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Games

Será que o futuro dos videogames está nos Smartphones e Tablets?

Edson Godoy | 21/05/2015 06:34
Será que o futuro dos videogames está nos Smartphones e Tablets?

Na semana passada, a empresa japonesa Konami, uma das maiores desenvolvedoras de jogos da história dos videogames, anunciou que a partir de agora irá focar os esforços para o mercado de jogos para dispositivos móveis: smartphones e tablets. Isso caiu como uma bomba para os gamers, pois as declarações davam a entender até mesmo que a empresa deixaria o mercado de consoles. Posteriormente foi dito que a empresa continuará fazendo jogos para consoles, porém em menor escala.

Há pouco tempo atrás, a SEGA também fez anúncio semelhante e também a Nintendo, que antes era totalmente avessa a esse mercado, e agora se rende ao seu apelo comercial e começa a desenvolver jogos para esses dispositivos, juntamente com a empresa japonesa Dena, especializada em jogos para celulares.

Essas mudanças não são por acaso. O mercado de jogos para celulares e tablets cresce a passos largos. Diversas pesquisas realizadas apontam que os lucros com o mercado de jogos mobile ultrapassará os de jogos para consoles ainda em 2015 (fonte - www.newzoo.com). E claro, as grandes desenvolvedoras estão de olho nesse grande mercado. Mas será essa nova tendência o fim dos videogames caseiros como conhecemos?

Jogar nos celulares de fato é algo sensacional. Quem não se lembra do jogo “snake” (aquele da cobrinha) dos celulares Nokia? Talvez tenha sido o primeiro grande sucesso nesse mercado. Depois a própria Nokia criou o N-Gage, que conjugava pela primeira vez a telefonia celular com um console de videogame. Não deu certo. Mas foi a partir dos celulares inteligentes, os “smartphones”, que esse mercado deu um salto de qualidade, principalmente em razão da maior tecnologia embarcada nesses aparelhos, utilizando processadores poderosos, tornando-os verdadeiros computadores de bolso.

Vieram então os tablets, para sedimentar de vez esse mercado, dando uma nova dinâmica para os desenvolvedores, que de agora em diante poderiam ousar mais em seus projetos. A verdade é que quase todo proprietário desses aparelhos eventualmente o utiliza para uma jogatina ou outra, mesmo que somente naqueles pequenos intervalos do dia a dia, como uma fila de banco ou uma espera pelo ônibus. Esse provavelmente é o grande diferencial desses dispositivos: a portabilidade e a facilidade. Aí o leitor indagaria: existem os consoles portáteis!!! Sim, existem. Mas o telefone celular hoje é em dia é uma presença quase que certa nos bolsos de qualquer pessoa. O console portátil nem sempre está à mão.

Outra característica marcante dos jogos para celular: você não precisa ser exatamente um gamer para curti-los. Quantas pessoas que jamais encostaram a mão em um “joystick” você conhece que adoram gastar alguns minutos do dia em umas partidas de Candy Crush? Não é à toa que os jogos mais acessados são os casuais: jogos curtos, fáceis de “pegar e jogar”, sem histórias densas, o que facilita jogadas realizadas em pequenos espaços de tempo.

Mas para a grande maioria dos gamers, jogar em celulares e tablets não substitui o bom e velho console. E de fato: são experiências diferentes. Os consoles, pelas suas características, proporcionam jogos mais imersivos, com qualidade de efeitos indubitavelmente superiores, não só pelo maior poder de processamento de seus hardwares, mas também pela forma como são utilizados os consoles caseiros: é quase como assistir um filme. Você irá sentar em frente à TV e se concentrar em seu jogo, viver aquilo pelo tempo em que estiver jogando.

Essa imersão foge totalmente das características dos games de celulares. Seria possível, por exemplo, jogar de forma tão intensa o teaser do finado Silent Hills, o P.T., em um smartphone? Com certeza não. A utilização das telas touch screen como controles também enfrentam resistência dos gamers mais tradicionais. E de fato, nem sempre a jogabilidade se ajusta ao uso do touch screen.

A verdade é que o futuro dos videogames está sim nos smartphones, como também está nos consoles. Diante do tamanho do crescimento do mercado de games como um todo, é difícil imaginar que os consoles dedicados deixarão de existir. Com certeza o mundo seria mais triste se isso acontecesse.

A coluna de games do Lado B tem o apoio da loja Retro Gamers. Visite também o meu site, o Vídeo Game Data Base.

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