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Meio Ambiente

Descaso faz o verde dividir espaço com lixo na região do Panamá

Helton Verão | 30/01/2013 18:45
No córrego Imbirussú, o lixo atrapalha a passagem da água no local (Foto: Luciano Muta)
No córrego Imbirussú, o lixo atrapalha a passagem da água no local (Foto: Luciano Muta)
A alguns metros do córrego a situação é ainda pior (Foto: Luciano Muta)
A alguns metros do córrego a situação é ainda pior (Foto: Luciano Muta)

Uma situação de descaso e falta de cidadania polui o ambiente na região do Jardim Panamá e preocupa moradores e também o Viveiro Municipal, que fica localizado nas proximidades do bairro. São entulhos de construções, sofás, móveis, árvores, animais mortos e as queimadas desses é a verdadeira mistura do cenário verde com uma espécie de “mini-lixão”.

O caso mais grave ocorre na esquina da avenida José Barbosa Rodrigues e rua Maria Luiza Spengler. “Faz mais ou menos um ano que passo aqui e vejo toda essa sujeira, sempre paro para ver se posso reaproveitar algo, já que trabalho com serviços gerais”, conta o seu Geraldo Pereira, de 59 anos, que vasculhava os entulhos depositados ali.

Enquanto o Campo Grande News visitava a região alguns moradores sinalizaram para ir até a outra esquina que encontraríamos um rapaz jogando lixo naquele momento. Ao chegar no local, nos deparamos com um senhor com uma picape Ford Courrier jogando entulhos de construção no local.

Flagramos Paulo jogando lixo no local (Foto: Luciano Muta)
Flagramos Paulo jogando lixo no local (Foto: Luciano Muta)
Seu Geraldo mora no centro da cidade, passa todos os dias pelo local (Foto: Luciano Muta)
Seu Geraldo mora no centro da cidade, passa todos os dias pelo local (Foto: Luciano Muta)

“É a primeira vez que estou jogando aqui. Estou jogando entulhos de construção, não irá prejudicar o ambiente. Mas muita gente joga lixo de casa, animais mortos e ainda próximos da rua, atrapalhando o trânsito”, responde o pedreiro Paulo Sérgio, de 46 anos, que veio do bairro Santo Antônio para jogar o resto da construção no local.

Segundo o pedreiro, ele deposita os entulhos ali porque sabe que a prefeitura recolhe a sujeira dali constantemente.

A alguns metros desta esquina, passa o córrego do Imbirussú, outro local escolhido para deposito de lixo. Apesar de em menor volume, pode causar resultados piores, já que os entulhos interrompem a passagem da água, com a chuva, os alagamentos são constantes.

“Quando chove, a água vem pela lateral do córrego e chega até a porta de nossa casa. A ciclovia que passa ao lado, já desmoronou”, descreve a moradora Edna Ferreira, que reside há 17 anos no local e que sempre depositaram lixo no córrego.

O caminhão da prefeitura mencionado pelo senhor Paulo, que foi flagrado depositando lixo na região, é o caminhão do Viveiro Municipal, que todos os dias por determinação do biólogo responsável recolhiam os entulhos das redondezas.

“Todo dia nossos funcionários recolhiam caminhões lotados do córrego e dessa outra esquina (rua Maria Luiza Spengler) e no dia seguinte já tinha mais lixo. Agora com a campanha de combate a dengue, tivemos que ceder nosso único caminhão para a campanha”, lamenta o biólogo Ricardo Lima Menezes, de 42 anos.

Segundo o biólogo, por várias vezes, quando flagrou pessoas jogando lixo na região, ao suplicar para não acontecer, acabou hostilizado e ofendido.

O belo do cenário do Viveiro Municipal, em questão de poucos metros contrasta com uma paisagem suja e fétida. A esperança é a epidemia da dengue passar, e o caminhão do Viveiro voltar à posse dos que batalham pelo bom senso com a natureza.

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