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Lado Rural

Safra do País deve cair em 2026, e MS perde área enquanto mantém peso nacional

MS terá retração de 1,1% na área a ser colhida; mesmo assim, segue entre os 6 maiores produtores do país

Por José Cruz | 11/12/2025 09:12
Safra do País deve cair em 2026, e MS perde área enquanto mantém peso nacional
Produção de algodão herbáceo tem menor estimativa prevista de 11,6% para 2026 - Foto: Wilson Rodrigues/Governo do Tocantins

A projeção divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (11), por meio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), mostra que a safra brasileira de grãos deve recuar para 335,7 milhões de toneladas em 2026, queda de 3% em relação ao volume recorde estimado para 2025. O cenário nacional, porém, tem impacto direto em Mato Grosso do Sul, que aparece entre os estados com retração de área plantada.

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A safra brasileira de grãos deve recuar para 335,7 milhões de toneladas em 2026, uma queda de 3% em relação ao volume recorde estimado para 2025, segundo projeção do IBGE. Mato Grosso do Sul, que responde por 8,1% da produção nacional, deve reduzir em 1,1% sua área plantada.A retração prevista para 2026 é atribuída à base comparativa elevada de 2025, quando condições climáticas favoráveis proporcionaram números históricos. Entre as principais culturas afetadas estão milho (-6,8%), sorgo (-14,6%) e algodão (-11,6%), enquanto a soja apresenta perspectiva de crescimento de 1%.

Segundo o levantamento, MS deve reduzir em 1,1% a área destinada às culturas de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2026, movimento oposto ao observado em parte do Centro-Oeste, onde Mato Grosso (+3,3%) e Goiás (-0,4%) apresentam variações distintas. A redução sul-mato-grossense contrasta com a tendência nacional, que registra crescimento de 0,9% na área total a ser cultivada.

MS mantém posição estratégica, com 8,1% da produção nacional

Mesmo com a queda na área estimada para 2026, Mato Grosso do Sul permanece como um dos principais polos produtores de grãos do país, com 8,1% da safra nacional, segundo o ranking atualizado de 2025. O Estado fica atrás apenas de Mato Grosso (32%), Paraná (13,5%), Goiás (11,2%) e Rio Grande do Sul (9,4%).

A força de MS segue apoiada sobretudo nas culturas de soja e milho, que são pilares do agronegócio estadual e compõem a maior parte da área plantada. No caso do milho, o desempenho da 2ª safra — em geral mais representativa no Estado — acompanha a projeção nacional de queda para 2026 (-9,7%).

Por que a safra de 2026 deve encolher

A retração projetada para o próximo ano se explica, principalmente, por uma base de comparação muito alta. Em 2025, as condições climáticas favoreceram fortemente o ciclo agrícola, proporcionando números históricos. “Esse cenário não deve se repetir em 2026”, afirma o gerente do LSPA, Carlos Barradas.

Entre as culturas que puxam a queda estão:

  • Milho: –6,8% (–9,6 milhões de t)

  • Sorgo: –14,6%

  • Arroz: –8%

  • Algodão: –11,6%

  • Feijão (1ª safra): –3,5%

A soja é uma das poucas exceções, com alta de 1%, o que beneficia diretamente Mato Grosso do Sul, onde a oleaginosa responde pela maior fatia do valor bruto da produção agropecuária.

Safra 2025: MS supera adversidades e integra o crescimento nacional

O levantamento também revisa os números da safra 2025, que deve alcançar 345,9 milhões de toneladas, aumento de 18,2% sobre 2024. Em MS, apesar de problemas climáticos localizados, como má distribuição de chuvas no sul e sudoeste do Estado, o ciclo nacional favorável impulsionou o desempenho regional.

As principais altas na comparação com 2024 foram:

  • Milho: +23,5%

  • Soja: +14,5%

  • Arroz: +18,8%

  • Sorgo: +35,4%

  • Algodão: +11,5%

Já o feijão teve queda de 3%.

A área total colhida no país em 2025 deve atingir 81,5 milhões de hectares, avanço de 3,1%, movimento também acompanhado por Mato Grosso do Sul.

Centro-Oeste segue dominante, apesar da queda em MS

A região continua responsável por mais da metade da produção nacional de grãos (51,7%), reforçando o peso estratégico da fronteira agrícola brasileira. Mato Grosso se mantém líder absoluto, enquanto MS preserva papel essencial na oferta de milho e soja ao mercado interno e à exportação.

Para 2026, a atenção no Estado deve se voltar ao comportamento das chuvas e ao impacto do manejo de solo após o ciclo excepcional de 2025, fatores que podem definir o tamanho da recuperação ou ampliação da produtividade.