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Diversão

Sem tecnologia, crianças aprendem como infância é boa com brinquedo reciclável

A criançada participou do programa Deixa Brincar no Horto Florestal e aproveitou para gastar energia e interagir

Alana Portela | 02/06/2019 07:14
Os meninos Matheus e Vinícius brincando com bolhas de sabão (Foto: Kisie Ainoã)
Os meninos Matheus e Vinícius brincando com bolhas de sabão (Foto: Kisie Ainoã)

Crianças saíram de casa na tarde de ontem (1º), acompanhadas dos pais, e fizeram a festa no Horto Florestal de Campo Grande com a programação do 9º Deixa Brincar, projeto apenas com brinquedos feitos de materiais recicláveis. O dia foi repleto de atividades e deu para cansar a criançada que pulou corda, amarelinha, jogou peteca, andou com perna de lata, fez bolhas de sabão e conheceu o telefone sem fio.

“Brincar proporciona o desenvolvimento cognitivo, emocional, social e afetivo, porque obriga a conviver com o outro, a ter tolerância, a partilhar. Queremos preservar a cultura da infância com os brinquedos tradicionais”, diz a organizadora, Ângela Maria Costa, que é doutora em educação.

Ângel Maria organizou o evento Deixa Brincar no Horto Florestal (Foto: Kisie Ainoã)
Ângel Maria organizou o evento Deixa Brincar no Horto Florestal (Foto: Kisie Ainoã)

Ela afirma que nos dias atuais, os adultos não sabem lidar com as crianças, “ligadas na tomada”. “Ficam no celular, na internet. Estamos criando seres egocêntricos, porque não brincam com o outro, não têm convivência. Na educação do século 21, um dos pilares é aprender a viver junto”, relata.

O evento faz parte da Semana Mundial do Brincar e conta com a ajuda de universidades e de um grupo de escoteiros que voltaram no tempo para fazer brinquedos usando plásticos, papelão e latas de alumínio. “Só tem brinquedos não estruturados para fazer as crianças se divertir e interagir. Se colocasse um pula-pula ou outro, elas ficariam em um local apenas e não aproveitariam”, explica Ângela Maria.

As crianças, que precisavam gastar mais energia, aproveitaram à tarde para pular corda, passar obstáculos de papelão que estavam no chão, como a filha do administrador Leandro Alfonso. “Ela tem 7 anos e já chegou brincando aqui. Entrou na fila para pular corda, pintou o rosto, passou os obstáculos e continua animada”, contou.

Crianças aproveitaram a tarde para brincar com o brinquedo Vai e Vem  (Foto: Kisie Ainoã)
Crianças aproveitaram a tarde para brincar com o brinquedo Vai e Vem (Foto: Kisie Ainoã)
Teve brincadeira com o elástico também (Foto: Kisie Ainoã)
Teve brincadeira com o elástico também (Foto: Kisie Ainoã)

O administrador diz que são poucos os momentos que consegue aproveitar com a filhota por conta da correria do dia a dia. “Ela fica na escola das 6h às 18h, lá fazem brincadeiras educacionais, mas lazer nosso mesmo não temos e por isso tem que aproveitar os fins de semana. O evento é uma alternativa bacana para os filhos”, afirma Leandro.

A funcionária pública Ariana Corrêa levou o filho Vinícius, de 7 anos, e o enteado Matheus, de 9 anos, para brincar com bolhas de sabão e interagir outras crianças, já que é difícil desligar os meninos da internet. “Assim, aprendem a se socializar e saem do quarto. O meu enteado fica com a gente nos finais de semana, mas eles preferem o celular e computador. Às vezes levo para parques, shopping e brinco também, mas as brincadeiras de antigamente eram melhores”.

O professor de educação física, Alcimar ensinando a filha andar na perna de lata (Foto: Kisie Ainoã)
O professor de educação física, Alcimar ensinando a filha andar na perna de lata (Foto: Kisie Ainoã)

Assim como Ariana, a estudante de Pedagogia, Paula Graciela, decidiu tirar às duas filhas de casa. Ela é mãe de uma adolescente de 16 anos e da Beatriz, de 11. Elas sentaram no chão do Horto para fazerem orginami juntas. “Gosto dessa prática de levá-las para sair e fazer coisas diferentes, principalmente ao ar livre”, afirma Paula. Sua filha mais nova estava tentando fazer um pato de papel e disse que gosta dos momentos de lazer em família. “É divertido porque assim posso passar mais tempo com a minha mãe”.

O professor de Educação Física, Alcimar Pereira esteve no evento e ao ver as pernas de latas, lembrou-se de quando era criança e resolveu ensinar a filha de 5 anos a andar nelas. “Ela nunca tinha visto isso, é da minha época e mostrar essa brincadeira é uma forma de resgatar a infância, pois tem gente que perdeu um pouco disso, de correr, pular e se sujar”, falou.

A Izabelly neta do Evanio Vargas quis fazer uma pintura facial (Foto: Kisie Ainoã)
A Izabelly neta do Evanio Vargas quis fazer uma pintura facial (Foto: Kisie Ainoã)

O avô Evanio Vargas e a netinha Izabelly, de 3 anos, são “grudados” e ele faz questão de fazer os gostos da pequena. “É apegada, principalmente com a avó. Ela fica com a gente na terça e no sábado, e são dias para os avós brincarem. Quando somos pais temos que educar, cuidar e ensinar, agora como avós, é só desensinar”, brinca.

“Ela pediu para pintar o rosto, conhece vários personagens infantis. A gente tem que acompanhar e entender quais os vocabulários dela, os personagens que gosta. É vaidosa, passa batom e escolhe as roupinhas”, conta.

A criançada também usou a imaginação montar os brinquedos não estruturados feitos de bobina, caixas de papelão, garrafas pet e tampinhas. Outras se divertiram com a contação de histórias, desenhos, peteca, pintura facial, etc.

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  • (Foto: Kisie Ainoã)
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