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Meio Ambiente

Antigo lixão vira floresta urbana com projeto ambiental em Ponta Porã

O trabalho liderado por jovens uniu reflorestamento, educação e mobilização social

Por Judson Marinho | 28/12/2025 14:33
Antigo lixão vira floresta urbana com projeto ambiental em Ponta Porã
Jovem integrante do projeto plantando árvore em área próxima ao lixão (Foto: Arquivo pessoal)

Um espaço que antes simbolizava abandono, mau cheiro e degradação ambiental agora começa a renascer em Ponta Porã.

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O antigo lixão de Ponta Porã está sendo transformado em uma floresta urbana graças a um projeto ambiental liderado pelo grupo Agrofronteiras. A iniciativa, que uniu reflorestamento, educação e mobilização social, envolveu escolas, instituições e a comunidade local. O terreno, antes degradado e compactado, recebeu mudas de espécies nativas como ipê, pata-de-vaca e erva-mate, com apoio técnico e parcerias, incluindo o IFMS e o Sindicato Rural. O projeto, vencedor do programa Jovem Sucessor Rural do Senar/MS em 2025, vai além da recuperação ambiental, promovendo discussões sobre sustentabilidade e responsabilidade coletiva. Os jovens participantes destacam a transformação do espaço como um legado positivo para a cidade. Agora, o objetivo é formalizar uma associação e ampliar o reflorestamento, tornando a área um projeto permanente para Ponta Porã.

O antigo lixão desativado do município está sendo transformado em uma floresta urbana em formação, graças ao projeto desenvolvido pelo grupo Agrofronteiras.

O trabalho liderado pelos jovens uniu reflorestamento, educação, cultura e mobilização social, envolvendo escolas, instituições, poder público e moradores da região.

A proposta ganhou força após orientação técnica e parcerias firmadas durante o programa, que prepara novas lideranças para o campo.

“O resultado ficou muito maior do que imaginávamos. Recuperamos parte da área, envolvemos escolas, estudantes de agronomia, mobilizamos poder público e comunidade. Não é só ambiental, é social, educativo e cultural”, destaca Ronaldo Gonçalves, representante do grupo.

A iniciativa começou com uma visita técnica para avaliar as condições do terreno, antes tomado por entulhos e compactação do solo. O primeiro plantio, com mudas de ipê, expôs a dimensão do desafio.

“O solo era extremamente compactado, cheio de resíduos. Não havia ferramentas e a irrigação era insuficiente”, relembra Gonçalves.

A partir do apoio do Sindicato Rural de Ponta Porã, o projeto passou a receber insumos, mudas, ferramentas e o uso de hidrogel para reter água no solo. O terreno também passou por terraceamento para melhorar o escoamento e as condições de plantio.

O IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) se tornou parceiro da ação, transformando o reflorestamento em atividade de campo para estudantes de agronomia.

Entre as espécies escolhidas estão pata-de-vaca, moringa e erva-mate, esta última também pelo valor histórico para a cidade, reconhecida como a "Princesinha dos Ervais".

Antigo lixão vira floresta urbana com projeto ambiental em Ponta Porã
Centenas de mudas nativas foram plantadas onde antes havia degradação (Foto: Arquivo Pessoal)

Para o grupo, o impacto vai além da recuperação ambiental: despertou discussões sobre resíduos, sustentabilidade e responsabilidade coletiva.

“Ver mudas ganhando vida ali dá a sensação de devolver dignidade ao espaço. É esperança e transformação real. Como jovens, sentimos que deixamos uma marca positiva para o futuro da cidade”, afirma Gonçalves.

O projeto foi vencedor da edição 2025 do programa Jovem Sucessor Rural, do Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). A conquista foi vista como reconhecimento do esforço. O plano agora é formalizar a associação, ampliar o reflorestamento e transformar a área em projeto permanente para o município.

Jovem Sucessor Rural - Criado pelo Senar/MS, o programa prepara jovens ligados ao campo para assumirem papéis de liderança. A formação aborda temas como:

  • sucessão familiar e gestão no agronegócio,

  • responsabilidade social e inovação,

  • empreendedorismo, oratória e desenvolvimento pessoal.

Com duração de até nove meses, o curso é gratuito e realizado com apoio de sindicatos rurais, com aulas práticas, oficinas, visitas técnicas e projetos voltados a desafios reais do setor.