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Meio Ambiente

Filhotes de onça-parda mamam a cada duas horas para suprir falta da mãe

Os animais passam por exames e processo de reabilitação até serem soltos

Alana Portela | 03/04/2019 16:45
Oncinha é um dos dois animais resgatados na segunda em Nova Andradina.
Oncinha é um dos dois animais resgatados na segunda em Nova Andradina.

Após serem resgatados, os dois filhotes de onça-parda resgatados em Nova Andradina passarão por exames e devem permanecer no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) até se tornarem adultos. Os animais foram encontrados na segunda-feira (1º), no canavial de uma usina, a 300 quilômetros de Campo Grande. Eles receberão os cuidados necessários desde alimentação a manejo para ter uma boa adaptação.

“O primeiro passo é garantir que os animais vivam. Verificamos qual o estado de saúde deles, fazemos exames para ter certeza de que estão bem. Se tiver alguma patologia, realizaremos o tratamento adequado. O corpo técnico está preparado para receber esses animais”, relata o médico veterinário do Cras, Lucas Cazati.

Conforme o profissional, os primeiros cuidados com os filhotes serão redobrados, pois é necessário um tratamento diferenciado. “Entramos com a mamadeira. O animal tem hipoglicemia a cada 2 horas, então nesse tempo temos que alimentá-los. Vamos revezar entre técnicos, principalmente à noite para dar assistência a eles. É um trabalho pesado que envolve amor”, explica o veterinário.

Cazati recorda de casos parecidos aos dos dois filhotes. “Recebemos uma onça-parda pequena, que passou pelos mesmos procedimentos. Hoje, 6 anos depois, continua aqui, mas será realocada nesta semana. O animal não tem um prazo definido para permanecer no CRAS, depende de cada um”, disse.

O veterinário conta que o problema que acomete os filhores é desidratação, por falta da mãe. “Geralmente, é desidratação, desnutrição por ausência da mãe, pois ela é quem cuida deles até um ano de vida. Então é fato que o animal vai chegar com algum desses problemas”, afirmou.

O tempo de estadia depende do animal. “Tem aqueles que colaboram, outros nem tanto. Pode ser que fique um ano ou três, depende se o animal já vem com uma patologia adquirida antes do resgate”, falou.

Caso parecido - O médico veterinário do CRAS, Lucas Cazati comenta sobre um caso parecido que aconteceu há alguns anos, quando um filhote de onça-parda resgatada nas proximidades de Maracaju chegou ao local. “Veio ainda pequeno e está aqui há 6 anos. Soltaremos ele em seu habitat nesta semana. Aqui está acostumada a comer carne de açougue, porém temos que despertar o instinto de caça”, explica.

De acordo com Cazati, antes de soltar, é necessário que o animal garanta sobrevivência. “A mãe que ensina caçar. Acredito que ela será solta aqui no Estado, estarei fazendo o manejo dela. Será anestesiada, fará exames para ver a saúde e depois soltar em um recinto maior. A partir daí começará outro processo e o animal vai caçar sozinho”, concluiu.

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