Mulheres indígenas de MS marcham por direitos e território em Brasília
Documento elaborado embasará criação de política pública nacional específica

Pelo menos 160 mulheres indígenas de Mato Grosso do Sul participaram nesta quinta-feira (7) da IV Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília. Com o tema “Nosso Corpo, Nosso Território: Somos as Guardiãs do Planeta Pela Cura da Terra”, a manifestação encerrou a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, iniciada na segunda-feira (4) passada.
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Mulheres indígenas de Mato Grosso do Sul participaram da IV Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília, encerrando a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas. Com o tema “Nosso Corpo, Nosso Território: Somos as Guardiãs do Planeta Pela Cura da Terra”, a manifestação destacou questões como direitos territoriais, combate à violência e representatividade política. Pela primeira vez, mulheres indígenas de áreas urbanas de Campo Grande integraram a marcha. Durante o evento, foi elaborada a Carta Pela Vida e Corpos e Territórios, com 49 propostas para a criação de uma política pública voltada às mulheres indígenas. Os eixos temáticos incluem gestão territorial, emergência climática, violência de gênero, saúde e educação. O encontro reforçou a união entre mulheres de diferentes povos e territórios, visando transformações políticas e sociais.
Três delegações de Mato Grosso do Sul participaram da marcha, incluindo, pela primeira vez, 43 mulheres indígenas de áreas urbanas de Campo Grande.
Articulação
Segundo Silvana Terena, que é membro do CMDDI (Conselho Municipal de Defesa dos Povos Indígenas) de Campo Grande, o evento foi um manifesto contra a pobreza e a violência direcionada às mulheres, com foco em questões como direitos territoriais, representatividade política e combate ao racismo e à discriminação.
Universitária, Kalyne Terena participa pela primeira vez do encontro e afirma que volta para o Mato Grosso do Sul fortalecida por conta da “união entre as mulheres indígenas de diferentes povos, territórios e até países”.
“A gente está construindo uma articulação global, com estratégias reais para transformar nossas comunidades, nossas políticas e o mundo em que vivemos”, comemora Kalyne.
Resultado da Conferência
Nesta quinta-feira, às 19h, um ato vai marcar a leitura da Carta Pela Vida E Corpos e Territórios, que foi elaborada durante a Conferência.
Segundo Kalyne Terena, o encontro abriu caminhos concretos para a criação de uma política pública voltada para as mulheres indígenas.
“Uma política pensada por nós e para nós”, comemora a estudante.
O documento contém 49 propostas que vão embasar a criação da Política Nacional. As sugestões estão divididas em cinco eixos temáticos: Direito e Gestão Territorial, Emergência Climática, Políticas Públicas e Violência de Gênero, Saúde, e Educação e Transmissão de Saberes Ancestrais.
A pauta inclui temas como justiça climática, demarcação de terras, enfrentamento à violência e valorização da sabedoria ancestral das mulheres indígenas.