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Faz Bem!

Um alerta de quem não fechou a boca após gastar R$ 16 mil para perder barriga

Paciente revela experiência e profissional alerta sobre hábitos saudáveis antes de procedimentos cirúrgicos.

Thailla Torres | 05/01/2019 08:14
Buscar mudar os hábitos antes do procedimento cirúrgico é sempre o ideal. (Foto: Arquivo Pessoal)
Buscar mudar os hábitos antes do procedimento cirúrgico é sempre o ideal. (Foto: Arquivo Pessoal)

A fisioterapeuta dermato-funcional Cinthia Mossini trabalha há quinze anos na área da estética. Defensora da alimentação saudável associada à atividade física, Cinthia afirma que os procedimentos estéticos são aliados de primeira hora, principalmente naqueles casos de pacientes que fizeram abdominoplastia ou lipoabdominoplastia e engordaram em seguida.

“Tenho paciente que chegou aqui chateada porque achou que fosse ‘perder’ o resultado bonito da cirurgia. Tinha engordado dez quilos ou até mais. Aí com a equipe multidisciplinar fizemos o atendimento estético, psicológico e também nutricional. Hoje, a pessoa está firme nos treinos, na dieta e está ainda mais bonita do que antes”.

Buscar mudar os hábitos antes do procedimento cirúrgico, sem ansiedade, tendo acompanhamento psicológico e sempre praticando atividades físicas para fortalecer a musculatura é sempre o ideal. “A cirurgia não emagrece, ela esculpe o corpo, gordura e pele são retirados. É preciso mudar a mentalidade antes”.

Cinthia Mossini trabalha há quinze anos na área da estética e alerta pacientes sobre hábitos saudáveis antes dos procedimentos cirúrgicos.
Cinthia Mossini trabalha há quinze anos na área da estética e alerta pacientes sobre hábitos saudáveis antes dos procedimentos cirúrgicos.

A ficha caiu - Aos 44 anos, atuais 83 quilos e investimento de R$ 16 mil para, literalmente, se livrar da barriga, a funcionária pública Ana Lúcia se esconde atrás de um nome fictício numa fuga das cobranças pessoais, de amigos e família. Há dois anos fez abdominoplastia, procedimento cirúrgico estético, e removeu gordura e pele em excesso do abdômen. Em 2016, finalmente era feliz com os números: 1m64 e 74 quilos, resultado de menos 5 litros de gordura, que se traduzia em cintura fina e barriga chapada.

A única coisa que ela não imaginava era que fosse continuar sedentária e com hábitos alimentares errados. Afinal, ela investiu quase o preço de um carro popular usado para realizar o sonho. “A gente fica com vergonha, sentimento de fracasso que bate”.

De volta ao trabalho de oito horas por dia, como servidora pública, chefe de família, mãe de adolescente, Ana Lúcia não conseguiu administrar o tempo e continuou a comer quase nada de manhã, almoçar na rua e, depois, fazer o jantar em casa. “E para completar, estava namorando e aí já viu né? A gente foca em todo mundo e esquece da gente. Burrice! Estou parecendo uma mulher árvore, fina embaixo e grande em cima”.

Com 83 quilos, o corpo ainda está violão. Mas as celulites estão nas nádegas, coxas e pernas. Sua amiga, preocupada, indicou que ela fosse até Cinthia Mossini. A especialista de pronto disse à Ana Lúcia que “ainda há tempo”.

A paciente vai precisa ter forças para recomeçar com bastante disposição. “O tempo vai passando e amanhã estaremos com mais idade do que hoje. Por isso, é importante se conscientizar da necessidade de se alimentar adequadamente para então, começar a fazer tudo certo agora”, alerta a especialista.

Cinthia Mossini explica que a abdominoplastia, mesmo sendo um procedimento que não aprofunda, pois não ultrapassa o tecido muscular, faz disparar um alerta no organismo. Ele pede reposição urgente de energia para poder funcionar. A cirurgia retira a gordura que fica em cima da musculatura e o corpo entende que está correndo riscos.

