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Dedicado à fáscia, Rolfing trata parte do corpo que poucos conhecem

Rolfista, Silvia Razuk conta que terapia trabalha tecido que permeia todos os ossos, músculos e órgãos

Aletheya Alves | 23/09/2022 06:35
Rolfing é um método de reorganização corporal através de toques e pequenos movimentos. (Foto: Marcos Maluf)
Rolfing é um método de reorganização corporal através de toques e pequenos movimentos. (Foto: Marcos Maluf)

Já ouviu falar sobre a "fáscia", uma rede de tecido, abaixo da pele, que envolve todas as partes do corpo? O Rolfing é um tratamento específico para esse sistema corporal e, ao contrário do que diz muito conteúdo na internet, a base é científica e sem nenhum teor místico.

Acostumada a ter de explicar tanto sobre a existência da fáscia e, em consequência, como a terapia é feita, a rolfista Silvia Razuk detalha que a maior parte de seus pacientes chega sem entender bem o que é esse tecido. Conceituado como um método de reorganização corporal, o Rolfing foi criado na década de 1940, mas ainda é pouco conhecido entre a maioria das pessoas.

Silvia explica que o método é indicado tanto contra o desconforto corporal como, por exemplo, causado pela má postura e tensões ou restrições de movimentos, quanto para pessoas ligadas às artes corporais ou que querem conquistar a consciência corporal. Mas, antes de detalhar a técnica, ela diz que é necessário entender sobre a fáscia.

Quando você descasca uma mexerica há uma pelezinha branca, é como se a fáscia fosse aquilo ali. Aquela pelezinha envolve o fruto como um todo, cada gomo e também os mini gominhos dentro de cada gomo. A fáscia é como se fosse isso, ela confere uma unidade para o corpo e lubrifica nossos espaços internos, diz Silvia.

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Conforme a vida passa, essa lubrificação vai diminuindo e, com o tecido ganhando rigidez os movimentos ficam difíceis. “A gente não perde a lubrificação, mas essa substância que poderia ter uma consistência de óleo vai endurecendo e fica mais denso”, diz Silvia.

Por ser um tecido, a fáscia é possível de ser manejada, ou seja, moldada para que o movimento dos órgãos, ossos, músculos volte a ser lubrificado adequadamente. Partindo desse conceito foi criado o Rolfing.

“O Rolfing é um método que, através do toque e de pequenos movimentos, vai devolvendo essa lubrificação da fáscia para que o tecido volte a funcionar da forma mais adequada. O toque também libera calor, então tanto o calor quanto a pressão do toque vão devolvendo essa textura de óleo que o tecido precisa ter”, completa a rolfista.

Método se dedica a lidar com a fáscia, um conjunto de tecidos que permeia todo o corpo. (Foto: Marcos Maluf)
Método se dedica a lidar com a fáscia, um conjunto de tecidos que permeia todo o corpo. (Foto: Marcos Maluf)

Como um lençol

De modo geral, o tratamento é composto por dez sessões que duram, em média, 1 hora e 15 minutos. Silvia explica que, diferente de uma massagem. "O Rolfing tem um processo próprio com começo, meio e fim, não é algo paliativo".

Por trabalhar um tecido que conecta todo o corpo, a ideia da técnica é que não seja aplicada por apenas um ou dois dias. “É como quando vamos ajustar um lençol na cama e, quando você arruma uma ponta, a outra sai do lugar. Isso acontece com a fáscia, quando você começa ajustar em um lugar, ela responde também em outro. Com as dez sessões conseguimos dar conta desse todo”.

Sobre a cientificidade do método, Silvia narra que toda a técnica é pensada a partir de estudos sobre o corpo humano no sentido físico e biológico. Além de olhar para o organismo sozinho, ela relata que o Rolfing observa como a lei da gravidade impacta a organização do nosso corpo, que também envolve uma visão científica.

“Ele é um método que vai reorganizar o corpo pensando também na força gravitacional, então a criadora da técnica foi em cima da organização física, da questão biológica. Gosto de dizer que é um método de terapia corporal, mas que não é nada místico”, relata Silvia.

Método é aplicado em todo o corpo, não apenas em um local específico. (Foto: Marcos Maluf)
Método é aplicado em todo o corpo, não apenas em um local específico. (Foto: Marcos Maluf)

Formação profissional

Em relação à profissão em si, Silvia conta que o Rolfing não é uma especialização para outras formações. “São três anos de curso porque ele é uma profissão em si. Há uma parte teórica no curso e depois uma prática também. Quem não é da área da saúde faz um primeiro semestre com as cadeiras básicas, que são com conteúdos de anatomia, fisiologia e afins”.

Por ter sua formação inicial em Dança e Movimento, Silvia passou por todas as partes do curso e, contando que desde 2019 segue encantada com o tratamento, decidiu se profissionalizar após ser uma paciente. “Eu tive contato com o mundo da consciência corporal na época do curso de Dança e comecei a pensar sobre o poder terapêutico da consciência corporal”, diz.

Silvia conta que conheceu o Rolfing como paciente e, desde então, se encantou. (Foto: Marcos Maluf)
Silvia conta que conheceu o Rolfing como paciente e, desde então, se encantou. (Foto: Marcos Maluf)

Anos depois, ela foi para fora do País se especializar em dançaterapia e, quando já estava em Campo Grande novamente, começou a fazer a terapia de Rolfing. “Achei incrível porque é um toque muito específico, tem muita sutileza, mas ao mesmo tempo é muito potente. Você não fica sentindo dor durante a terapia toda, pode sentir as pressões, mas não essa dor”.

Vendo mudanças corporais e emocionais após a terapia, Silvia decidiu que iria se especializar e, hoje, é uma das poucas pessoas que oferecem a técnica em Campo Grande.

Disponível para as sessões, Silvia recebe os contato via WhatsApp pelo número (67) 98118-3043.

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