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Meio Ambiente

Bodoquena vai alterar projeto de drenagem para garantir ecoturismo

Apesar de melhorar a infraestrutura, o excesso de lavoura e desmatamento no entorno da serra são os vilões

Gabriela Couto | 15/12/2022 17:17
Imagem da água transparente esverdeada do Rio Salobra ao pé da Serra da Bodoquena, onde tem a maior cachoeira do Estado, a Boca da Onça. (Foto: Prefeitura de Bodoquena)
Imagem da água transparente esverdeada do Rio Salobra ao pé da Serra da Bodoquena, onde tem a maior cachoeira do Estado, a Boca da Onça. (Foto: Prefeitura de Bodoquena)

Um desmatamento aqui, outra abertura de área ali e pronto, lavouras por toda a parte. A Serra da Bodoquena tem sofrido um impacto direto no ecoturismo com a expansão agrícola ao entorno das cidades que são conhecidas pelos balneários e passeios ecológicos na região.

A situação causa reflexo direto nas obras de infraestrutura urbana. Este é o caso da Prefeitura de Bodoquena, a 265 km da Capital, que tem reavaliado obras de drenagem e pavimentação. Em nota enviada ao Campo Grande News, o município esclarece que o turvamento dos rios Salobra e Betione não tem nenhuma relação com as obras atuais do prolongamento da Avenida Manoel Rodrigues de Oliveira.

Segundo a assessoria de imprensa, o serviço ainda não está sendo executado, nem de forma parcial. “A obra está em fase de estudos para que sejam encontradas as alternativas mais viáveis. A imagem (abaixo) em questão é de um destes estudos feitos pela Prefeitura. Porém, atualmente, há um novo estudo em andamento, para que seja encontrada alternativa que não leve a água para o córrego em questão”.

Reunião para debater ações que podem ser realizadas pela Prefeitura de Bodoquena na conservação da Bacia do Betione. (Foto: Prefeitura de Bodoquena)
Reunião para debater ações que podem ser realizadas pela Prefeitura de Bodoquena na conservação da Bacia do Betione. (Foto: Prefeitura de Bodoquena)

O município ainda reforçou que toda obra de drenagem tem os seus dispositivos para que sejam minimizados os impactos ambientais e passa por licenciamento no órgão ambiental, neste caso o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). E que todas as obras realizadas no município possuem licenciamento.

A reportagem tentou contato com os proprietários de passeios nos dois rios, mas nenhum quis falar sobre a situação publicamente. No entanto, tanto eles como os secretários municipais contatados ressaltaram que, nos últimos anos, as lavouras ao entorno da Serra da Bodoquena, responsável pelo desmatamento para a plantação, resultam em assoreamento dos rios e turvamento das águas em dias de muita chuva.

Secretário Municipal de Obras e Infraestrutura Urbana, Juliardson de Castro Couto destacou que as obras de drenagem melhoraram muito a cidade, porque evita o acúmulo de terra que ia para as áreas mais baixas, onde estão os rios. Além disso, no próximo ano, Bodoquena vai passar a integrar o Prosolo (Programa Integrado de Conservação de Solo e Água do Paraná), para evitar a degradação por conta da lavoura.

Imagem aérea da cidade de Bodoquena, que está sofrendo no ecoturismo com o excesso de lavouras ao entorno. (Foto: Assomasul)
Imagem aérea da cidade de Bodoquena, que está sofrendo no ecoturismo com o excesso de lavouras ao entorno. (Foto: Assomasul)

“A prioridade do prefeito Kazu Horii (PSDB) é melhorar a situação das águas e garantir o turismo. Essa obra da Avenida Manoel Rodrigues de Oliveira iria fazer a drenagem para baixo, mas vamos jogar para o lado esquerdo, para tirar da linha do rio e ir sentido Miranda. Pra ter cuidado com a transparência da água. O problema é que em volta da cidade está cheio de lavoura, desmataram tudo principalmente na margem dos rios”, explicou Juliardson.

A situação foi reforçada pelo secretário Municipal de Turismo, Cultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico Hélio Ferreira Gonçalves, que destacou o empenho do Executivo em analisar os impactos ambientais antes da obra. “Ali se considerou que o dreno poderia causar riscos no Salobra e por isso vão alterar o projeto”.

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