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Meio Ambiente

Imasul notifica 2 proprietários rurais após lama invadir o rio da Prata

Medida foi anunciada nesta quinta-feira; governo exigirá construção de curvas de nível e “bigodes” para conter enxurradas e convocará produtores da região

Humberto Marques | 22/11/2018 18:35
Ponto onde o rio da Prata deságua no Formoso; enxurradas escureceram águas dos rios. (Foto: Semagro/Divulgação)
Ponto onde o rio da Prata deságua no Formoso; enxurradas escureceram águas dos rios. (Foto: Semagro/Divulgação)

Proprietários de duas propriedades rurais lindeiras ao rio da Prata, no município de Bonito –a 257 km de Campo Grande–, foram notificados pelo Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) nesta quinta-feira (22) por não terem construído curvas de níveis durante o manejo do solo para o plantio de soja. A falta das barreiras, consideradas indispensáveis para conter erosões, são apontadas como possíveis causadoras do carreamento de sedimentos que sujaram as águas do rio.

Conhecido por sua transparência, o rio da Prata se transformou após fortes chuvas que atingiram a região de Bonito e Jardim em 16 de novembro: as águas ficaram barrentas, deixando o local irreconhecível. As notificações foram expedidas depois de vistoria in loco da PMA (Polícia Militar Ambiental) que, ao lado de equipes de outros órgãos, sobrevoou a região na quarta-feira. As imagens captadas e conclusões técnicas vão subsidiar medidas que visem a evitar a repetição do problema.

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, informou que os proprietários rurais notificados terão de executar imediatamente as curvas de nível. Técnicos da Agraer (Agência Estadual de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) poderá ceder técnicos para orientar os produtores. “Não vamos fazer, vamos orientar. A obrigação de construir barreiras de contenção é do proprietário”, relatou.

O uso de curvas de nível é defendido pelo governo como meio eficaz de impedir erosões. Um projeto piloto em Novo Horizonte do Sul evitou que a região voltasse a ser tomada por crateras após fortes chuvas depois do uso da técnica: em outubro, as chuvas superaram os 500 milímetros e não houve danos. Em 2017, a precipitação de 170 milímetros foi suficiente para danificar seriamente estradas do município.

Propriedade rural na região do rio da Prata, onde enxurradas levaram lama para o rio; dois produtores foram notificados em Bonito. (Foto: Semagro/Divulgação)
Propriedade rural na região do rio da Prata, onde enxurradas levaram lama para o rio; dois produtores foram notificados em Bonito. (Foto: Semagro/Divulgação)

Outra ação envolve a construção de barreiras conhecidas como “bigodes”, já em execução na região de Bonito. O sistema ajuda a quebrar a velocidade das enxurradas e direcionar a água da chuva para bacias de contenção.

CAR – Nesta quinta, durante evento na Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Verruck pediu o envolvimento de sindicatos e proprietários na preservação ambiental, bem como da classe política de Jardim e Bonito, “fiscalizando, ajudando a cuidar do meio ambiente. Porque o ecoturismo é a força da economia dessas duas cidades”.

Uma reunião na região, nos próximos dias, será realizada para anunciar medidas complementares que permitam a preservação ambiental e projetam o ecoturismo. O CAR (Cadastro Ambiental Rural) foi usado para identificar as propriedades lindeiras aos rios da Prata, Formoso e Formosinho.

“Agora vamos conversar com os produtores. Só vamos emitir licenças nessas propriedades, como o corte de árvores isoladas, após vistoria de técnicos do Imasul e da Agraer constatar a existência de medidas de conservação de solo necessárias”, afirmou o secretário.

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