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Sabor

De forma sustentável, família extrai a castanha do baru e faz recheio de bombons

Naiane Mesquita | 24/10/2015 07:34
Os bombons de Cumbarú ou Castanha de Baru são produzidos há pela chef Emília Leal (Foto: Fernando Antunes)
Os bombons de Cumbarú ou Castanha de Baru são produzidos há pela chef Emília Leal (Foto: Fernando Antunes)

É difícil de acreditar, mas a castanha de baru pode ser encontrada em qualquer canto de Mato Grosso do Sul. Típica do centro-oeste e sudeste brasileiro, a castanha caiu nas graças dos culinaristas e tem feito sucesso principalmente pelos benefícios, que incluem não só o sabor suave, como também os altos índices de ferro e fibras.

Emília aprendeu a utilizar a castanha pela influência da família do marido que estuda a castanha há 5 anos
Emília aprendeu a utilizar a castanha pela influência da família do marido que estuda a castanha há 5 anos

A chef e artista plástica Emília Leal, 50 anos, aprendeu a trabalhar com a castanha em casa. O marido, Lino Bambil, 55 anos, conheceu o produto por meio do irmão, que realiza uma pesquisa com o fruto e em pouco tempo iniciou o processo de coleta e utilização da castanha.

“A família dele estuda a castanha e eles já usavam na cozinha. Com o curso de gastronomia que fiz comecei a usar o produto nas receitas, sendo que o carro-chefe é o bombom de castanha de baru”, explica Emília.

O bombom tem cerca de 90% de receio, em uma massa bem densa com a castanha. Emília utiliza diferentes tipos de chocolate para preparar o produto e vende por um preço médio de R$ 3,50 em feiras de Campo Grande e por meio de uma página no Facebook.

O marido, Lino é repórter cinematográfico, artista plástico e ainda o responsável pela coleta e toda a preparação da castanha de baru até ela estar pronta para a cozinha de Emília.

“Eu faço a coleta pela cidade. Há várias árvores na avenida Três Barras e no Parque dos Poderes. As pessoas não sabem ou desconhecem o uso da castanha de baru, é normal em Mato Grosso do Sul, mas ela é muito usada em Goiás e outros Estados”, ressalta Lino.

Lino é quem coleta e prepara a castanha para o consumo
Lino é quem coleta e prepara a castanha para o consumo

Para deixar a castanha no jeito para Emília é preciso retirar toda a polpa que envolve o fruto. Nesse caso, Lino deixa a cargo dos animais, como formigas e quatis.

“Eles roem toda a polpa e só então eu quebro com um maquinário especial. A casca eu estou testando o aproveitamento para a varanda, como piso sustentável, tudo é usado de forma que respeite o meio ambiente”, explica.

Emília que nasceu em Macapá, na fronteira com a Guiana Francesa, aprendeu a gostar de castanha pelo do Pará.

“Hoje, nas feiras chamamos de Castanha do Brasil”, brinca. Essa experiência em um extremo do país a fez ver com outros olhos as possibilidades do baru, que também pode ser conhecido como cumbaru. “Agora que as pessoas estão começando a conhecer a castanha e que os culinaristas daqui estão utilizando o produto nos pratos”, acredita. Vale lembrar que a castanha ainda pode ser comercializada apenas torrada, o sabor é bom também.

Emília também é artista plástica e está construindo uma casa semelhante a que tinha em Macapá para servir de ateliê (Foto: Fernando Antunes)
Emília também é artista plástica e está construindo uma casa semelhante a que tinha em Macapá para servir de ateliê (Foto: Fernando Antunes)

O processo é feito na chácara do casal que fica próximo a avenida Três Barras e onde eles realizarão todo primeiro domingo do mês, o Estação Cumbarú, um evento com música ao vivo, manifestações artistícas e gastronomia das 9 horas às 19 horas.

“Eu sou artista plástica também, agora estou montando meu ateliê, que é nos moldes das casas da Amazônia, do Macapá, das comunidades ribeirinhas onde eu cresci. Lembro muito dessa época e sinto saudade”, explica Emília.

Morando há mais de 30 anos em Campo Grande, ela conta que veio grávida para o Estado fugindo da maleita.

“Vim em busca de qualidade de vida, mas nunca esqueci minha terra e visito sempre, levo minha arte para lá. Esse ateliê é uma forma de relembrar essa época, queria fazer de palha, mas por questões financeiras não deu”, indica.
Informações sobre o Estação Cumbarú e o bombom de baru pelo telefone (67) 9191-9399.

A árvore da castanha de baru é alta e produz o fruto de julho à outubro (Foto: Fernando Antunes)
A árvore da castanha de baru é alta e produz o fruto de julho à outubro (Foto: Fernando Antunes)
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