A fome também aumenta. “O seu apetite aumentou após a cirurgia não foi?”, indagou à Ana Lúcia, que confirmou acenando com a cabeça.

Antes do processo cirúrgico.
Antes do processo cirúrgico.
3 meses depois da cirurgia ainda em fase de cicatrização.
3 meses depois da cirurgia ainda em fase de cicatrização.
Antes do processo cirúrgico, imagem de lado.
Antes do processo cirúrgico, imagem de lado.
3 meses depois da cirurgia ainda em fase de cicatrização.
3 meses depois da cirurgia ainda em fase de cicatrização.

Quando acende a luzinha vermelha - De acordo com estudos, o paciente que se submete à retirada de gordura do organismo precisa mais do que nunca depois ter uma vida saudável. Caso ele não se cuide, há um aumento em 10% na gordura visceral, aquela que fica embaixo da musculatura e que só acaba com dieta e exercícios. A vida desregrada representa um perigo. A gordura visceral é fator de risco para as doenças cardíacas e diabetes.

Ana Lúcia mesmo sem saber sobre o que poderia ocorrer, começou a notar o desequilíbrio em seu organismo e relatou para a fisioterapeuta: “Senti aperto no peito, desânimo, ansiedade e fiquei com medo de por causa desse ‘estufar’ do tórax, ter gordura no coração. Meu pai faleceu aos 51 anos de enfarto. Por isso, procurei ajuda e já agendei um cardiologista também. Fim do ano né? Quero me preparar para começar 2019 bem”, desabafa.

"Botonê - sofá de antigamente"A frase você é o que você come parece clichê, mas é a mais pura verdade, segundo Cinthia Mossini. As celulites nos braços, nádegas e pernas de Ana Lúcia evidenciam os maus hábitos alimentares

Após examinar Ana Lúcia, a fisioterapeuta explica que a celulite são como os vários botões na estrutura de um sofá de antigamente,”botonê”. Cada um dos botões repuxa a tapeçaria e dá uma aparência de furos. O resultado fica bonito, no sofá, mas na pele com celulite é o inimigo de Ana Lúcia.

“Um pouco acho até bonito, feminino. A cantora Anitta fez um clipe mostrando a celulite dela. Mas, no meu caso como sempre tive bem pouca e eu perdi o controle, funciona como uma sirene de alerta sabe?”, disse a servidora pública.

A hidratação da pele e os procedimentos estéticos auxiliam a soltar cada um desses ‘botões’ até a superfície voltar a ter um aspecto liso, compara a fisioterapeuta. A drenagem linfática auxilia na redução das toxinas, envia toda a substância para que os rins possam filtrar e o organismo eliminar.

Para melhorar o aspecto de “botonê”, com seus botões decorativos, a fisioterapeuta e sua equipe dispõe de protocolos individualizados, tudo vai depender do grau que se encontra a celulite.

Além do tratamento estético, no caso da servidora pública, Cinthia Mossini indica terapia para investigar as raízes da compulsão alimentar, acompanhamento nutricional que garanta saciedade e atividade física diária. A prática esportiva é fundamental para trazer alegria e disposição já que é fonte de serotonina e dopamina– neurotransmissores que influenciam diretamente na melhora de humor, diminuição da ansiedade a irritabilidade (reclamação comum de paciente que faz dieta).

“Tratamento algum emagrece. Somente a drenagem e todo o tratamento estético não vão adiantar se não mudar o modo de vida, cuidar mais de si. Estamos falando de saúde. Não existe milagre. Tem que fazer parte da vida a alimentação saudável e atividade física”, reforça Cinthia Mossini.

Segundo ela, no período de três meses, a paciente estará com a autoestima elevada. Ana Lúcia topou começar o tratamento e com pedido de exames, que a fisioterapeuta lhe entregou, ela disse que tinha perdido a esperança de poder recuperar o investimento na abdominoplastia. “Agora, vou comer certo, buscar um apoio psicológico e fazer as caminhadas até ter condições de colocar as contas em dia e fazer uma boa academia e iniciar o tratamento para acabar com essa celulite, emagrecer e ficar melhor ainda do que quando fiz abdominoplastia”.

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