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Diversão

Som é uma lástima, mas intimidade com público salva show de Zezé e Luciano

Ângela Kempfer | 26/05/2012 04:11

Zezé ficou a maior parte do show assim, bem perto do público. (Fotos: Pedro Peralta)
Zezé ficou a maior parte do show assim, bem perto do público. (Fotos: Pedro Peralta)

Quem não conhece as letras dos sucessos de Zezé di Camargo e Luciano sofreu para decifrar as frases que vinham do palco na noite de ontem no Guanandizão.

A acústica terrível deixou Zezé nervoso, e por várias vezes ele xingou (com bom humor) o coitado do ginásio. “Tô morrendo de raiva deste teto. Quem foi o f... da p... que construiu isto. O cara devia ser surdo”, reclamou, sem perder a simpatia. Depois lamentou mais uma vez: “As pessoas merecem um som melhor”.

Os maiores incomodados pareciam ser os músicos. Na plateia, o que as pessoas queriam mesmo era aproveitar a intimidade garantida pelo novo formato de show da dupla, para menos gente, com a possibilidade de acompanhar a cantoria bem de pertinho e tocar os ídolos várias, várias vezes.

Além do palco rebaixado, com cerca de um metro, Zezé passou a maior parte do show no chão, cantando com os fãs e posando para fotos, sem cerimônia ou demonstração de cansaço.

Foi o que salvou a apresentação em Campo Grande. Microfonias perturbaram, o lugar não lotou, mas os dois dominam tanto o que fazem que nem tem graça reclamar. “O som tá ruim é? Nem percebi. Já tirei mais de 5 fotos com eles”, contava entusiasmada a estudante de Direito Carla Azambuja.

Luciano e Zezé se dividiam entre os quatro lados do palco.
Luciano e Zezé se dividiam entre os quatro lados do palco.

Até quem não teve dinheiro para bancar o luxo no setor de mesas e ficou na arquibancada, bem mais distante da dupla, encontrou mais vantagens do que problemas. “Normalmente a gente vai e fica no meio de uma multidão. Aqui não, ficamos bem mais perto deles. Não teve confusão nem na hora de entrar”, avalia Luciana, que ontem levou a filha Lara, de 12 anos, para ver os ídolos sertanejos.

"Olha, paguei 3 mil reais para estar aqui (setor de mesas)e acho que o preço era por um som muito melhor, mas quando é que eu ia ficar tão perto do Zezé assim", amenizou a servidora pública Tereza Virgínia, de 43 anos.

Tamanha admiração é por artistas que ao longo dos 21 anos de carreira aprenderam a agradar os fãs.

Zezé não economizou reverências a nomes sul-mato-grossenses e, a cada lembrança, fazia o público gritar. Lembrou de amigos pecuaristas e dos músicos e do nosso chamamé. “O melhor sanfoneiro que já conheci é daqui, o Dino Rocha”, comentou no palco.

Luciano quis homenagear Maria Cecília e Rodolfo, que também apareceram para ouvir os amigos. “Eu amo esses dois. Sempre gostei e só depois fui descobrir que também são nossos fãs”, disse apontando para o casal na plateia.

Antes, à imprensa, Luciano já havia dito que aceitou o convite dos dois para voltar com Zezé em setembro, para a gravação do DVD do casal em Campo Grande. “Eu já disse que sim, só falta o Zezé”, reforçou.

Dupla de Três Lagoas cantou com Zezé e Luciano.
Dupla de Três Lagoas cantou com Zezé e Luciano.

Generosos, os irmãos também chamaram ao palco uma dupla que quase ninguém conhece por aqui: Luís Carlos e Eduardo, artistas de Três Lagoas que Zezé conheceu durante um leilão em Campo Grande e passou a admirar. "Eles são muito bons, por isso chamei", justificou.

Durante entrevista que antecedeu a apresentação, questionei se hoje Zezé e Luciano são mais assediados por fãs ou por duplas sertanejas em busca de apadrinhamento. “É pau a pau”, gargalhou Zezé.

Bem, pelo menos Luís Carlos e Eduardo tiveram a noite de glória ontem, com privilégio de cantar com a dupla o maior sucesso da carreira de Zezé di Camargo e Luciano: “É o amor”.

Na lista de canções do show surgiram clássicos como Telefone Mudo e surpresas como Menina Veneno, na voz de Luciano. Também houve espaço para o CD novo que em julho terá a atenção dividida com o DVD do mesmo trabalho.

Mesmo não gostando muito do estilo "É o amo-o-or", ontem descobri que Zezé di Camargo e Luciano merecem carinho que recebem, porque não economizam na hora de retribuir.

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