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Meio Ambiente

Após 2 quedas, árvores provocam medo a quem trafega pelo centro

Paula Maciulevicius | 21/05/2012 17:35

Fiscais da Semadur vistoriaram árvores na tarde desta segunda-feira. Para especialista, problema está na poda constante devido a fiação

Na tarde de hoje, fiscais da Semadur percorreram região central para avaliar estado das árvores. (Foto: João Garrigó)
Na tarde de hoje, fiscais da Semadur percorreram região central para avaliar estado das árvores. (Foto: João Garrigó)

Andar pelo centro da cidade requer cuidado, estacionar então, muito mais. Principalmente depois do episódio do último sábado, quando a queda de uma árvore na avenida Afonso Pena, próximo a Calógeras, atingiu três carros e duas motocicletas.

Parte das árvores são centenárias. No canteiro da avenida elas estão bem cuidadas, mas o problema mora nas calçadas. Na semana passada, em frente ao colégio Joaquim Murtinho, galhos tiveram de ser podados às pressas, durante a noite, pelo risco de queda.

“Daqui a pouco vai cair uma árvore por dia, de vez em quando está caindo uma. E o motorista que se cuide”, alerta o vendedor autônomo João Vicente Ferreira, 51 anos.

“Seo” João trabalha diariamente na Afonso Pena esquina com a rua 14 de Julho. Viu o que aconteceu no sábado e já adianta: “aquelas ali para baixo vão cair também. Está tudo podre de cupim, tinha que arrancar. Primeiro tem que cair, para depois arrancar”, completa.

“Pensa se tivesse caído em cima de um ônibus cheio de gente?” questiona aposentado. (Foto: João Garrigó)
“Pensa se tivesse caído em cima de um ônibus cheio de gente?” questiona aposentado. (Foto: João Garrigó)

O cenário de restos de galhos ainda estava ao chão. Resquícios da queda no final de semana. Do lado, dois ambulantes acompanhavam. A vendedora Ana Cláudia Nantes, 34 anos e Salvador Sanches, 58 anos. “Você viu o que aconteceu? E ainda está tudo aqui”, comentavam.

Salvador trabalha cuidando as motocicletas estacionadas. Exatamente no local da queda da árvore. “Preocupa principalmente quando está chovendo, a gente fala para os motoristas. Eu acho que está na hora de repor, elas estão muito podres por dentro. Pensa se tivesse caído em cima de um ônibus cheio de gente?”, questiona.

A falta de manutenção e podas corretas, motivos sustentados pelos comerciantes e motoristas para o problema com galhos caídos, preocupa. “A gente trabalha e passa o dia todo aqui. Se cair em cima da minha garapa o prejuízo é meu e com certeza ninguém vai arcar com as despesas”, coloca o garapeiro Luiz Elí Corrêa, 52 anos.

E o problema não se restringe apenas a principal avenida de Campo Grande. Na rua Barão do Rio Branco, esquina com a 13 de Maio o problema também persiste. “Já pediram licença para a prefeitura para remover e nada. O dono aí do hotel já ligou várias vezes para Enersul vir podar, está encostando nos fios. Eles vão esperar cair na fiação deles para fazer alguma coisa”, explicou o taxista Eduardo Leonardo, 37 anos.

Problema não se restringe a avenida Afonso Pena. Risco de queda também está na rua Barão do Rio Branco. (Foto: João Garrigó)
Problema não se restringe a avenida Afonso Pena. Risco de queda também está na rua Barão do Rio Branco. (Foto: João Garrigó)

Para o professor de Ecologia da Anhanguera/Uniderp, Ademir Morbeck de Oliveira, o problema está no tamanho das árvores para a proximidade com a fiação. “Ali no caso da que caiu havia um desequilíbrio. É uma árvore que cresce bastante dos lados e a poda constante deixa a árvore sujeita a ataque de cupins, fungos”, explica o especialista.

Segundo o professor, o correto neste caso específico seria retirar a árvore inadequada e plantar uma de menor porte. “Que não vá alcançar a fiação e também não precise de poda constantemente”, completa.

Ainda na tarde desta segunda-feira, fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) fizeram avaliação do estado de Ingás pela região central da cidade.

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