguíamos a coreografa à risca. Sempre adaptávamos de alguma forma, invetávamos passos, mas nunca seguíamos a risca a corografia”, ri.

No camarote Yuri tira onde com a Ciroc. (Foto: Marcos Ermínio)
No camarote Yuri tira onde com a Ciroc. (Foto: Marcos Ermínio)

Desde quando a Room foi inaugurada, Yuri está na equipe de seis garçons fixos e até na folga é para a casa noturna que ele volta. "Eu estava de folga e resolvi levar minha namorada na boate. O problema é que no meio do show o cantor me chamou para subir no palco para dançar e eu fui. Rapaz, quando eu desci aquela mulherada não parava de me parar e pedir para mim voltar a dançar. Minha noiva ficou uma fera”, conta.

Depois dessa, ele tem uma estratégia para provar que é homem sério. “Faço questão de usar uma aliança ´big monster` e que brilha na cara de todo mundo, que é para deixar bem claro que eu tenho um compromisso sério”, ri.

E a relação dos garçons com o público faz com que muitos clientes virem amigos. “É um ambiente que mesmo enquanto trabalha a gente se sente a vontade. A vezes para, escuta a vida dos clientes,” comenta.

De tão acostumado com rotina de trabalho nada convencional, ele conta que não pensa em largar tão cedo a profissão.

“É um trabalho que eu amo e já não me vejo fazendo outra coisa. Não sei mais o que é dormir durante a noite e ficar acordado durante o dia, por exemplo. Por mais que a gente saiba que está trabalhando para garantir a diversão dos outros, a gente consegue aproveitar um pouco da balada também”, conclui.

Tem algum garçom que faz da sua balada algo mais divertido, então pode sugerir. 

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