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Para não desistir, Kikão levou história de lanche para varanda

Rozenir foi diagnosticado com insuficiência renal e tem lutado para manter lanchonete

Aletheya Alves | 23/08/2023 07:47
Kikão precisou levar lanchonete para casa após diagnóstico. (Foto: Juliano Almeida)
Kikão precisou levar lanchonete para casa após diagnóstico. (Foto: Juliano Almeida)

Acostumado a passar horas na frente da chapa preparando os alimentos desde 2009, Rozenir Sebastião dos Santos Santana, o Kikão, não entendeu o que estava acontecendo quando não conseguiu mais se manter em pé. Diagnosticado com insuficiência renal, o autônomo se viu prestes a perder toda sua renda e, para não deixar sua história morrer, retornou ao início da trajetória na varanda de casa.

Pedindo por ajuda em suas redes sociais, Kikão explica que não viu outra alternativa após notar que os pães estavam se acumulando na cozinha. “A gente comprando os ingredientes e eles prestes a estragar porque começamos a ficar sem saída. Agora, tenho recebido alguns pedidos depois que contei o que estava acontecendo, mas ainda não é fácil”.

Com todo o cenário parecendo desfavorável, ele narra que essa não é a primeira vez pela qual passa por uma trajetória difícil. Mas, sabendo que quer e precisa seguir no ramo, as estratégias têm envolvido não pensar em desistir.

No ramo há 14 anos, Rozenir comenta que a primeira lanchonete foi aberta em 2009, ainda de uma forma mais caseira. Tendo seguido até 2012, o empreendimento não deu certo por falta de noções de planejamento e administração, como conta o autônomo.

Trabalho diário tem sido realizado ao lado da filha e da esposa. (Foto: Juliano Almeida)
Trabalho diário tem sido realizado ao lado da filha e da esposa. (Foto: Juliano Almeida)

Sem muita escolha, Kikão fechou as portas e voltou a trabalhar como empregado em outra lanchonete. “Fui ser chapeiro e trabalhei assim por cinco anos até que voltamos a pensar em ter algo que fosse nosso”, diz.

Para a nova tentativa de recomeçar, a ideia foi comprar um trailer e abrir na praça do bairro. “Fui atender lá em 2017 e estava dando certo, o movimento era bom, tinha meus clientes. O problema é que em janeiro desse ano fiquei internado e cheguei a quase 30 dias no hospital”.

Com o diagnóstico de insuficiência renal, Rozenir entendeu o motivo das dores que vinham aumentando pouco a pouco. Sem conseguir manter a rotina com o trailer, a imagem de que o negócio precisaria ser fechado mais uma vez se tornou uma preocupação intensa.

“Eu puxava o trailer, organizava as coisas, ficava fazendo os lanches, então é um esforço grande. Nas consultas, os médicos me falaram que eu não ia poder fazer mais nada disso, que ia precisar descansar, deixar de ficar tanto tempo em pé”, explica Kikão.

Para quem escolhar comer no local, opção é a varanda da casa. (Foto: Juliano Almeida)
Para quem escolhar comer no local, opção é a varanda da casa. (Foto: Juliano Almeida)

Sem muita escolha e precisando priorizar a saúde, a solução foi vender o trailer. Para continuar tendo renda própria, a família escolheu retornar ao quintal de casa e tentar focar na produção por delivery.

De acordo com Kikão, nessa modalidade haveria a possibilidade de continuar trabalhando e reduzir o desgaste físico. Mas, conforme os meses foram passando, os clientes diminuíram ao ponto dos ingredientes começarem a precisar ser jogados fora.

“Fiquei pensando no que fazer e eu não queria pedir dinheiro, o que eu quero é trabalhar. Então, contei para as pessoas e minha vontade é que a gente receba as encomendas de lanches. A gente trabalha para isso e quer continuar trabalhando”, completa o autônomo.

Aberto de terça-feira até domingo, das 19h às 23h, o espaço de Kikão fica localizado na Rua Elisa Regina, número 12, Jardim Carioca. Mais informações sobre o cardápio do dia e valores podem ser consultados através do número (67) 99102-2345.

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