ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 29º

Sabor

Churrasqueiro de fazenda ensina os macetes da carne

Ângela Kempfer | 16/10/2012 09:00
Arides dos Santos já é churrasqueiro há 40 anos. (Foto:  Miguel Palácius)
Arides dos Santos já é churrasqueiro há 40 anos. (Foto: Miguel Palácius)

Há 40 anos Arides dos Santos é o responsável pelo churrasco, primeiro em fazendas de Anastácio e Maracaju, agora em festas, aqui mesmo em Campo Grande.

Pode ser em salão social, comemoração de crianças, festinha de adolescente, o churrasqueiro chega sempre a caráter, como o peão de fazenda que sempre foi.

O corte pouco importa, ensina a experiência. Aos 69 anos, Arides garante que a simplicidade é o que manda. Tempero? Só sal grosso ou do tipo boiadeiro.

“Já tentei pimenta, alho...mas bom mesmo é só com sal. Carne muito temperada fica sem gosto. Picanha? É frescura, só aparência. Uma maminha, uma ponta de costela ou ponta de peito são muito melhor”, ensina.

O que interessa realmente é a forma de assar, defende. A ritual do churrasqueiro começa às 4h. O fogo deve consumir a lenha, até virar brasa. “Lá pelas 9h já tem só o braseiro. Daí é hora de colocar a carne, sem labareda”, diz Arides.

O espeto fica na mesma posição por 40 minutos, depois é “tombado” e o outro pedaço fica sobre a brasa por mais 40 minutos. “E assim vai, depois de 3 horas e meia virando, a carne tá macia, pronta”, assegura o professor.

O churrasqueiro aprendeu o ofício quando trabalhava em Anastácio, como capataz.  O pai tinha propriedade em Aquidauana, mas quebrou e os filhos foram obrigados a pegar outro rumo.

“Fui trabalhar com o falecido Renato Falcão, na fazenda dele e aprendi a assar a carne lá”. Aos 27 anos, o rapaz cruzou com o peão José Farofa, um pernambucano bom de conversa e elogiado por fazer o melhor churrasco da região.

Depois, foram mais 30 anos na fazenda Engenho, de Laucídio Coelho Neto, como o churrasqueiro oficial, até trocar o campo pela cidade.

Hoje, no Jardim das Meninas, em Campo Grande, ele vive com o dinheiro da aposentadoria, a venda de produtos feitos com couro de cabrito e fazendo “churrasco pra fora”.

Para uma festa com 100 quilos de carne, ele cobra R$ 300,00 para assar e só faz uma exigência. “Não pode me dar carne congelada para assar, tem de ser fresca”.

Apesar de já estar adaptado à cidade, com clientela garantida, ele diz que sente saudades do bom churrasco de fazenda. “Lá tem lenha de angico boa, não é esse carvão minguado daqui”.

O telefone para contato com o churrasqueiro é 9949 0507.

Nos siga no Google Notícias